AS FARC, CHÁVEZ E CORREA QUEREM LIBERTAR O REFÉM DOS ESTADOS UNIDOS

0
pela tentativa Raul Reyes e seus companheiros, vivos
O REFÉM

Uribe até que tentou negociar para a libertação dos reféns com as FARC. É claro que não movido por um desejo do restabelecimento pleno do estado civil na Colômbia. Uribe não tem nada a ver com a democracia. Era tão somente para livrar-se de qualquer modo dos fardos que tem enquanto presidente, piores do que quando ele era um dos homens de confiança do traficante internacional Pablo Escobar, segundo a própria CIA. Uribe quer “paz”: apenas cumprir a agenda da mediocridade neoliberal. Então começou uma abertura; o próprio Raul Reyes veio ao Brasil e se reuniu com Lula e outros políticos e várias entidades latino-americanas. Até encontrou-se com um embaixador estadunidense, na época de Bill Clinton. Mas veio Bush e o anseio totalitário, investindo na Colômbia para transformá-la, enquanto a maioria dos países ia saindo da força de coação e chantagem norte-americana, na principal base militar ianque na América do Sul. Uribe não queria, mas foi chantageado, ameaçado, coagido, tornado refém. Um refém covarde, melindroso, fascista, encarregado de perseguir e executar quem se interpuser ao estadunidense Plano Colômbia.

A POTÊNCIA

Chávez, a voz que se ergueu sem reservas em palavras e ações carregadas de sentidos de resistência ao Imperialismo norte-americano, não sendo nem um ditador nem um “louco”, como afirmou preconceituosamente o “perfeitíssimo truão” Arnaldo Jabor e toda a nata da imbecilidade midiática, tece estratégias para diminuir a força ianque e dos que a mantém, principalmente a Colômbia. Chávez, muito diferente do que tenta fazer crer a mídia seqüelada, não quer uma guerra. Apenas aproveita o acontecimento para isolar mais Uribe e assim emperrar um pouco os planos de Bush, em sua linha dura neoliberal totalitária, na América do Sul.

O NOVO

Quando o exército colombiano de Uribe invadiu o território do Equador, massacrando um grupo de quase duas dezenas de guerrilheiros das FARC, além da questão referente ao atentado à soberania territorial, chegou o momento do jovem e inteligente presidente equatoriano, Rafael Correa, mostrar o discurso-práxis que o preenche. Foi assim que em dois dias ele mobilizou toda a América do Sul, conseguindo a condenação internacional na OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a Colômbia de Uribe. Na semana que vem, Condolezza Rice vem ao Brasil e ao Chile, mas terá de bater à porta; não será mais como a oito, dez anos atrás, quando um enviado estadunidense entraria como ao cativeiro onde o refém está acorrentado.

AS FARC

Na sua resistência de quase meio século desde quando o Ejército del Pueblo instaurou, para se defender da violenta ditadura na Colômbia, o estado natural de guerra, foi sempre numa tentativa de escapar à tirania e restabelecer um estado civil. Com a chegada de Hugo Chávez, Rafael Correa, Evo Morales, Lula, os Kichner, as FARC entraram numa relação dialógica como tentativa de democratizar a Colômbia. Então passaram a libertar reféns como uma forma de forçar Uribe a um diálogo. Mas, refém dos americanos, de acordos é o que menos o facínora quer saber. Não é Betancourt a verdadeira refém. O único refém é Uribe. Somente com a libertação do tirano os escravos estarão livres, diria Sartre-Marx. Somente as FARC podem resgatar Uribe. Se houver uma guerra, e dificilmente haverá as FARC estarão no interior, dominando cerca de 25% do território colombiano. Os analistas pensaram apenas em Equador-Venezuela contra a força Colômbia-Estados Unidos. Os Estados Unidos sabem que o ponto decisivo para a manutenção do que tem restado de sua força parasitária na América do Sul passa pelas FARC. (Mais uma vez, a guerra, para Bush, é apenas um subterfúgio para o massacre). Chávez, Rafael Correa e outros sabem que não está em jogo apenas a soberania do Equador, mas de toda a América Latina, que depende da liberação desse ponto FARC para o restabelecimento do estado civil na Colômbia e para a formação de uma potência democrática em toda a América. De qualquer forma, se nenhuma intervenção puder ser feita, as FARC irão continuar nos seus caminhos incertos, resistindo aos ataques do Plano Colômbia e ao ataque midiático, que as tratam como “narco-guerrilheiros”, como uma forma ideológica de desqualificar o movimento incapturável que prossegue nas selvas sulamericanas e nos encontros possíveis democráticos…

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.