GILMAR MENDES NEGA SER OPOSIÇÃO E DIZ “PRESERVAR O ESTADO DE DIREITO”. E OS ESTUDANTES SÓ…

Certamente, tranquilo e confortável, por se encontrar em um território que respira e transpira o conservadorismo do jornalismo eminentemente retrógrado, a enunciação da direita, o presidente do Superior Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, o ministro Gilmar Mendes, foi entrevistado no Teatro da Folha de São Paulo por esmerados jornalistas opositores compulsivos do governo Lula.

Em clima de mútua cordialidade, como soe acontecer com seus pares, jornalistas como Fernando Rodrigues, Mônica Bêrgamo, Eliane Catanhêde e Renata, o ministro respondeu as perguntas cômodas levantadas meticulosamente pelos entrevistadores ‘folharais’ de forma também cômoda. Entre os suspiros de cordialidades, destacou-se um respingo que poderia sugerir ao incauto uma cor de realidade na ‘histórica’ entrevista. A posição política do ministro como presidente do STF. E o ministro respondeu, bem convicto, tirando qualquer sombra de dúvidas daqueles que imaginam o “contrário”.

Resposta: “Tenho o dever de preservar o Estado de Direito e garantir que não haja excessos. Não tenho nenhuma atuação como oposição ou posição. Se há uma irregularidade eu tenho o dever de apontar”.

Diante de tamanha sinceridade, certamente não ocorreu aos denodados jornalistas o compromisso público de expressar interrogativas relativas ao entendimento político-jurídico do Estado de Direito. Por exemplo: Mandar prender Daniel Dantes, como ocorreu na ordem expedida pelo insigne juiz De Sanctis, punha em perigo o Estado de Direito? A suspeita de grampos, que não foi confirmada sua existência, nem como suspeita, colocou em perigo o Estado de Direito? A posição contra o repasse de verbas pelo governo ao MST, coloca em perigo o Estado de Direito? Dois habeas corpus em 48 para soltar Daniel Dantas ferem o Estado de Direito? Talvez os revolucionários jornalistas tenham estas interrogativas por demais banais e portanto não cabem em suas elucubrações intelectuais patronais.

ENQUANTO ISSO, FORA DO TEATRO, OS ESTUDANTES SÓ…

Enquanto os laços cordiais se apertavam no interior do Teatro, com as talentosas performances dos ‘bons companheiros’ jornalistas, do lado fora, estudantes protestavam com cartazes e palavras de ordem contra o ministro Gilmar Mendes. Fato concretizado nas palavra do presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES, Ismael Cardoso:

O Gilmar Mendes criminaliza os movimentos sociais, diz que é crime se manifestar e em contrapartida soltou o Daniel Dantas, que é sabidamente um banqueiro que enriqueceu aos custos do cofre público.”

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