HOSPITAL NEGOU AUTENTICIDADE DE PRESCRIÇÃO MÉDICA ENCONTRADA COM SILVINEI QUE AFIRMAVA ELE TER CÂNCER NO CÉREBRO E NÃO PODIA FALAR NEM OUVIR
Publicado por Lindiane Seno
Silvinei foi detido ao tentar embarcar em um voo internacional com destino a El Salvador. Durante a abordagem, ele portava uma carta relatando suposto diagnóstico de câncer no cérebro, além de uma prescrição médica que indicaria limitações para falar e ouvir e listava medicamentos de uso contínuo.
Segundo a Fundação de Saúde Itaiguapy, responsável pela administração do Hospital Itamed, a prescrição não foi emitida nem validada pela instituição. Em nota, o hospital informou que o documento apresenta informações inconsistentes e não pertence ao seu sistema de atendimento, conforme apuração do Portal UOL.

A unidade também apontou irregularidades no papel timbrado utilizado. O documento trazia a identificação do antigo Hospital Costa Cavalcanti, denominação que deixou de ser utilizada em dezembro de 2024, quando a instituição passou a se chamar Hospital Itamed. Ainda assim, o hospital esclareceu que o modelo do timbre não corresponde a nenhum padrão adotado, nem antes nem depois da mudança de nome.
Outro ponto destacado foi a assinatura médica presente na prescrição. O hospital afirmou que o profissional indicado não possui vínculo com a instituição e nunca integrou seu corpo clínico. Além disso, o número de CRM informado não corresponde a nenhum médico atuante no hospital ou na cidade de Foz do Iguaçu.
De acordo com o Itamed, o nome que consta como signatário do documento não aparece nos registros do Conselho Federal de Medicina. O CRM informado, na verdade, pertence a outro profissional, identificado como Luiz Gustavo Candioto do Prado.
O registro corresponde a um médico nutrólogo que atua em Curitiba. Ele obteve, em 2018, decisão favorável na Justiça do Paraná para prescrever fórmulas manipuladas para emagrecimento, após questionamento de norma da Anvisa. O Superior Tribunal de Justiça manteve a decisão ao não analisar o mérito de recurso apresentado pelo Município de Curitiba.
A instituição afirmou não ter qualquer relação com o caso e declarou ser vítima de possível fraude e uso indevido de sua imagem institucional. O hospital informou ainda que permanece à disposição das autoridades para colaborar com os esclarecimentos necessários.