RBA: VENEZUELA DERROTA TENTATIVA DE GOLPE INCITADA POR GUAIDÓ, DIZ MINISTRO DA DEFESA
‘MEDÍOCRE’
Milhares nos arredores do Palácio Miraflores em defesa da democracia. Ameaça golpista apoiada pelos EUA deve continuar
São Paulo – O tentativa de golpe contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se tratou de um levante que reuniu cerca de 50 soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), liderados por Juan Guaidó, que se autodeclara presidente, e já foi controlado pela Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb).
Segundo o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, a tentativa de golpe militar de Guaidó e seu seguidores foi “abortada”. Esse grupo de soldados da GNB se sublevou próximo à base militar de Carlota, mas, segundo Padrino, esta encontra-se sob controle do governo. O grupo “minúsculo” foi 80% esvaziado. O ministro conclamou a Força Armada a cumprir seu papel constitucional e histórico de defesa da Pátria.
Padrino falou em “sequestro” de alguns veículos e munição da Fanb, apontando “armas de guerra” contra a autoestrada nos arredores da base, mas classificou a ação golpista de uma “magnitude medíocre”. “É parte de uma conduta mitômana, de engano, para confundir e levar ao desastre, ao caos e à morte”, destacou Padrino, que também classificou o ato como “terrorista”.
Enquanto o ministro da Defesa se pronunciava em cadeia nacional, milhares de manifestantes e militantes bolivarianos já cercavam o Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano, para rechaçar a tentativa de golpe e apoiar Maduro.
O jornalista equatoriano Amauri Chamorro, que se encontra em Caracas e acompanha a situação no país, afirma que não há nenhum militar importante, nenhum batalhão e nenhuma base sublevada. “Não há nem houve nada perto de um golpe de estado aqui na Venezuela.”
Segundo o integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) Edson Bagnara, que está na Venezuela, mais do que a força real, o movimento golpista de Guaidó se apoia na força midiática. “Tentaram fazer um levante, mas o movimento esvaziou. Algumas pessoas estão aderindo, mas são poucas. Não há força para o movimento seguir em frente.”
Ele alega que o movimento golpista, apoiado pelos Estados Unidos, não vai arrefecer, porque continua interessados nas reservas de petróleo, gás natural, ouro e água da Venezuela. “Os EUA não desistem do plano de tentar tomar o Estado venezuelano. Acredito que as forças revolucionárias e as próprias Forças Armadas, com exceção de um ou outro pequeno grupo, não vão se levantar contra e o governo segue tendo hegemonia.”
Durante a sublevação, o militares simpáticos a Guaidó “libertaram” o ex-líder da oposição venezuelana Leopoldo López, que cumpria pena de 13 anos de prisão domiciliar, acusado de incitação à violência. López então se uniu a Guaidó na convocação de protestos populares que contam com baixa adesão até o momento.