PT DE MANAUS SE AGIGANTA: CANDIDATURA PRÓPRIA PARA PREFEITO

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“PRAÇA ESTÁ NA PRAÇA”

Antes de ser um partido político, o Partido dos Trabalhadores veio de um fluxo contínuo que aproximava operários, artistas, movimentos sociais de todas as minorias, fortalecendo-se democraticamente a partir da inteligência, do trabalho social e da ativação de novos projetos para as comunidades de todo o Brasil. No Amazonas, o PT há muito se apequenara, caindo primeiro numa inexpressividade eleitoral e depois debandando-se em coligações duvidosas quanto aos princípio do PT, mas eis que a base respira e afirma o seu desejo de lançar uma candidatura própria para prefeito de Manaus. E foi assim que ontem, domingo, houve a escolha interna do PT manauense entre os dois nomes que mantiveram candidatura interna: Sinésio Campos e Francisco Praciano.

O bloguinho intempestivo foi até o CEFET, e lá ouviu vários eleitores, antigos afiliados e jovens militantes, que falaram antes de tudo da perspectiva de ter uma candidatura própria:

O PT do Estado do Amazonas vive um momento de reencanto, que trouxe consigo uma vasta bandeira de luta de muitos anos atrás, que era a bandeira das transformações sociais, de se chegar ao poder com os trabalhadores, através da organização política, para se chegar ao poder com um projeto democrático popular fazendo ações voltadas para os trabalhadores. O PT nasceu sobre esta ideologia, esta ideologia marxista da transformação e passou ao longo da sua história por alguns reverses, tropeços. E agora, neste ano de 2008, ele se reencanta ao lançar candidatura própria, trazendo por exemplo Praciano, que é deputado federal, está na câmara, no parlamento federal, no Congresso Nacional e de outro lado Sinésio, que é um parlamentar que está aqui na Assembléia, também ouvindo o calor do povo aqui. Então temos tudo para fazer uma boa campanha eleitoral e fazer com que o nosso candidato ganhe a prefeitura de Manaus, nós temos tudo, temos hoje organização para isto, estrutura para isto, nosso partido dos trabalhadores é poder hoje, então há todas as posições para que se faça uma boa campanha, e se chegue ao poder aqui em Manaus e com isto poder colocar este projeto democrático popular em ação aqui na nossa cidade. (Professora Iraildes)

Eu acho que o Praciano reune um conjunto de condições e de atributos que o fazem um candidato para concorrer e representar uma gestão democrática, voltadas para os interesses da população, fiel sobretudo aos compromissos históricos do PT e da lutasocial do Brasil. Acho que este é o principal aspecto. Então, um candidato que reúne atributos, condições para bem representar o povo e fazer esta coisa avançar pelo menos politicamente. (Francisco Nailson)

Eu acho que o nome do Praciano vem realmente atrelado a toda uma ideologia do partido sem descambar pro lado do puxa-saquismo, e vendo realmente as questões que sempre pregou o partido… da ética, da decência. Exatamente por isso eu estou apoiando a candidatura do Praciano. (Renan Freitas Pinto)

O candidato Sinésio Campos falou-nos sobre suas perspectivas às prévias e sobre a atual conjuntura política municipal, atento a questões nacionais e até mundiais, criticando a pífia cobertura da mídia sobre o processo eleitoral que está em andamento na cidade:

