Alguns casamentos passam por estágios que poderiam ser pontuados nas seguintes formas:

Econômica: O casal faz planos conjugais, levando em conta a realidade econômico de ambos, projetando habitação, filhos e gastos reais e possíveis.

Social: Partindo de suas realidades sociais, em equivalência com a sociedade em que habitam, imaginam o que o enlace implicará como existência gratificante socialmente como norma de referência às classes que pertencem.

Religiosa: A união passa pela prova da fé. Pertencer a uma igreja, ser fiel aos princípios religiosos, ou dogmáticos, e então planejar a união nas perspectivas que se tem de seu Deus. Uma forma de garantir a proteção divina à futura vida compartilhada em família. Já para os ateus, o casamento segue seus trâmites racionais tendo como pressupostos a sociedade com seus enunciados constituídos materialmente: a espiritualidade do viver prontificado na terra, sem nenhuma metafísica teológica.

Quanto às referências sexual e afetiva, encontram-se implícitas no a priori do enamoramento, e no a posteriori da concretização do sacramento.

O REAL DO CASAMENTO AO DIVÓRCIO

Instituído no Brasil em 1978, depois de muitos protestos por parte de seguimentos sociais, e mormente da igreja, o divórcio veio para ficar, quer dizer: para perturbar. Principalmente para aqueles que ainda acreditam que, ao olhar de Deus, o casamento é inseparável. “O que Deus uniu, o homem não pode separar.” O certo é que hoje, 30 anos depois, o Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico – IBGE, publica uma pesquisa, onde os casais podem inferir que o divórcio vai de lenço (“Adeus, foi a última palavra que ouvi, com os olhos rasos d’água”, Wanderley Cardoso) em popa.

Em seu demonstrativo, o IBGE mostra que em 2007 foram realizados 916.006 casamentos civis. Já em 2006 foram realizados 889.828 casamentos covis. Quer dizer: em 2008 teve 2,6% de casamento a mais que em 2006. Em consolação, quer dizer, em compensação, ocorreram 231.329 divórcios e separações. Uma perspectiva aos esperançosos noivos: que, de 4 casamentos, 1 é virtual divórcio. “Será o meu, meu Deus!?” — bradaria um esperançoso.

Para os coordenadores da pesquisa, dois fatores concorrem para esta econômico/social/religioso/sexual/afetiva atualização sacramental.

1– “As mudanças de comportamento da sociedade brasileira

2– A criação da Lei 11.441, de janeiro de 2007, que desburocratizou os procedimentos de separação e divórcios consensuais, permitindo aos cônjuges dissolver o casamento por meio de escritura pública, em qualquer tabelionato do país.”

Ainda de acordo com a pesquisa, os homens casam pela primeira vez aos 29anos, enquanto as mulheres casam aos 26 anos. Quando do divórcio e da separação ocorre o dominante hominismo: 89,1% das mulheres ficam com a guarda dos filhos. Aí não dá outra: os homens se atacam a casar outra vez, com mulheres solteiras. Em uma clara alusão a máxima ‘jacaminzante’ (do pássaro jacamim): “Quem gosta de criar filhos dos outros é jacamim.” Vai ver que alguns desses ainda lutam pelo socialismo. Só se for o socialismo…

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