BOLSONARO, PASTORES DE MERCADO E EVANGÉLICOS-CULPOSOS, COM A MARCHA PARA JESUS, PEGARAM JESUS PARA CRISTO

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A enunciação-popular, “pegaram Jesus para Cristo”, carrega a conotação paranoica do julgamento e condenação de alguém no lugar de outro. Uma especie de bode expiatório. Ou, também, um recurso de usar alguém para auferir vantagens.
A sabedoria-popular da dimensão teológica é tão contagiante que já serviu, na década de 90, de tema para o punk-rock criado pela banda Não-Religião, cujo líder, Tatola, contam, hoje é um tremendo reacionário. A ilustração do punk-rock é apenas para mostrar os percursos da enunciação-popular-teológica pegaram Jesus para Cristo.
Nos dias atuais, a enunciação-popular-teológica continua na crista (Cristo) da onda ambiciosa, calculista e exploradora apresentada despudoradamente pelos responsáveis da chamada marcha para Jesus caracterizada em três seguimentos-calculistas:
1 – Bolsonaro seduzindo eleitores para se manter destruindo o Brasil.
2 – Pastores de mercado buscando compulsivamente lucro-monetário.
3 – Evangélicos-Culposos tentando se desfazer do sentimento de culpa para ganhar a salvação.
É fácil entender o significado da marcha para Jesus e não a marcha para Cristo no sentido da enunciação-popular-teológica. Eles afastam Jesus de Cristo, porque Jesus aparece como Salvador. A garantia, para eles, de seus objetivos. Enquanto Cristo é explorado em sua dor. Já que se tornou conhecido, pela propaganda, como aquele que sofreu por nós na cruz e nela morreu para nos salvar. A crucificação tem maior poder empático. Tudo que Paulo, o criador do Cristianismo, sabia. Daí, porque foi sua grande jogada deixar Cristo na cruz. E a marcha para Jesus usa o reflexo do sofrimento de Cristo para garantir seus objetivos nada cristão.
Assim, pegaram Jesus para Cristo pega bem como ironia, porque simuladamente joga-se Cristo para Jesus enquanto se engabela o incauto-evangélico. A jogada é tão terrivelmente perversa que a marcha nem se preocupa em saber que todo o Ocidente e parte do Oriente sabe que não se pode separar Jesus de Cristo. Ambos são um só. Mas, a marcha, com seu anticristianismo, faz, sadicamente, um em dois. A marcha é para Jesus. Alguém, abestadamente, poderia dizer: Mas é a mesma coisa. Tanto faz marcha para Jesus ou marcha para Cristo. Não é. Cristo, em grego, é Peixe. Peixe é água: água não se prende.
Mas, como diz o teólogo-não-ortodoxo, Chiquito das Oliveiras, ninguém consegue separar o que já Nasceu UNO. E nem lhe instaurar uma dromologia, já que a vida é movimento, como diz o filósofo Paul Virilio. E não será a marcha de Bolsonaro, pastores de mercado e evangélicos-culposos que vão fazer Jesus Cristo se deslocar dromologicamente, posto que Jesus Cristo é intempestividade e desterritorialização.
Resulta-resultado, como diz o pedagogo paulofreiriano, Abdiel Moreno, ninguém pega Jesus para Cristo e nem Cristo para Jesus! Ainda mais, em Democracia!