DEPUTADA MARINA DO MST PROPÕE CPI PARA INVESTIGAR “CHACINA PLANEJAFA” QUE DEIXOU MAIS DE 150 MORTOS

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ILEGALIDADES

Parlamentar afirma que ação do governo Cláudio Castro foi ‘um massacre às escondidas’ e pede perícia independente

“Nós vemos essa CPI como uma CPI da chacina, não apenas da operação. É para olhar também o processo todo da segurança pública do Rio de Janeiro, que carece de um projeto sério, responsável, que tenha a vida e a dignidade das pessoas no centro”, afirmou a deputada.

Marina criticou a condução do governador Cláudio Castro (PL) e do secretário de Segurança Pública, Victor Santos, apontando que houve ocultação de informações e ausência de planejamento transparente. “O governador Cláudio Castro tem dito muitas falácias, muitas mentiras sobre esse processo. Ele usa da morte, usa do caixão para fazer palco político-eleitoral, pregando massacre e terror”, denunciou.

A deputada também levantou suspeitas de que a operação, supostamente preparada durante um ano, foi conduzida de maneira irregular. “Se é que houve planejamento, foi o planejamento de um massacre às escondidas. Uma operação feita de forma privada, sem articulação entre os poderes, sem inteligência, e que transformou o Rio num campo de guerra”, disse.

Indícios de tortura e câmeras desligadas

Durante a entrevista, Marina revelou que seu gabinete recebeu denúncias de sinais de tortura em corpos de vítimas, além de relatos de decapitações e ferimentos por arma branca. “Há muita ilegalidade, muitos sinais de crueldade. Corpos esfaqueados pelas costas, amarrados à bomba. Famílias estão tendo que entrar na mata atrás de corpos”, relatou.

Ela também questionou a falta de transparência na perícia e a ausência de imagens das câmeras corporais dos agentes. “O próprio secretário de Segurança disse que as câmeras dos 2 mil policiais estavam desligadas. Como isso é possível? Há intenções claras de esconder o que aconteceu”, afirmou.

Por conta disso, a deputada anunciou que enviou ofícios ao Ministério Público, ao Ministério dos Direitos Humanos e à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, pedindo acompanhamento e uma perícia autônoma sobre as mortes.

‘Principais criminosos não estão nas favelas’

Marina também rebateu o discurso de que operações violentas garantem segurança à população. “Quem na cidade se sente mais seguro depois dessa chacina? O crime organizado não está apenas nas favelas. Os principais criminosos não moram nas comunidades”, criticou.

Segundo ela, o modelo de segurança baseado em incursões armadas é um fracasso. “O que nós vimos foi mais insegurança, incerteza e luto. Segurança pública não pode ter a morte como principal ferramenta, mas a defesa da vida de todas as pessoas”, completou.

A deputada destacou que movimentos sociais convocaram um ato público para denunciar as violações e cobrar mudanças estruturais. “É preciso construir um projeto de segurança pública em que a defesa da vida e da dignidade estejam no centro”, concluiu.

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