O jornalista Leandro Demori, ex-editor-executivo do site The Intercept Brasil, usou sua página no Twitter para comentar a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou para julgamento um processo contra Arthur Lira (PP-AL) por suspeita de corrupção passiva.

A denúncia foi recebida em 2019 pela Corte. O comunicador lembrou que, em 2020, os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello (aposentado) votaram para manter o parlamentar como réu. Se o entendimento de agora for o mesmo, Lira não poderá mais ser presidente da Câmara dos Deputados. Dias Toffoli, que havia pedido mais tempo para analisar os autos, tinha até o dia 19 de junho para devolver a vista, mas o fez nesta quarta-feira (31). Para Demori, Lira não cairá facilmente:

Denúncia da Lava Jato. Raquel Dodge denunciou, Lindora Araújo desdenunciou, mas STF já deu 3 votos pra manter Lira como réu. Se o entendimento permanecer, Lira não pode mais ser Presidente da Câmara. É cenário de guerra total em Brasília.

Existe a ADPF 402 que impede que réus como no caso de Lira ocupem a ‘linha sucessória’. Depois teve um entendimento de que podem seguir no cargo, mas não podem assumir a Presidência da República. Eu aposto que isso volta a debate se a coisa esquentar.

Decisões de 2016 e 2017. O Supremo, vocês sabem, muda de entendimento com certa facilidade. Lira não cairia automaticamente, mas eu duvido que seja questão fechada. Só a pressão já vira um problema pra ele.

A ironia nisso: a ADPF apresentada pela Rede em 2016 era pra tentar tirar da Presidência do Senado o hoje inimigo umbilical de Lira: Renan Calheiros. O Brasil, ah o Brasil!