Eu tenho 16 anos de filiação partidária e nunca tive outro partido a não ser o PT. E eu acho que a promiscuidade política vicia e o homem fica que nem macaco barrigudo, pulando de galho em galho, então creio que você tem que ter uma identidade. E um ponto que creio ser fundamental também é que o PT é um dos únicos do país, e poucos no mundo fazem a escolha de forma democrática. O presidente Lula se tornou presidente da república, mas se submeteu às prévias do PT, disputando com o Suplicy, e mesmo se sagrando o candidato do PT. Então eu vejo que esta é uma disputa interna e houve debates onde foi apresentado propostas e que na verdade é o que nós queremos pra cidade de Manaus. Entendo que a mídia tradicional deu muito Ibope e continua dando Ibope para as eleições dos Estados Unidos, as prévias entre Obama e Hillary, e acho que aqui deveria ser dado pela mídia uma discussão. Aqui a discussão é outra, quem tem mais poder econômico, quem tem mais voto, mas que a militância não participa, não opina, uma vez que o PT tem este grande legado e após a definição do candidato do PT, o passo seguinte é discutir e dialogar com os partidos que compõe a base aliada, e fazer algo competitivo para a gente disputar com os partidos que não compõe a base aliada.

O vereador José Ricardo também avaliou as prévias do PT na cidade de Manaus e, indo além da importância de se lançar uma candidatura própria, ele, que vinha de uma tentativa de impugnação da candidatura de Sinésio, não deixou de declarar seu voto:

Eu acho que depois de 20 anos, esta é a oportunidade do PT lançar um candidato e a gente espera que seja um candidato que possa empolgar a militância, filiados, simpatizantes, e com isso o PT tenha um bom resultado nas eleições. Historicamente se percebe que o partido político que lança um candidato consegue muito voto de legenda para vereador. Então nós queremos não só eleger o prefeito, mas aumentar a bancada do partido dos trabalhadores. E o processo aqui é um processo da gente do PT, nenhum partido faz isso onde os filiados vão escolher quem vai ser o representante, quem vai disputar e quem vai ser candidato. Isto é um avanço que os outros partidos deveriam copiar, imitar. É desgastante porque dá trabalho, mas ele representa um pouco mais daquilo que defendemos, a questão da democracia, da participação e do respeito na escolha dos candidatos. Eu acredito que a candidatura do Praciano, sendo eleito como candidato ele vai unir mais os candidatos, a sociedade e acredito que consigamos chegar no 2º turno. Com o companheiro Sinésio, não vejo da mesma forma: a empolgação é menor, está muito ligado a um governo com muita corrupção, que temos que avaliar e criticar, e isto vai prejudicar o Partido dos Trabalhadores se tiver ligado a um governo acusado de uma série de situações de corrupção. Então acho que o Praciano vai ajudar muito mais o partido que o outro candidato.

Então foi a vez de Praciano, na verdade um dos responsáveis por ter forçado dentro do partido o lançamento de uma candidatura própria, o que grande parte das chamadas lideranças não queria. Ele falou de suas perspectivas quanto às prévias e sobre sua posição política no Partido dos Trabalhadores.

Um avanço no partido foi sair pela candidatura própria, por que alguns companheiros, equivocadamente, acharam que poderiam apoiar o Braga, que poderiam apoiar o Serafim mesmo com ele tendo uma rejeição muito alta; então o Serafim, com rejeição alta, e o Braga e Omar, que não têm nenhuma compatibilidade com a gente, seria um prejuízo inaceitável para o PT. Então a candidatura própria já foi um avanço. E agora a democracia espera do partido algumas observações que ele poderia fazer em relação ao processo, uma espécie de informatização, a logística do processo, mas fora isso é a cara do PT e espero que o Praciano seja o escolhido para manter uma compatibilidade na vontade da população. Eu ainda tenho uma utopia, eu sou uma pessoa que tem a utopia socialista, ser de esquerda é confrontar a ordem, é contestar o status quo, este é o meu perfil. E por que o status quo tem que ser conservado? Por que temos uma escola de 30 anos, que é populista, enganadora e corrupta; então eu contesto este status quo. E do outro lado temos um candidato, desculpa dizer, companheiro Sinésio, que é líder deste governo, desta escola, então pelo fato de ser líder desta escola, como ele pode competir com a própria escola? O discurso desaparece. Então eu tenho um discurso mais revolucionário, mais de mudança, mais do lado do PT, de principio, de parceria; e o outro lado, embora tenha este discurso, está proibido de fazê-lo por causa da forte aliança e convivência harmoniosa com aquelas escolas.

