ORGANIZAÇÕES PALESTINAS E HAMAS CONDENAM LEI DE PENA DE MORTE QUE AVANÇA EM ISRAEL
Cerca de 10 mil prisioneiros palestinos estão encarcerados em Israel atualmente
Mesmo após o cessar fogo, Israel mantém milhares de palestinos em suas prisões – Carlos Rayes / AFP
O Hamas considerou a medida uma demonstração do desprezo de Israel por todas as leis e normas humanitárias internacionais, descrevendo-a como personificação da “horrível face fascista da ocupação israelense”.
O grupo reivindicou uma ação urgente da Organização das Nações Unidas (ONU) e das instituições internacionais de direitos humanos para interromper o projeto. E solicitou a criação de comissões internacionais para ter acesso aos centros de detenção, conhecer a situação dos prisioneiros palestinos e revelar as atrocidades cometidas nesses locais.
“O governo israelense do extremismo e do terrorismo está demonstrando mais uma vez que se alimenta do sangue e do sofrimento dos prisioneiros em suas cadeias”, acusou o Hamas.
Organizações de direitos humanos consideraram a proposta um instrumento de vingança política e racial, inserida na guerra de extermínio que Israel vem travando contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, desde 7 de outubro de 2023.
O Centro Palestino para a Defesa dos Prisioneiros alertou que as consequências desta medida serão “mais sangrentas” e poderão arrastar toda a região para uma nova espiral de violência. Além disso, exigiu que a ONU e as organizações internacionais assumam as suas responsabilidades para travar as políticas criminosas de Israel.
Já o Clube dos Prisioneiros Palestinos denunciou as contínuas execuções extrajudiciais de palestinos por Israel. “Os esforços da ocupação para aprovar uma lei que permita a execução de prisioneiros são mais um passo para consolidar um crime que existe e é praticado há décadas. A brutalidade da ocupação é sem precedentes e, hoje, ela busca consolidar o crime de execução promulgando uma lei específica.”
O Comitê de Segurança Nacional do Knesset israelense aprovou um projeto de lei, defendido pelo ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e apoiado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que prevê a execução de prisioneiros palestinos.
Recentemente, a Autoridade Prisional e o Clube de Prisioneiros Palestinos denunciaram a morte de Muhammad Hussein Muhammad Ghawadra, de 63 anos, que estava detido desde 6 de agosto na prisão de Gannot.
Com a sua morte, o número de prisioneiros mortos por Israel desde o início da campanha genocida na Faixa de Gaza sobe para 81, cujas identidades foram totalmente documentadas por organizações palestinas.
*Com informações da TeleSur