GÊMEAS RICAS, PREFEITOS, SECRETÁRIA: PROMOTORIAS DE 4 ESTADOS INVESTIGAM FURA FILAS DE VACINA

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Denúncias de pessoas fora do grupo prioritário que receberam vacina contra a Covid-19 foram registradas em Pernambuco, Sergipe, Amazonas e Bahia

 

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Os primeiros dias da vacinação contra a Covid-19 no Brasil vêm sendo marcados, para além da empolgação de parte da população com o que pode ser o início do fim da pandemia, por casos de pessoas furando a fila da imunização.

Em ao menos quatro estados foram registradas denúncias, sob investigação dos Ministérios Públicos locais, de pessoas que não pertencem ao grupo prioritário da vacinação e que, mesmo assim, receberam a dose.

É o caso das gêmeas milionárias de Manaus (AM), Gabrielle Kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, que receberam a vacina na terça-feira (19). Logo após, começou a circular em grupos de WhatsApp de profissionais da Saúde imagens da vacinação das duas acompanhada da nomeação de ambas em cargos da secretaria de Saúde, no Diário Oficial de Manaus. Elas são médicas, mas foram nomeadas às pressas em cargos que dariam prioridade à vacinação contra a Covid. A nomeação de Gabrielle foi publicada no dia 18 de janeiro, um dia antes do início da imunização, como gerente de projetos da pasta. A irmã dela foi nomeada no dia 19 de janeiro.

Gabrielle e Isabelle são da família de Nilton da Costa Lins Júnior, presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, uma das maiores de Manaus. Além da Universidade, a família tem membros com carreira política. Dentro do terreno da Universidade Nilton Lins, há uma Unidade Básica de Saúde (UBS). O MP do Amazonas apura o caso.

Situação parecida, também investigada pelo MP, aconteceu na cidade de Itabi (SE). O prefeito do município, Júnior de Amynthas (DEM), recebeu a vacina sendo que tem 46 anos, não fazendo parte do grupo prioritário, que inclui, neste caso, somente idosos. Como justificativa, ele afirmou que o objetivo era “incentivar a população”.

O mesmo fez Reginaldo Martins Prado (PSD), prefeito de Candiba, no Sudoeste da Bahia. Aos 60 anos, ele não faz parte do grupo prioritário para receber a dose. A imagem do mandatário municipal sendo vacinado foi divulgada por um perfil oficial da prefeitura nas redes sociais. Em nota, o MP baiano informou que “tomará as medidas cabíveis para apuração do mesmo, que, a princípio, pode se configurar como crime de prevaricação e ato de improbidade administrativa”.

Já na cidade de Jupi (PE), foram vacinados indevidamente, segundo o jornal Folha de S. Paulo, a secretária de Saúde do município, Maria Nadir Ferro, e um fotógrafo da prefeitura. A gestão municipal informou que afastou a titular da pasta e o MP também investiga.

*Com informações do G1, Folha de S. Paulo e O Dia

 

 

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Ivan Longo

Jornalista e repórter especial da Revista Fórum.

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