Pra nós do partido, nós consideramos que o partido está de parabéns por ter aprovado candidatura própria, afinal nós estamos há 20 anos sem disputar uma eleição, há 20 anos que não colocamos um candidato próprio pra disputar a eleição pra prefeito da capital, em Manaus. Pra nós já é bastante importante em 2008 a gente ter decidido lançar um candidato próprio. A disputa hoje em saber qual é o nosso candidato já é uma coisa bastante pra se lutar. E para nós o candidato que sair daqui vai ser o candidato que o partido vai abraçar. Nós estamos torcendo logicamente pra que seja nosso companheiro Praciano, pois achamos que tem mais densidade eleitoral e, portanto, mais possibilidade de ganhar. (Eranildes Silva Mota)

Eu vejo este processo eleitoral com duas perspectivas do PT: uma de um PT que quer construir um projeto de poder e outra que prevê o PT atrelado às estruturas de poder, que são viciadas, marcadas pela corrupção e que são inclusive financiadas por este processo. Colocar o Praciano como candidato do PT é ter uma perspectiva ética, de poder e uma perspectiva de futuro. O Sinésio ao contrário, é uma perspetiva do passado pois se atrelou aquilo que existe de pior na sociedade amazonense que é o Eduardo Braga, o Omar Aziz…. Então eu acho que há um diferencial, e a militância do PT foi chamada pra votar neste diferencial. E espero que este diferencial seja o diferencial do Praciano, para que possamos construir um projeto de poder para o futuro (Lizardo).

Eu acho que o problema mais interessante aqui é que pela primeira vez estamos vendo na cidade de Manaus a candidatura de um candidato ser escolhida pela base de um partido e não indicado. Você tem hoje um outro partido que o senador veio do Rio de Janeiro pra dizer quem é o prefeito do partido. E nós aqui temos em torno de 1700 pessoas e eu acho que só isto já é um diferencial relativamente grande. Eu imagino que este momento também inaugura uma nova forma de candidatura pra cidade de Manaus. Uma candidatura que cheire povo, que traga o povo efetivamente a candidatura militante, onde não vai ter dinheiro, mas vai ter pessoas apaixonadas; e eu acho que isto é um diferencial. Também espero que a candidatura que venha do PT possa trazer dois elementos importantes: um é aumentar a participação do povo não só do controle, mas das definições das políticas municipais, e eu acho isso fundamental pra cidade, e o segundo, é importante, e neste momento você tem as verdadeiras prioridades populares, que eu acredito que não é o viaduto, o concreto, acho que é muito mais a nossa população. É a questão da educação que tem índices muito baixos, a questão da saúde, da cultura, não a cultura do centro, para um pequeno grupo, mas uma cultura que chegue mesmo em cada ponto de nossa cidade, então tenho uma expectativa muito boa. A gente pode neste momento estar realmente inaugurando uma prefeitura democrática e popular (Waldemir José).

