ZERAR DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA E CERRADO RENDERIA R$ 1,2 TRILHÃO AO PIB MUNDIAL, MOSTRA ESTUDO

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Bombeiros tentam controlar incendio no cerrado, proximo a QI 19 no Lago Sul(Valter Campanato/Agência Brasil)

VALE PRESERVAR

Pesquisador da FGV calculou a economia gerada se a floresta ficar em pé

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |

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O desmatamento da Amazônia cresceu mais de 70% durante a gestão Bolsonaro – Valter Campanato/ Agência Brasil

Se o Brasil cumprir a  promessa feita de zerar o desmatamento da Floresta Amazônica e do Cerrado até o ano de 2030, haveria um aumento no PIB (Produto Interno Bruto) mundial de até R$ 1,2 trilhão (equivalentes a cerca de US$ 240 bilhões). 

O estudo foi conduzido pelo pesquisador da FGV Bráulio Lopes, que levou em conta duas variáveis: as emissões – decorrentes de queimadas – de gases que causam o efeito estufa e a redução da floresta (com a menor absorção de carbono). 

Para chegar à cifra, Borges, levou em conta a medida Custo Social do Carbono (CSC) por tonelada a mais na atmosfera. Em 2020, o valor era de US$ 185 por tonelada, cifra que deve chegar a US$ 226 em 2030. Esse montante representa o custo para sanar os danos causados à economia, às pessoas e ao meio ambiente relacionados às emissões de carbono.

Ele calculou que a redução registrada entre 2003 e 2011 gerou R$ 4,2 trilhões (US$ 818 bi) para o PIB mundial. Já o aumento do desmatamento ocorrido entre 2019 e 2022 causou perda de R$ 1,02 trilhão (US$ 201 bilhões). 


Entre agosto de 2020 e julho de 2021, o Cerrado perdeu 8,5 mil km² de vegetação nativa / Jose Cruz/Agência Brasil

O economista afirma que se a redução do desmatamento seguir um ritmo contínuo, os dois biomas deixariam de gerar perdas para a economia mundial já no ano de 2027. À Folha de São Paulo, ele afirmou que esses ganhos são diluidos no tempo

“Esses ganhos e perdas afetam a economia mundial ao longo de muitos anos, já que os gases de efeito estufa têm efeitos por séculos, e os ganhos e perdas são diluídos no tempo. Há cerca de cinco anos, era uma utopia, mas hoje está clara a maneira como o Brasil pode monetizar a preservação, por meio do mercado de crédito de carbono”, diz Borges.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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