POLÍCIA FEDERAL REPUBLICANA PÔS NOVAMENTE AS ARGOLAS NO 'ORELHUDO'…
Menos de 12 horas depois de sair da carceragem da PF, o patológico orelhal, Daniel Dantas, voltou ao lugar ao qual pertence. O amigo de ACM e cria de FHC voltou a dormir na carceragem e por pouco não terá que acordar com a cara de Celso Pitta, que deve ter pensado: “sentiu saudades, amor?”.
O golpe de mestre a serviço da democracia foi dado pela dupla Fausto de Sanctis e Protógenes Queiróz, que são a parte Republicana da Polícia Federal, a PFR. De Sanctis decretou a prisão preventiva do patológico DD, a qual, segundo o jornalista Bob Fernandes, no Terra Magazine, diferente da prisão provisória, não pode ser revogada imediatamente pelo “rábula” de DD, ministro Gilmar Mendes, e deve demorar ao menos dez dias pra ser questionada legalmente. O ministro, aliás, ficou como o time do Fluminense, atordoado vendo o adversário levantando a taça em pleno Maracanã. Uma aula de como as leis brasileiras, se usadas a partir de um entendimento saído da Razão democrática, fazem o país funcionar. Tal como Agripino Maia (PFL/DEM) quando tomou um baile de Dilma Rousseff, Gilmar Mendes deve se recolher em algum esconderijo secreto para digerir o banho-de-cuia que levou. Pra tirar as broncas, soltou Pitta e Nahas.
O filósofo Sartre afirmou certa feita que existem amores contingentes e amores necessários. Democraticamente, De Sanctis (juiz da 6a Vara Criminal Federal) e Protógenes (Delegado da PF responsável pela Operação Satiagraha) são necessários ao Brasil, mais ainda do que imaginam.
A SUBJETIVIDADE PATOLÓGICA ORELHAL…
Guardadas as instâncias institucionais, a subjetividade patológica orelhal está para a sociedade mundial como Deus: é onipresente, e tem a ilusão de ser onisciente e onipotente. Com o acirramento das relações de especulação e financeirização do mercado mundial, e o enfraquecimento do papel regulador do Estado, as políticas de Estado Mínimo impostas sobretudo pelo chamado consenso de Washington fortaleceram um modo de existir mais próximo do culto à dor e ao ressentimento. Assim, o famoso “se dar bem” se institucionalizou, e encontrou no plano da sociedade sem social alguns nichos de reprodução: a chamada grande mídia, o marketing, o profissionalismo político, a classe média, o poder público. Em todos esses campos, “modos de se dar bem” em detrimento da coletividade e produzindo a miséria social tiveram local para desenvolvimento.
É por isso que é possível e banal que um ministro do STF conceda habeas-corpus a um acusado de vários crimes contra a sociedade, em vários países, que tentou subornar um delegado da Polícia Federal, com o inócuo argumento da falta de evidência de periculosidade do indivíduo. Da mesma maneira, policiais da zona sul de Manaus, se aproveitando da lei Maria da Penha, prendem uma mãe acusada de espancar a filha, e que ganha a vida como prostituta, condicionando a “liberação” da mulher ao pagamento de 800 Reais e, diante da impossibilidade do pagamento por parte de vizinhos e parentes, transferindo-a para uma cadeia pública. A subjetividade que atravessa e captura ministro e policiais, neste caso, é a mesma. E pode-se-ia citar zil casos, Brasil e mundo afora, do Zimbábwe de Mugabe à Itália de Berlusconi. Cá como lá, a indiferença em relação ao outro e a si próprio como potência de ser, e o “se dar bem” são reinantes, e é nela que se cria e desenvolve a patologia orelhal de DD.
O grande problema de quem é capturado por esta subjetividade consiste em acreditar que não há salvação fora dela, e que a sedução/ilusão do existir que ela provoca significa realmente uma existência real.
E A POTÊNCIA DEMOCRÁTICA DA PFR, PROTÓGENES E DE SANCTIS
É essa a grande dor que o patológico orelhal DD sofre ao encontrar a potência democrática PF, corporificada no juiz De Sanctis e no delegado Protógenes. Uma dor advinda de um encontro com um corpo que carrega outros afetos.
O patológico orelhal DD, crente que a máxima do capitalismo: “todos têm seu preço” era real, não fugiu, mesmo sendo avisado com antecedência da prisão certa. Acreditou que podia comprar a liberdade. Coisa de quem tem um ministro, deputados e senadores da dupla PSDB/DEM, e de quebra, alguns petistas Dirceuzados na algibeira. Todos iguais.
Deu-se mal. Ao acreditar que os afetos tristes que carrega, e pelos quais foi capturado e envolvido na subjetividade decadente da dor do existir como malogro, prevaleceriam, não contava com o corpo democrático da PFR, que evidenciou o malogro do estratagema de DD.
Mais que um erro de cálculo, a atitude da PF e do juiz federal atingiu no patológico orelhal DD um órgão vital: o que se pode fazer de pior a um homem, sobretudo um homem decadente e doente do ser como Daniel Dantas, é tornar real para ele um mundo diferente do que ele acredita. Desfazer a sedução/ilusão, e jogar luz na escuridão, deixando exposto o malogro de uma existência malfadada, por mais que cercada de signos da ilusão. Enquanto podia acreditar que era capaz de comprar todos, DD se sentia seguro. Diante da potência democrática PFR/De Sanctis, o patológico se viu impotente, inerte. Essa dor, nem a prisão poderia causar. E nem zil habeas-corpus poderão curar.