Estas prévias do PT são importantes para resgatar pra sociedade a característica do PT que é um partido democrático, o PT tem esta prática histórica de escolher seus candidatos com a participação dos filiados, num processo totalmente aberto, livre em que cada filiado manifesta sua idéia, sua opinião sobre seu candidato. Penso que na história brasileira e regional hoje o PT tem crescido e tem assumido suas propostas de construção de uma sociedade mais democrática, com um projeto de governo; o PT é hoje governo em várias capitais do país e tem o presidente do Brasil também, mas ele precisa se afirmar no Amazonas, pois eu penso que aqui ele ainda não se encontrou, mas estamos caminhando pra isto. E este tipo de prévia, escolha de candidato, espelha esta característica do partido e principalmente por que o que acontece em Manaus acontece no interior. Na medida que este reflexo vai se consolidando também nas coligações que são feitas no interior, acho que o PT com isso vai se consolidando dentro do estado. Mas para podermos de fato concorrer ao poder precisamos de mais organização, apresentar melhor nossos candidatos pra sociedade, manter uma certa coerência, não podemos deixar de fazer uma auto-critica e dizer que o PT, no Amazonas, por falta de uma falta de requisitos a gente tem apoiado outros candidatos correndo o risco da nossa própria coerência histórica, mas isto tudo é um processo que pode ser corrigido; esta mudança de rota, busca de uma rota mais coerente é importante para que a militância dê uma importância especial a isto, faça uma reflexão e assuma o seu lugar e seu papel de militância.O que aconteceu no PT por algum tempo foi que a militância ficou um pouco de lado, o PT nacionalmente até se reorganizou e aquele partido de base, de núcleos, de discussão em base, aquilo metodologicamente se perdeu. Hoje tem grupos de discussão, o PT está organizado assim em comunidades de discussão e eu penso que mesmo reconhecendo o valor democrático destas conferências, estes grupos de discussão se restringiram muito a segmentos mais intelectualizados e a base perdeu um pouco este norte que tinha no inicio do PT de grandes discussões. Acho que vocês lembram que o PT tinha praticamente um núcleo de base em cada bairro, e hoje em Manaus o único remanescente é o núcleo de Petrópolis… Há alguns remanescente na Compensa e outros bairros, mas não mais com aquela força que tinha. E se resumiu a militância em grupos de educação, meio ambiente, de direitos humanos, é até bom, outro momento do partido, mas a militância se afastou disto. Esta é a critica que eu faço e tenho discutido isto com os outros companheiros e sinto que houve uma adequação muito rápida no que determinou a nacional, esta nova forma de organização, mas isto não impede que levemos estas discussões em todos os lugares que seja possível, o importante é que não se perca esta característica democrática. Penso que neste momento o candidato que ganhe ou o candidato que perca, o resultado deve ser legitimado por um ou por outro e independente de quem perca amanha a gente tem que estar na rua defendendo o candidato que ganhou, isto é democracia: escolha e respeitar o resultado (Vandenir de Souza Lira).

Eu sou do PT há 20 anos, sou economista e participo do núcleo do PT de Petrópolis. Eu acho que a prévia que se dá hoje é resultado de um processo que o PT vivencia nestes anos todos, a questão da democracia interna. O pessoal reclama que já tiveram 4 eleições, mas depois nós reclamamos que não tem eleição dentro do PT. Então acho que as previas demonstram a democracia interna e que também expressa na questão externa do partido, de tentar colocar as propostas para que a militância possa avaliar e dizer quem é o melhor, então eu acho que o importante foi isso: a democracia que se consolida dentro do PT (Clóvis Marques de Souza).

O mais importante é ter candidato próprio pra prefeito e espero que o Praciano obtenha este êxito e a partir de amanhã vamos para os campos, para as ruas, para as praças levantar esta campanha, independente do candidato, que espero seja o Praciano (Mozane).

E para a alegria da coluna “O Mundo é Gay”, este Bloguinho encontrou um militante do movimento GLBT – Manaus: o companheiro Joilson, que nos falou das dificuldades e conquistas que o movimento tem encarado:

