TODO HOMEM QUE É VIOLENTO CONTRA MULHER TEM MEDO DELA EM FUNÇÃO DE NÃO TER CRIADO EM SI A IMAGEM DA MÃE-BOA

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
A mãe é o primeiro Outro-Ontológico que criança entra em relação no início de sua vida. Seja ainda no ventre, seja depois do parto. Uma realidade biológica-afetiva-social-existencial óbvia.
A mãe é o Outro que através de seu corpo-terno-oblativo-convidativo, principalmente, o seio é a fundadora da primeira vivência da criança com o Mundo, mesmo que a criança ainda não perceba. É pelo seio que a mãe convida a criança a ingressar no Mundo. E esse convite é experimentado pela estágio chamado oral. A vivência oral pelo ato de mamar, onde o seio é significado pela psicanalista Melanie Klein como objeto parcial: a parte do corpo que a criança entra em relação direta com o Mundo.
É pelo ato de mamar que a criança começa sua socialização entrelaçada com a presença corporal-afetiva com a mãe. Ao mamar a criança fantasia o seio em relação ambivalente. Seio-Bom, quando ela se gratifica ao mamar, e, Seio-Mau, quando tem fome e o seio não se apresenta e cria a fantasia persecutória que a psicanalista chama de fase esquizo-paranoide.
A vivencia do mamar torna a criança alegre, confiante e amante desse Outro que é sua mãe, embora ela não saiba ainda, mas sente que é algo que lhe protege, lhe alimenta e lhe confere as primeiras experiências de higiene. É nesse quadro filial-maternal que a criança vai penetrando no mundo e se tornando segura e independente e ampliando o único Outro para a heterogeneidade dos Outros que são sintetizados em outras pessoas e objetos.
É um processo resultante da internalização da vivência que teve com a Mãe-Boa. A primeira mulher que vivenciou em sua existência e que em sua ulterioridade-existencial vai ser deslocada e projetada em todas as mulheres como afetos amorosos, respeitabilidade, cordialidade, alteridade, amabilidade e companheirismo. Em síntese: AMOR!
Nada dessa vivência-terna com sua mãe o misógino teve. E é dessa frustração que nasce ódio e a violência contra a mulher. No sentido lato filosófico-afetivo-psicológico-ontológico, ele não teve mãe. Nasceu de uma mulher, mas que não lhe amou. Não lhe convidou para a Existência. Não foi oblativa, como diz a psicanalista-infantil Françoise Dolto. Ele pode até matar em nome dela, no dia das mães, abraçá-la, beijá-la e cantar:
“Minha mãezinha querida, mãezinha do coração…” “Ela é a dona de tudo. Ela é a rainha do lá. Ela vale mais para mim que a Terra, que o Céu, que Mar. Ela é a palavra mais linda, que um dia o poeta escolheu. Ela é o tesouro que o pobre da mão do Senhor recebeu. Mamãe! Mamãe…”
Mas não teve mãe. Pode até casar, ter filhos, mas não ama a mulher que casou e, consequentemente, os filhos. Pode casar, se divorciar mil vezes, mas não teve mãe. Não adianta simulação: não teve mãe.
E também, tem o caso da mulher hominizada que casa com esse tipo, mas não tem o dom precioso de ser mãe. São as mulheres que votam em figuras violentas e nazifascistas que servem para desviar a atenção da homossexualidade reprimida. Têm filhos porque se dizem religiosas e seguem o “crescei e multiplicai”. Sem entenderem nada do verbo crescer.
Desta, terrível frustração, em função do pavor da castração diante do pai, restou em seu ego e superego paranoicos, componentes fortemente homossexual que ele luta para reprimir, mas o ódio pela mulher revela.
Como diz a psicóloga Nezinha do Cumaru: A misoginia é uma aberração-hominista. Nada machista, posto que machismo é do gênero-biológico-macho. Aberração-hominista é cultural-nazifascista.