Não há dúvidas de que a prefeitura na gestão Serafim continuou, e até aprofundou as relações íntimas entre governo e proprietários das empresas de transporte, que se arrastavam por governos anteriores. Depois da prisão dos “baderneiros”, da tentativa de uso eleitoral da manifestação dos trabalhadores do transporte coletivo, agora a manobra ocorreu no sentido de evitar a abertura de uma CPI na câmara municipal para investigar se as empresas realmente não respeitam os direitos trabalhistas de seus funcionários.

Talvez acreditando que seria uma assinatura “boa de votos”, alguns governistas canetaram o abaixo-assinado promovido pelo vereador-intensivo Waldemir José (PT), dando margem numérica para a abertura da CPI. No entanto, menos de 24h depois, e após consulta ao presidente da IMTU, Marcelo Ramos (comunista, como o secretário da SEPROR, Eronildo), os mesmos vereadores recuaram e retiraram suas assinaturas. Dentre eles, estão: Tatá (PSDC), Mirtes Sales (PP), Glória Carrate (PMN), Paulo Nasser (PSC), Irailton Sena (PSB) e Lúcia “comunista como o Eronildo” Antony (PC do B).

Waldemir, que continua mostrando que é exceção na CMM, argumentou que os vereadores não tem capacidade de se indignar. Tem razão, a indignação só é possível àqueles que diante da dor conseguem conceber um mundo onde ela não seja necessária, e para isso é preciso sair do ressentimento. Coisa que os vereadores não conseguem, ou não suportam, já que, como eficientes apassivados pela subjetividade do Estado Capitalístico, precisam cultuar a dor para manter a ilusão da existência.

2 thoughts on “A CPI QUE FOI MAS NÃO FOI

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