O meu propósito no PT é conquistar espaço pro meu bairro, formalizando, entrando num bom consenso em relação ao núcleo da juventude, trazer melhoria pra juventude do meu bairro, não só lutar pro direito da juventude do meu bairro, como pro direito também dos homossexuais, no movimento GLS, no qual a gente vai estar reunindo, formalizando aquele núcleo e lutando pelos nossos ideais, e o propósito é este, não é facil, mas a gente vai meter a cara neste campo e a gente vai conseguir de fato e tem vários companheiros que vão apoiar, mesmo porque as pessoas não tem expectativa de vida, não tem uma formação política, não tem algo bem estruturado, e acontece que as pessoas não sabem procurar seus diretos e por isso elas são conhecidas pela sociedade como ignorantes. Estamos formalizando dentro do partido, procurando espaço, uma briga por espaços para lutarmos pelos nossos direitos, e também outros companheiros homossexuais vão se reunir, e até mesmo agora dia 4 de junho, vai haver uma conferencia em Brasília da qual vai haver uma disputa a quem vai viajar daqui, não vai entrar em disputa de jogada política, vai simplesmente como observador e como ouvinte para trazer o que veio de lá, como uma aplicação de um projeto: como trabalhar, estruturar uma base de políticas públicas também para homossexuais. O propósito é contra o preconceito e a homofobia e esta é a questão. A disputa que fazemos aqui é em busca de espaço, mas nada mais nada menos está indicado que Praciano, sempre foi indicado a prefeito de Manaus, por que ele foi um dos primeiros deputados federais mais votados na capital, só não foi em todos os municípios por que ele não era um homem reconhecido e é Praciano na cabeça companheiros, e a gente apóia ele por que a DS é de luta, e a gente está na luta.

Finalizada a votação, todos ficaram na espectativa do resultado, que ia sendo conferido pelas equipes de apuração.

Enquanto rolava a contagem de votos, a expectativa aumentava. No rastro das risadas e das opiniões, o companheiro Amilcar da Silva analisou e enunciou a este Bloguinho o desejo da militância:

Acho importante a gente perceber que tudo que a militância quer ela pode e justamente isto que está sendo mostrado. Estamos sentindo que a militância do PT estava ansiosa a ter uma candidatura própria, estava cansada de servir de escada para candidatura de outros partidos estarem assumindo a administração da nossa cidade, então resolveu agora propagar a candidatura do PT e aí é isto que estamos sentindo e as pessoas estão externando aqui nesta eleição, as prévias do partido.

E a cada resultado de zonal, as pessoas presentes iam ficando mais envolvidas, principalmente os partidários de Praciano, que ia aumentando consideravelmente a margem de diferença.

Até que veio o resultado final da apuração:

SINÉSIO CAMPOS:………………748 (41,3%)

FRANCISCO PRACIANO:……….1060 (58,7%)

.PRAÇA PARA PREFEITO DE MANAUS. foi a escolha democrática do Partido dos Trabalhadores, que carregou-o para a rua e depois o ouviu de cima da kombi, lugar de onde tantas vezes ele quando vereador, e mesmo agora como deputado federal, importunou a ineficiência dos passados e atuais administradores da cidade.

O agora candidato do PT à prefeitura de Manaus falou a este Bloguinho, segundos após o anúncio oficial:

“Companheiros a democracia interna do partido venceu, candidatura própria, programa de governo popular, transparente, uma luta ampla, uma cidade menos do PSDB e o DEM esta é uma reserva que o partido nacional faz, ampliar alianças e uma campanha popular, um governo popular, obrigado companheiro estamos na luta”.

Daí, foi correr para o abraço, discursando para a multidão que agora estará nos próximos dias preparando-se para impulsionar Praça à Prefeitura de Manaus.

