*……….::::: CHAGÃO! :::::……….*
Quien quiera entender como funciona el mundo
deberá entender el fútbol”.
Roberto Perfumo(ex-jogador argentino).
Θ CHAGÃO PERGUNTA:Oficialmente, a Holanda só se tornou profissional no mundo do futebol em 1954. A KNVB (federação de futebol da Holanda) resistia ao profissionalismo. As pressões para que isso acontecesse tiveram seu ápice quando, um ano antes, duas seleções holandesas disputaram jogos amistosos no mesmo dia: a amadora perdeu para a Dinamarca, enquanto a profissional, organizada pela recém formada NVBV, venceu a poderosa França. Depois desse fiasco, veio então a fusão das duas entidades e o profissionalismo de um futebol que não abre mão (ao contrário do Brasil) de “desfrutar a partida”, ainda que em detrimento do resultado. Agora, o ‘Chagão!’ quer saber: Após a profissionalização, que jogador, e por qual time ele jogava, que marcou o primeiro gol da era profissional dos oranges?
ΘLINHA DE PASSE EURO’2008:Terminada a fase de grupos que é, na realidade, o corpo do torneio, dá para traçar um quadro do futebol europeu e de suas principais seleções, classificadas ou não. Aqui vão alguns toques: 1) E a Grécia, que chegou com a taça e não fez um pontinho sequer, levou os vovôs (velhos para o futebol, não para a filosofia) que ganharam a Euro anterior em dois escanteios e terá que renovar a equipe a partir do ano que vem se pretender alguma coisa além de ser coadjuvante no cenário internacional. O time nesta Euro esteve mais para o idealismo reacionário de Platão do que para as linhas de corte dos sofistas. 2) A Espanha, apesar de ter se classificado em primeiro e com 100% de aproveitamento, tem grandes chances de cumprir a profecia e cair nas quartas-de-final. É que o meio de campo, se pressionado, não produz. Contra os russos a coisa não ficou russa porque os Putin Boys ainda não tinham ritmo de jogo. Contra a Suécia, a Fúria mostrou que não tem criatividade diante de uma marcação mais apurada, e ganhou num balão pra frente que Villa aproveitou. Contra a Itália, a coisa deve pegar. Mas torceremos pelos vermelhos. 3) Já a azurra, sem o seu principal articulador de jogadas, o cara-imóvel Pirlo, irá sofrer nas jogadas de ataque. Ou não. Quem sabe, com um meio de campo mezzo Milan, mezzo Roma (com De Rossi e Aquilani, a confirmar), a esquadra berlusconiana pode melhorar o toque de bola e chegar com mais facilidade ao gol espanhol. De qualquer forma, é um time limitado, que só marca e depende da única jogada do time dar certo. 4) A França mostrou que se aposentou junto com Zizou. Os Bleus até ensaiaram um sufoco contra os italianos, mas sem o craque de Notre-Dame, Ribéry, o time não anda. Tempos obscuros para a França futebolisticamente. E não por falta de imigrantes como sementes de craques pelos subúrbios de Paris afora, mas pela decadência do modelo monopolista do futebol local, onde somente o Lyon pode tudo, inclusive ser sete vezes campeão seguido da Ligue 1 sem ninguém reclamar. Palpites para as quartas-de-final: Jogo 1: Portugal (sem torcida pra nenhum dos lados); jogo 2: Croácia (torcida pelo bom futebol dos pupilos do técnico-gato Bilic); jogo 3: é certo que o futebol é o único esporte do mundo onde tudo pode acontecer, e a Holanda é campeã em decepcionar nos momentos decisivos, mas a tecnolaranja de Van Basten deve chupar até a última gota de sangue dos russos, sem maiores dificuldades. E sem o direitista Seedorf, que pra não ficar na reserva do ótimo e gatíssimo Sneijder, preferiu pedir pra sair do que ser mandado embora; jogo 4: coração espanhol, torcida espanhola, apesar do técnico racista. Mas deve dar Itália. E você, torcedor intempestivo, arrisca um palpite antes da bola rolar?
