LULA, NA MALÁSIA, DIANTE DE EMPRESÁRIOS: “EXISTE MUNDO ALÉM DE EUROPA E EUA”
Presidente disse que o mundo não aceita uma “nova Guerra Fria” e defendeu relações comerciais com todos os países
Lula discursou neste domingo (26) na Cúpula Empresarial da ASEAN – Ricardo Stuckert/PR
Lula disse aos empresários que decidiu mudar a concepção política das relações internacionais no seu primeiro mandato, em 2003, ao construir uma relação de confiança na América do Sul, depois descobrir o continente africano, e agora, o Leste Asiático. “Resolvemos tomar a decisão de que era preciso fazer o Brasil ter uma importância maior na geopolítica econômica e comercial”.
“Nós, aos poucos, estamos descobrindo que o mundo existe além da Europa e dos Estados Unidos com muito mais oportunidade, muito mais similaridade, com muito mais vantagem para a gente vender e comprar, fazer parceria entre as nossas empresas”, disse.
O presidente emendou afirmando que o mundo não aceita mais uma “nova Guerra Fria” e defendeu que o multilateralismo pode fazer os países se desenvolverem.
“A Asean é um parceiro muito importante e tende a ser muito mais importante, porque o mundo de hoje não aceita mais uma nova Guerra Fria. Nós não queremos ficar disputando, como se disputou, a partir da Segunda Guerra Mundial, o que era do lado da Rússia, o que era do lado dos Estados Unidos. A gente não quer uma nova disputa do lado dos Estados Unidos, ou do lado da China. A gente quer estar do lado da China, dos Estados Unidos, da Malásia, da Indonésia, de todos os países do mundo que queiram fazer negócio conosco”, afirmou.
No caso do Brasil, Lula defendeu que o país garante aos investidores estrangeiros estabilidade fiscal, econômica, política, jurídica e social. Além disso, ele pontuou que o país vive um momento auspicioso, inclusive com “previsibilidade nas decisões política do governo”.
Mais cedo, Lula se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para rever o tarifaço de 50% contra as exportações brasileiras. As negociações devem continuar ainda neste domingo (26) com uma primeiro reunião entre ministros e a delegação americana para avançar na busca de soluções.