Companheiros, eu gostaria de começar pelo início. Este partido nasceu em 1980, com um objetivo muito claro: O povo trabalhador tem que ocupar espaços políticos. Antes só os ricos, antes só os privilegiados, antes só os aristois. O PT é um partido que nasceu dizendo: Chega aos grandes, aos fortes, aos que dominam a economia, aos que dominam o país! Fazer política. Política tem que ser feita pelo povo, pelo trabalhador e nós saímos pelo Brasil todo espalhando, aprendendo e ensinando a população a fazer política. Invadimos as igrejas, invadimos as comunidades, as ruas, as praças dizendo: Saiam, ocupem os espaços, sejam poder. É por isso que este partido é um partido de massa, é por isso que este partido é um partido de democracia. E a democracia no Partido dos Trabalhador sempre foi aqui, no Rio Grande do Sul, na Bahia… a democracia interna é real. Aqui não tem cacique, companheiros, é a base que fala, é o povo que fala, é o militante que fala, e a consciência critica dos nossos militantes, da nossa base fala mais alto do que qualquer coisa. Vimos no nosso encontro, quando tínhamos várias opções, a base falou: Nada disso, este é o momento do PT, queremos candidatura própria. Hoje a base está dizendo qual candidato ela quer que se apresente à cidade de Manaus para fazer frente a esta história que vocês conhecem que nos domina há tempos, mas que se não tiver um governo popular, democrático, não sabe fazer parceria com a sociedade, não houve a sociedade, não tem orçamento participativo e muita imoralidade no caminho e na história desta escola. E a base está dizendo: Vamos pra rua fazer um conserto, vamos para disputar, vamos de fato, com elegância, com proposições do modo petista de governar, e é isto que nós faremos companheiros. Isto é a nossa democracia. PT sempre tem vários grupos que defendem teses, opiniões, que têm diferenças, mas quando decide, nós temos unidade. E neste momento, companheiro Sinésio, convoco, peço, solicito aos companheiros, que todas as tendências venham a somar conosco um projeto de ganhar a Prefeitura Municipal sem mágoas, sem ressentimentos. Eu não quero citar todos os companheiros, pois não poderia fazer isto. Mas quero dizer que a democracia do partido nos últimos dias foi bastante diversificada. Tivemos três, e depois mais este encontro, e teremos ainda mais um, pois autorizamos a executiva do partido, pois trabalhamos de forma coletiva, a executiva do partido junta com todos nós vai começar a discutir e articular na base. Aliada do governo Lula, pra gente ampliar esta aliança e sair fortalecido mais ainda nesta campanha. A estratégia do partido é a unidade do partido, e que é uma aliança ampla. Logicamente que as regras do partido nacional que o PSBD está fora, que o DEM está fora, e os outros partidos a executiva nacional certamente fará aliança com outros partidos e ampliar e fortalecer esta campanha. Companheiros, quero agradecer a todos. Companheira Gilsa, Companheira Mariene, Companheiro Sinésio, Companheiro Aldair, Companheiro Tonico, Companheiro Ronaldo, e assim poderia fazer a todos, Companheiro Dori Carvalho, que gostaria que encerasse nesse discurso aqui em cima desta Kombi, para agradececr a todos, a juventude, os sem-terra, os sem-teto, todosaqueles que nós representamos. Aqui é uma festa da democracia, não há ganhador, o ganhador é o PT, que certamente fará pro povo o maior bem se a gente chegar a dirigir esta cidade. Vocês conhecem nossa história, nossa história será colocada em prática, parceria com a sociedade, ética, transparência, políticas públicas feitas a partir da ausculta do povo. Muito obrigado companheiros, e a luta continua.

Para a AFIN, que há muito torceu e colocou sua posição a favor da candidatura do Praciano, ela agora vem por abaixo não somente os planos dos fisiologistas internos do partido, que se sabe, dividiam-se no apoio à reeleição do prefeito Serafim e no apoio ao candidato do governador Braga, Omar Aziz, mas além destes, todos os outros que observavam e torciam para que a candidatura de Praça não se efetivasse. Todos eles: Serafim e Omar, Carlos Souza, Sabino, Rebeca Garcia, Silas Câmara, entre outros. E o mais importante de tudo isso, depois de tantos anos à mercê de falsas lideranças, é o momento para as bases voltarem a realizar o trabalho que lhe dá o nome para impulsionar a candidatura do Praciano e fazer dela um caminho para uma modificação na forma de atuar politicamente na cidade a partir de trabalhos sociais, artísticos, comunitários, para pôr em movimento a ação política que caracteriza o PT antes mesmo de ele vir a ser burocraticamente constituído. Assim, essa candidatura não é personalística, é coletiva, junto com Praça, todos, militantes, simpatizantes, iremos à praça, à rua, às comunidades para movimentar uma potência maior, democrática na cidade de Manaus.

