PT-AM , "OH ,MY DARLING!" – NÃO HÁ MOTIVO PARA FESTA
O Partido dos Trabalhadores, como potência política enunciativa composta de quantas mutantes e fluxos desterritorializantes, foi constituído nos emaranhados de forças social, estética e ética da subjetividade emergente nos fins da década de 70 e começo de 80. Linguagem que ia além das palavras de ordem da ditadura, e pensamento acima dos objetos constituídos como reais para a opressão dominante. O devir-louco que nenhuma tirania suporta. Fragmentos compossíveis para uma nova enunciação coletiva. Turbulência quântica enunciada em Antônio Cândido, Lélia Abramo, Sérgio Buarque, Florestan Fernandes, Mário Pedrosa, Apolônio de Carvalho, Evaristo da Veiga, Mário Pedrosa, Manuel da Conceição, entre outros. Todos como saltos desalienantes do Mim, o próximo, no fora, o distante, como Outro socializado. A objetivação socializante do Mim/Outro com o Outro/Mim. A intensidade social produtiva do homem, como entendia Marx. O único partido brasileiro tecido em uma cartografia de desejos da inteligência coletiva como produção cognitiva e afetiva. Diferentes dos outros partidos saídos dos interesses particulares de classes e grupos sociais capitalistas. Tornado entidade jurídica pela lei eleitoral, não perdeu a potência de sua enunciação coletiva produtora de novas realidades política/social. Embora, em seus percursos tenha sido afetado por alguns agregados que não carregam estas partículas potências/criativas, entretanto, seu movimento essencial sabe deslocá-los para emergir sempre como o novo. Tudo que a direita nacional não tolera e excita sua sanha tanática de destruição do Brasil.
O PT OH, MY DARLING! DO AMAZONAS
Esta cartografia de desejos produtivos cognitivos e afetivos como biografia desterritorializante do PT essencial não pode servir de linha construtora para o PT do Amazonas, principalmente de Manaus. A maior parte de seus fundadores eram (são) pertencentes à letárgica classe média individualista, e jamais fizeram a transvaloração dos signos imobilizantes burgueses (Nietzsche/Sartre), cuja fonte de sua alimentação é a generosidade: a técnica de fazer gênero. A insegurança ontológica do pequeno (grande) burguês que vê no reconhecimento do outro sobre si, o amor necessário para seus suspiros de segurança. O que para estes a enunciação coletiva construtora PT, poderia avaliar diante daqueles que os consideravam reacionário. Inútil engano. A subjetividade democrática do PT jamais pôde ocultar a força reacionária dos seus membros burgueses. Dado o seu poder histórico, a força burguesa não se dissimula, é visível demais. Como dissimular a força burguesa do indiferente/individualista, chamado escritor, Márcio Souza, “Brasileiro Voador”, tido em priscas eras petistas, posteriormente membro do desgoverno FHC, com a potência criadora de um Manuel da Conceição? Loucura, mano! O maior exemplo encontra-se na maior parte dos membros que pertenciam (pertencem) a Universidade do Amazonas. Seus vícios carreiristas da universidade foram deslocados também para o telúrico partido. A mesma necessidade compulsiva acadêmica foi posta como moeda de valor no partido. Exemplo exemplar: esta maioria faz parte do reacionário governo Eduardo Braga, e da anódina prefeitura Serafim Corrêa. Maioria que pleiteia apoiar para a prefeitura candidato indicado pelo governador, e a reeleição do atual prefeito. Mas nada de sair com candidatura própria. Ninguém é louco a ponto de largar os bons proventos. Às favas com a moral! “Primeiro a barriga depois a moral”, não foi assim que o comunista Brecht falou? Só que ele usou a máxima para tornar visível o ser burguês, queridinha. Daí que não há motivo para festa de aniversário deste PT que não conhece o PT.
Apesar dos percalços, o PT do Amazonas não é de todo Oh, My Darling!. Têm aqueles que carregam partículas da singularidade da cartografia de desejos sociais e pretendem candidatura própria, no caso o deputado federal Francisco Praciano (o parafuso atravessado na garganta dos oh, my darling!), como é a posição dos vereadores José Ricardo e Waldemir José.
No mais, gostaríamos de oferecer este texto aos petistas subjetividade de desejo criador, nas pessoas do ex-petista professor/historiador, Aluízio Nogueira, hoje PSOL, ao finado professor/sociólogo, companheiro metafisicado, Ricardo Parente, e ao magno motorista, também metafisicado, companheiro essencial, Armando Lucena.