VIOMUNDO: STF ENFRENTA PORTA-VOZES DA LAVA JATO E GENERAL REAGE DESAFIADOR: TOFFOLI QUER “ESCONDER ALGUMA COISA”

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Foto Rosinei Coutinho/SCO/STF

16/04/2019.

A pressão popular sobre os ministros do STF está surtindo efeito. Se quem não deve não teme, por que Gilmar Mendes e Toffolli estão tão agressivos? O desespero indica que estamos no caminho da verdade! ‘Sustentar o fogo porque a vitória é nossa’. General Paulo Chagas, no twitter, em 16 de março

Está prestes a cair a “última torre de marfim da República”. A faxina moral que devassou Executivo e Legislativo chega ao Judiciário. Não é por acaso que o STF tenha se arvorado de “órgão acusador e julgador dos que o acusam”. Idem, em 13 de abril

Da Redação

A crise entre o Supremo Tribunal Federal e os porta-vozes da Lava Jato e da extrema direita bolsonarista atinge ponto de ebulição.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, reagiu ao quadro institucional sugerindo que o Brasil pode cair numa ditadura militar aberta: “Crescem na prática os sinais de um Estado militar e policialesco no Brasil. Tiros, armas, a ideia falsa de que somente militares nos salvarão, violência e ódio para todos os lados, o suposto horror à “velha política”. Receita que pode conduzir a uma ditadura aberta”, escreveu Dino no twitter.

Não ajuda o fato de que um dos ministros do STF, Alexandre de Moraes, reagiu com censura à revista Crusoé e ao site O Antagonista, porta-vozes da Lava Jato.

O ministro determinou a retirada do ar de um texto que sugere envolvimento do presidente do STF, Dias Toffoli, com esquema de corrupção na Odebrecht.

O texto O amigo do amigo de meu pai, assinado por Rodrigo Rangel e Mateus Coutinho, revela que Marcelo Odebrecht identificou à Lava Jato quem é o amigo de Lula que teria beneficiado a empreiteira em negócios relativos às hidrelétricas do rio Madeira: Toffoli.

Ele era o advogado geral da União em 2007, época em que as mensagens entre executivos da Odebrecht, inclusive a que fala em “amigo do amigo”, foram trocadas.

Segundo os autores da reportagem:

Há fundadas razões, como se diz no jargão jurídico, para Dias Toffoli ser tratado por Marcelo Odebrecht como “amigo do amigo de meu pai” – amigo de Lula, portanto. O atual presidente do Supremo foi, durante anos a fio, advogado do PT. Com a chegada de Lula ao poder, ascendeu juntamente com os companheiros. Sempre manteve ótima relação com o agora ex-presidente, que está preso em Curitiba.

Em 2003, Dias Toffoli foi escolhido para ser o subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil. Naquele tempo, o ministro era José Dirceu. Toffoli ocupou o posto até julho de 2005. Em 2007, foi nomeado por Lula chefe da Advocacia-Geral da União, um dos cargos mais prestigiosos da máquina federal. Em 2009, deu mais um salto na carreira: Lula o escolheu para uma das onze vagas de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Nesta quinta-feira, Crusoé perguntou a Dias Toffoli que tipo de relacionamento ele manteve com os executivos da Odebrecht no período em que chefiava a AGU e, em especial, quando a empreiteira tentava vencer o leilão para a construção das usinas hidrelétricas no rio Madeira. Até a publicação desta edição, porém, o ministro não havia respondido.

O ministro Alexandre de Moraes determinou a censura do texto sob pena de pagamento de multa diária de R$ 100 mil.

Foi no âmbito do inquérito que apura uma guerra de fake news contra o STF de partidários de Jair Bolsonaro e da Lava Jato, que Toffoli mandou abrir em março.

Hoje, houve busca e apreensão na casa de sete pessoas: Omar Rocha Fagundes, em Anápolis (GO), Isabella Sanches de Souza Trevisani, em Ferraz de Vasconcellos (SP), Carlos Antonio dos Santos, em Ribeirão Pires (SP), Erminio Aparecido Nadin, em São Paulo (SP), Paulo Chagas, em Taguatinga (DF), Gustavo de Carvalho e Silva, em Campinas (SP) e Sergio Barbosa de Barros, em São Paulo (SP).

Moraes determinou o bloqueio das contas dos sete investigados nas redes sociais.

O alvo mais conhecido é o general da reserva Paulo Chagas, que concorreu ao governo do Distrito Federal pelo PSL em 2018. Ele teve 111 mil votos, menos de 8%. Recebeu apoio explícito de Jair Bolsonaro.

Chagas é presidente do Ternuma, Terrorismo Nunca Mais, um grupo que pretende se opor ao Tortura Nunca Mais.

Hoje, ele ironizou a busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa.

E atacou, em entrevista à Folha: “Não faço crítica à ação em si, mas à atitude defensiva dele [Toffoli], que, para mim, demonstra que está se defendendo para esconder alguma coisa. A melhor defesa é o ataque. Então, resolveu atacar para se defender”.

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