HAMAS APRESENTA AS CONDIÇÕES PARA ACEITAR O CESSAR-FOGO

De acordo com o porta-voz do grupo, Fawzi Barhoum, o acordo deve contemplar as aspirações do povo de Gaza, além de superar todos os obstáculos
O grupo militar Hamas divulgou, na manhã desta terça-feira (7), as condições para aceitar a proposta de por fim ao conflito em Gaza, elaborada pelos Estados Unidos e Catar na última semana.De acordo com o porta-voz do grupo, Fawzi Barhoum, o acordo deve contemplar as aspirações do povo de Gaza, além de superar todos os obstáculos.
A partir desde entendimento, eles exigiram um cessar-fogo permanente e abrangente; a retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza; entrada irrestrita de ajuda humanitária e de emergência; retorno dos deslocados às suas casas; início do processo de reconstrução da área, com um órgão nacional palestino responsável pela supervisão; e um acordo junto de troca de prisioneiros.
E, contrariando a ordem do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Israel seguiu bombardeando Gaza, em operações descritas como cirúrgicas para atingir alvos do Hamas.
Expectativas
Para Israel, o principal ponto do acordo é a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza. Já para os palestinos, o acordo deve focar no fim permanente do conflito.
Designado para acompanhar as negociações, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pontuou que 90% do acordo de paz já foram definidos.
Entenda o caso
No dia 29 de setembro, após visita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu à Casa Branca, Trump apresentou um acordo para por fim ao conflito entre Israel e Hamas.
O acordo prevê a libertação de todos os reféns e restos mortais de israelenses mantidos pelo Hamas. Em contrapartida, haverá a entrada de ampla ajuda humanitária no território palestino, onde serão entregues alimentos, medicamentos e materiais para reconstrução de hospitais e da infraestrutura de hospitais, estradas e dos serviços de água e energia.
Para tanto, Gaza teria uma nova governança, composta por um comitê palestino supervisionado por conselho presidido por Trump até o retorno da Autoridade Palestina ao poder após reformas.
O plano inclui ainda a desmilitarização e anistia ao Hamas, desde que toda a infraestrutura militar seja destruída, entre elas os túneis.
Mas, no último domingo (5), o presidente norte-americano deu um ultimato ao grupo militar, a fim de cobrar um posicionamento. A primeira resposta veio na sexta-feira (3), ocasião em que o Hamas afirmou que aceita libertar todos os reféns e restos mortais, além de entregar o governo da Faixa de Gaza a um órgão independente.