CMM DISCRIMINA PROSTITUTAS E EVIDENCIA FALÊNCIA POLÍTICA E RELIGIOSA
A moral é um conjunto de códigos e valores que determinam formas de comportamento dentro de uma sociedade. Pode ser uma moral que reflita um povo livre e democrático, e pode ser uma moral de rebanho, de uma sociedade decadente. Principalmente quando os códigos e valores desta moral são intercessores do fluxo do existir e de formas mais gratificantes de comportamento.
Assim, aos psicólogos e antropólogos sociais, cabe, caso queiram compreender os motivos do fracasso de uma sociedade, observar como são “vistos” aqueles, dentro de uma determinada sociedade, que não estão bem “sintonizados” com os preceitos morais carregados por ela.
Em Manaus, por exemplo, a Câmara Municipal de Manaus recebeu proposta para votação de concessão de utilidade pública para a Associação das Prostitutas do Amazonas. Proposta esta imediatamente rechaçada pela chamada bancada evangélica, através da frase de um de seus representantes, o pastor da igreja Restauração, Marcel Alexandre.
Disse Alexandre que não votará a favor do projeto porque é contrário à sua família. De quebra, argumentou (?) que o Estado não é laico, pois “somos todos cristãos”.
Estranho comportamento do ponto de vista político e religioso. Primeiro porque ignora a laicidade do Estado. O campeão da moral cristã Marcel Alexandre não concebe alguém que tenha nascido fora dos desígnios da dogmática cristã (paulina, não de Cristo). Há que se saber o que pensa sobre isso, por exemplo, as comunidades budista, islâmica, atéia… Além do mais, trata-se de claro desconhecimento do funcionamento das estruturas de Estado. Caso, em uma sociedade civilizada, para afastamento da função pública, que requer a capacidade para lidar com a diversidade e para compreender a coletividade para além da identidade do EU.
Ignora ainda um dos dizeres mais populares do livro sagrado: “quem não tem pecados, que atire a primeira pedra” (João, cap. 8).
Triste ilustração de uma sociedade onde os códigos econômicos/sociais/políticos permitiram a emersão do aspecto mais brutal e retrógrado da dogmática apostólica romana. Longe de uma evolução, a irrupção das igrejas que se guiam (alguma não se terá guiado?) pela lógica do lucro, o patrulhamento das consciências, a laminação dos modos de existir alternativos, a interdição da inteligência são evidências de que uma sociedade fracassa.
Daí a importância dos chamados outsiders, como mendigos, prostitutas, ladrões, entre outros: a minoria, neste caso, longe de ser a exceção, confirma a regra. O fracasso do social está não em sua existência em si, mas na existência dos chamados certos, retos, os campeões da moral: são eles que segregam, controlam, classificam, hierarquizam, excluem, discriminam.
Para surpresa, talvez, de Marcel Alexandre e seus seguidores, comportamento bem contrário ao daquele jovem palestino, Filho de Maria, que não atirou a pedra à mulher adúltera, e caiu nos braços de uma Madalena.
A inteligência do pastor Marcel Alexandre é assustadora, pois ele próprio esclarece, didaticamente, o quanto é incapaz de praticar a palavra com Cristo e de entender a organização social do Estado. Portanto, não pode exercer nem o papel de pastor nem o de parlamentar.Basta-lhe entender a própria inteligência.
José,
Mesmo assustadora, a inteligência do pastor não conseguirá alcançar a singeleza e a perspectiva revolucionária do comentário do esposo de Maria. Certamente ele vai precisar de uma restauração… intelectiva!
Abraços!
JESUS disse: “Vá e não peques mais…” para a mulher adúltera…JOÃO 8.11
Apenas colocando em foco esse assunto sobre votar contra ou a favor…a política é isso “Conjunto dos PRINCÍPIOS ou OPINIÕES políticas” e isso cada um tem o seu.
Não conheço o Sr. Marcel Alexandre, mas não vejo como discriminação essa atitude. Vejo que segue os seus princípios Cristãos, POLÍTICOS, segundo o que a Bíblia nos mostra. É só ler a Bíblia e verá que esse assunto é muito pertinente para essa votação.
Vamos respeitar a diferença. RESPEITAR É DIFERENTE DE LEGALIZAR, CONCORDAR.
Abraço AFIN.
Respeito esse blog,
Sei também que posso discordar quando penso necessário.
Desculpa, esqueci de assinar o comentário acima.
Greicy Coelho