SE A PESQUISA QUE MOSTRA VITÓRIA DE BOLSONARO EM 22 FOR VERDADEIRA, O MASOQUISMO SE INSTALOU NO BRASIL

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PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG.

 

É fácil de entender, mas impossível aceitar.

Em seu sentido mais banal, o masoquismo é uma perversão em que o sujeito sente prazer em sofrer. O criador da psicanálise, Freud afirma que ele é produto direto do instinto de morte. A vitória de tânatos sobre o princípio do prazer: Eros. Para Freud, o masoquismo é a derrota do princípio de vida. O que significa que o masoquismo é uma forma de sublimação do medo da vida. Todo masoquista se identifica com quem lhe causa qualquer tipo de dor, seja física, psicológica, moral, econômica, moral, etc. 

Já, para o psiquiatra W. Reich, o masoquismo não representa o que Freud afirma: a perversão como busca de prazer na dor. Para o criador da Função do Orgasmo, o masoquismo não tem relação com a supremacia de tânatos. E muito menos, existe o instinto de morte. Se o masoquismo existe é como sintoma da repressão sexual que os indivíduos sofrem ao serem impedidos em sua metas libidinais na infância que foram direcionadas aos pais, na verdade, uma forte censura que imobiliza o movimento natural do corpo, afirma Reich.

E mais, o masoquista é alguém que jamais experimenta o orgasmo em função das repressões morais e sexuais que sofreu na infância. Daí, que toda forma de abstinência são sublimações masoquistas. Como a compulsão religiosa, a compulsão esportiva, torcida-fanática, idolatria, violência de todas às formas e matizes, medo, tortura, necessidade de fantasia mitificante, alienação, simulação de prazer como a crença no homem de que ereção e jaculação são orgasmo e na mulher gestos-disfuncionais e gemidos. O que para o psiquiatra não passa de masturbação genital: o homem empresta seu pênia e a mulher empresta sua vagina, e muita criança nasceu nesse processo. Nesse sentido, o masoquismo no sexo, é um truque que o indivíduo usa para não experimentar o orgasmo em função de um profundo medo. É por isso, que na sociedade atual se estimula muito a propaganda-erótica: disfarce para ocultar a impotência-orgástica. São milhões dos que recorrem a esse truque, porque o orgasmo é revolucionário. É ponto zero.

Porém, o que se pode aprender com Freud e Reich, é que existem muitos indivíduos no mundo que buscam a sublimação de suas frustrações na dor. Principalmente quando a dor é imposta de forma dissimulada. De forma que parecer ser contentamento, satisfação, e, muitas vezes, sentida como decisão pessoal daquele que sofre sem sentir que é sofrimento. É como diz a enunciação: Sofrer é meu maior prazer, mesmo quando não sinto que sofro.

O brasil pós-moderno passa pelo seu pior momento. Sintetizando, depois do golpe de 2016, que afastou Dilma, eleita-democraticamente, da presidência da República, nunca mais teve um presidente que representasse claramente a democracia. O Brasil de hoje é, como se diz, uma terra arrasada. Milhões de desempregados, economia no mais baixo estágio, corrupção solta, nepotismo, pandemia sem política de combate, mentiras exacerbadas, ameaças, deboche-oficial diariamente e outras situações inimigas da democracia mais.

Nesse quadro, hoje, dia 23, foi publicada uma pesquisa de opinião pública em relação a eleição presidencial de 2022. O instituto Paraná, responsável pela pesquisa, mostra que Bolsonaro vence todos seus concorrentes, de Lula a Moro, passando por Haddad, Ciro e outros e mais outros. Indaga-se: se a pesquisa for verdadeira cientificamente e politicamente, é de se afirmar que tanto Freud quanto Reich estão certos? Ou, indaga-se: se a pesquisa cientificamente e politicamente não for verdadeira, é de se afirmar, que mesmo assim, Freud e Reich estão certos, posto que suas afirmações mostram o sintoma do masoquismo? E nos ajuda a entender porque há eleitores que votam em seus opressores? Boas perguntas para quem pensa a defesa da democracia psicanalítica e psiquiatramente. 

Porém, o certo mesmo, é que Democracia não compõe com masoquismo, seja freudiano ou reichniano, visto que Democracia é liberdade e se fundamenta como Razão-Coletiva. Liberdade e Razão-Coletiva não são práxis do medo e da dor.

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