UM BREVE PASSEIO POR UMA PREFEITURA ÀS VÉSPERAS DA CASSAÇÃO

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O desembargador Domingos Chalub prestou, inadvertidamente, é verdade, um relevante serviço à população manauara: ele que, com uma liminar sem precedentes no meio jurídico, pretendia impedir a cassação de Amazonino até que um processo que nem existe ainda fosse julgado pelo TSE, apenas acelerou o processo de subida de dois dos quatro processos contra o ex-governador e prefeito (s)em exercício para o tribunal federal.

Como noticiou este bloguinho ontem, republicando notícia do site do TSE, o processo que trata sobre a multa não paga por Amazonino na eleição 2006 e a cassação do seu registro de candidatura já está na pauta do TSE, sendo relatado pelo ministro Levandowski. Este bloguinho apurou ontem que o processo pelo qual Amazonino está julgado como cassado (tendo sobrevida na prefeitura através de medida cautelar), nos artigos 41-A e 30-A do Código Eleitoral Brasileiro, por distribuição de gasolina a eleitores na véspera do pleito, também já está no TSE. Amazonino deve dar trabalho aos ministros, que provavelmente já o cassam no primeiro processo.

Enquanto isso, nas repartições e unidades da gestão municipal, tem muito funcionário que sequer desconfia do que o destino lhe reserva…

NO JARDIM DAS ILUSÕES POLÍTICAS: ALHEAMENTO OU CENSURA?

Aqueles que no início (houve???) da gestão de Amazonino aproveitaram-se para se vingar dos remanescentes da gestão serafinesca, terão de colocar as barbas de molho: a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar deve ocorrer antes do que eles imaginAm.

Situação pior vivem alguns “funcionários”, que estão atualmente trabalhando sem receber em diversas secretarias. Muitos, que trabalharam na campanha de forma voluntária, na expectativa de serem recompensados com um cargo sem a necessidade de concurso ou processo seletivo (ilegalmente, portanto), continuam a cumprir horários e gastar dinheiro do próprio bolso (quem tem, é claro), para se manter no posto ocupado. Posto este tão interino quanto o que Amazonino ora ocupa. Tanto investimento terá resultado, quando a cassação vier?

Da mesma maneira, funcionários que foram alçados à funções de gestão ou coordenação nesta atual gestão, e que se aproveitam para humilhar e impor condições insalubres de trabalho a desafetos podem, num piscar de olhos, ou na canetada de um ministro, voltar às suas funções iniciais.

Assim como a população, já na segunda semana de janeiro, dizia que a prefeitura de Amazonino estava mais lenta que a de Serafim – e continua dizendo, agora em coro – funcionários públicos que pareciam ter esquecido a forma como Amazonino costuma tratar o servidor, agora reclamam das condições de trabalho, dos cortes nos salários (houve quem tenha recebido até 400 reais a menos, sem justificativas plausíveis), dos horários insalubres, da falta de pagamento de benefícios como vale-transporte e vale-refeição. Muitos deles se dizem “decepcionados” com a gestão que ajudaram a eleger.

Ainda assim, curiosamente não se fala na cassação do “chefe”. Este silêncio pode indicar tanto que o predomínio da censura que se instalou nas unidades municipais, quanto um desconhecimento geral da situação judicial do atual prefeito interino. No primeiro caso, saberemos se o for, haverá comemoração. No caso da segunda alternativa, estupor e desespero. A quarta-feira de cinzas do ressentimento e da currupção, em tempos em que o judiciário conta com justas e ilibadas atuações, sobretudo do confiável TSE, está cada vez mais próxima. A pergunta jamais foi se ele será cassado. A pergunta é: quando? Será que o prefeito termina o mês de março no cargo?

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