Ao término dos trabalhos, o companheiro Joaquim Soriano, Secretário Nacional de Formação Política do PT, alagoano que veio prestigiar as prévias de Manaus, e responsável pelo acompanhamento do processo eleitoral do partido na região norte, falou sobre o que viu:

O processo aqui hoje foi bastante tranqüilo, a disputa bem organizada pelo diretório municipal, parece que o quórum da previa foi maior que o dos encontros… É um resultado digamos importante das zonais, um resultado muito definido. Temos um candidato agora, o Praciano, e a minha impressão é que o PT aqui em Manaus tem uma vontade reprimida de ter uma candidatura própria, o fato do encontro ter aprovado por unanimidade a candidatura própria, é muito importante. Faz tempo que o PT não lança um cabeça de chapa aqui em Manaus, e dá a impressão que tem uma janela aberta para que o PT e o Praciano liderem este processo eleitoral. A votação dele pra deputado federal em Manaus corresponde a 13% do eleitorado, é uma base eleitoral muito significativa. É votação de candidato majoritário de várias eleições. Agora vamos buscar uma aliança com os partidos da base aliada, é muito importante este trabalho daqui pra frente. O período eleitoral neste ano de 2008, na metade do 2º mandato do presidente Lula pro PT vai ser muito bom. Temos candidaturas competitivas em varias capitais, em várias cidades importantes, um grau de capilaridade no interior, nos pequenos municípios, muito importante, e é claro que a identificação do presidente Lula com o PT é muito grande. O programa do PT no governo Lula tem recebido um apoio muito significativo da população, então na minha opinião, neste ano de 2008 nós vamos colher muitas vitórias. É natural que numa disputa eleitoral os partidos da base aliada de nível federal se organizem de forma distinta, mesmo por que tem muitos partidos da base aliada do presidente Lula que nos estados fazem parte da base do PSDB ou dos democratas, então não tem correspondência imediata do que é aliança nacional pro que é aliança municipal. Por exemplo, em São Paulo o ex-governador Orestes Quércia do PMDB fez aliança com os democratas do prefeito Kassab e todavia é apoiado pelo governador Jose Serra do PSDB. No caso do Rio de Janeiro o candidato do PT Alessando Molon tem apoio do PMDB do governador Sérgio Cabral. No caso de Porto Alegre nossa candidata Maria do Rosário não encontra nem no PMDB do atual prefeito e nem, óbvio, da governadora Yeda, todavia o PTB também participa do governo do PSDB. Então o longo leque de aliança do presidente não se reflete nem a nível estadual, quanto mais obrigar que isto tenha alguma correspondência no plano municipal. Sendo assim discutimos localmente com os partidos principalmente PSB, PCdoB e PDT e com um bloco de esquerda como nossa aliança prioritária e espero que aqui a executiva municipal leve a bom termo este diálogo para construção de aliança política em tom da nossa candidatura com o Praciano. No grupo eleitoral da direção do partido eu sou responsável, e tenho o orgulho e a honra de acompanhar as eleições na região norte do país.

Daí, foi a militância ganhando as ruas e fazendo a festa da democracia!

2 thoughts on “PT DE MANAUS SE AGIGANTA: CANDIDATURA PRÓPRIA PARA PREFEITO

  1. Admiro o estilo de administração do Fraqncisco Praciano, o jeito de fiscalizar, sua doação pelo povo amazonense, principalmente na fiscalização do Transporte Coletivo de Manaus onde povo paga por um passagem de 2 reais, mais tem um transporte pessimo. O que sofrem mais é o trabalhado de lojas, que tem que se apresentar impecavel, o funcionário público que sua ferramenta de trabalho é o estilo, afinla, o Praciano é um detetive que restreia corrupção. Admiro o teu trabalho Praciano. Que nosso comandante maior Rei do Universo te dê a vitoria de comanda o nosso Município de Manaus.
    Edson Macedo – Taquigrafo da CMM.

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