Θ EUROCOPA AUSTRIA/SUÍÇA 2008. Aqui você confere os placares dos jogos já realizados, a tabela dos confrontos e os confrontos eliminatórios. As resenhas das partidas você continua lendo no nosso Chagãozinho Eurocopa, diariamente:
QUARTAS-DE-FINAIS
1 – 19/06
Portugal – Alemanha
2 – 20/06
Croácia – Turquia
3 – 21/06
Holanda – Russia
4 – 22/06
Espanha – Itália
SEMIFINAIS
25 e 26/06
Vencedor 1 – Vencedor 2
Vencedor 3 – Vencedor 4
FINAL
29/06
Vencedor SF 1 – Vencedor SF2
ΘELIMINATÓRIAS SUDAMERICANAS COPA 2010 (I).Disse um vidente mineiro esta manhã: “uma seleção sulamericana, cujo nome começa com B, vai golear uma grande seleção da América do Sul”. A IEER ficou em polvorosa, teve quem consultasse seu pai-de-santo pra confirmar com os orixás se a vidência era procedente. E todos foram unânimes. Era real a informação metafísica. O torcedor braziniquim que acredita na imprensa se aprumou na cadeira, e esperou pelo jogaço. Viu um PELADAZZO. Dois times desrespeitosos com a Leonor. Um primeiro tempo arrastado, cuja única cena digna de menção foi a saída apatetada do goleiro (isso é um goleiro?) Pato, à Lá comédia pastelão, perseguindo um Robinho que, pela imaginação, sem nenhum elemento material que sustentasse a idéia, pensou que fosse garrincha. Mané fosse, não teria se preocupado com o gol. Mas como é Rubens e não Manoel, ficou na marcação dos portenhos. O segundo tempo veio na mesma balada, mas ao menos os albicelestes conseguiram, enfim, acertar três passes. Mesmo assim, insistiam nas bolas longas, atravessando o meio de campo. Do outro lado, os amarelos pegavam vaias, e também prescindiam da meiuca. Alguns gols perdidos, muito chute de futebol americano, e a torcida vaiando a saída de Adriano. Aplausos, somente para Messi, da torcida brasileira inclusive. Ao final, vitimizada, violentada fisica e espiritualmente, a bola suspirou, exaurida, o fim da batalha. Aí o torcedor e a imprensa braziniquim lembraram do vidente, da profecia, da confirmação de todos os orixás, sem saber que os santos não erram: Bolívia 4 X 2 Paraguai.
ΘELIMINATÓRIAS SUDAMERICANAS COPA 2010 (II).Outros resultados, próximos confrontos e classificação:
6aRodada: 17 e 18/06
Uruguai 6 – 0 Peru (Montevidéu)
Equador 0 – 0 Colômbia (Quito)
Brasil 0 – 0 Argentina (Belo Horizonte)
Bolívia 4 – 2 Paraguai (La Paz)
Venezuela – Chile (Puerto La Cruz) – Jogam hoje *
Classificação:
Paraguai – 13
Argentina – 11
Colômbia – 10
Brasil – 09
Uruguai – 08
Venezuela – 07*
Chile – 07*
Equador – 05
Bolívia – 04
Peru – 03
Querid@ “mais” amad@ Chagão,
Se os vovôs da Grecia estão velhos para o futebol, mas não para a filosofia, é porque eles não podem saber o que é filosofia. Se estão velhos pro futebol é por causa, como muitas vezes foi dito em seus textos-artes, do profissionalismo agarrado no mundo business embalado pelo capitalismo. Aí sim existir velhice decadente que impede a arte dionisíaca futebolística. Se o futebol fosse o embalar suave da criança que me empurra entre as traves produzidas por sandálias, poderiam vim velhos, jovens, mulheres, negros, brancos, amarelos, sem cor, gays, crianças, eleiijados, saci-pereres,e os cambau que todos estavam no jogo agitando a alegria de me querer linda, rolando, tenha gol ou não, tenha vitória ou não, mas alegria…
Chagão, querido! Qual foi?
A resposta da tua pergunta é:Klaas Smit. o jogador que ficou conhecido por ter marcado o primeiro gol da história do futebol profissional holandês. Ele morreu aos 77 anos em 23 de fevereiro deste ano. O gol foi marcado em 14 de agosto de 1954.Vitória de de 3 a 0 do Alkmaar sobre o Venlo.
Beijaços com a ternura de saber que nunca se é velho de mais nem para a filosofia, muito menos, para o futebol, minha fof@.
Nossa Leonor!
Queridíssima Leo,
Antes a velhice de um futebol não se materializasse nas caneladas em campo! Mas você mesma matou a charada: se “esse” futebol fosse o embalar suave da criança…
Esse futebol do operário-padrão tem sim, idade, cronologia. Do contrário, não se materializaria, não seria possível existir um Adriano sendo ovacionado como craque, pois os elementos corporais e incorporais (os mesmos que você também coloca em seu intempestivo textículo) não permitiriam que crianças e jovens enxergassem o futebol com o mesmo olhar faminto do carreirismo academicista de mercado que um professor reacionário.
Daí, a velhice, que não existe, se materializar, pela imaginação, como uma produção da imobilidade do futebol transfigurado em futebusiness e colocando em campo não homens livres para jogar, mas operários vendendo seu pé-de-obra. Se Grécia, Brasil, Argentina Alemanha, Itália, França, Romênia, Portugal e outros mundo afora jogam todos iguais, sem brilho, sem a linha dionisíaca a que você se refere, então a velhice se materializa sim, em campo.
E aí, resta, “neste” futebol, lampejos da juventude que deliciava Sartre, lampejos – poucos – na Holanda e Croácia, no Campo do Roma, pelas traves de tijolo, sandálias, pedras, ou mesmo na imaginação criadora, medigos do bom futebol, como diz Eduardo Galeano. É esse futebol mendigal que queremos potencializar.
Fora disso, ao menos no torneio ao que nos referíamos no texto, o futebol que nasce de cabelos brancos predominar, embora não seja O futebol, como não há A filosofia. Para enfraquecer o futebusiness, não basta saber que ele não existe. É preciso examinar suas contradições e engendrar outros possíveis.
Quanto à pergunta, mataste a bola e chutaste no ângulo, sem direito a prêmio, que estamos fora da semiótica da disputa.
Abraços intempestivos, e da próxima sai o texto sobre o Adriano!