“VOTO NO MENOS PIOR”, É A CONFISSÃO ESQUIZOFRÊNICA-NÃO-CLÍNICA, DE SER PIOR QUE O MAIS PIOR

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PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

 

O filósofo Deleuze nos diz que existem dois tipos de loucura na subjetividade-capitalista-capitalística: a loucura clínica e a loucura não clínica. Loucura clínica é a dos pacientes que de acordo com seus sintomas, são internados para tentarem cura ou melhorem seus estados de saúde-mental que foi produzido pela sociedade-opressora-destruidora. Pode-se dizer, que essa loucura é uma forma de escapar da sociedade-tanática. Já, a loucura não clínica, é essa que se encontra todos os dias, em todos os lugares, em todas as instituições, em formas de comportamentos aceitáveis, mas que são profundamente anti-sensorial, anti-intelectual e aético. 

 

A loucura não clínica, não é percebida pela maioria das pessoas que constituem uma sociedade, porque os portadores de seus sinais mentais-disfuncionais, apresentam, em suas relações sociais, alguns-signos que são tidos e entendidos como normais na sociedade. Ou seja, ainda levam os seus percebedores a os tomarem como dentro da ordem da semiótica estabelecida como padrão de normalidade, ainda participam da chamada troca-social. Mesmo com clara enunciação psicótica. Entre elas, as enunciações esquizo-paranoide, diria a psicanalista Melanie Klein.

 

Esse tipo, pode ser tido como esquizofrênico não clínico. Para entender. A esquizofrenia, em sua etimologia, é formada por dois conceitos gregos.  Esquizo: Divisão e Frenia: Mente. Formando o terceiro conceito, esquizofrenia: a divisão da mente. Uma pequena lembrança: para os filósofos Deleuze e Guattari o conceito esquizo tem o sentido político que não tem para a psiquiatria ortodoxa. 

 

Quando se comenta a esquizofrenia não clínica, se tem a intenção de mostrar que esse tipo perambula na sociedade em todos seus quadrantes sem causar qualquer suspeita: na família, na escola, no trabalho, na igreja, na Disney, no Congresso Nacional, no Executivo, no Poder Judiciário, em todos os espaços estriados pelo discurso do capitalismo-paranoico-dominante como verdade única.

 

Simplesmente porque seu principal sintoma é a compulsão para a abstração do princípio de realidade com sua lógica-coletivamente-humana. O que significa que esse sujeito-sujeitado, esquizofrênico não clínico, tem dificuldade de praticar o pensamento lógico porque tem a mente dominada por imagens e ideias resultantes de seus conflitos inconscientes que dominam seu ego e que são transferidos projetivamente para o exterior por determinação de seu superego-tirano. Daí, ele tomar como verdade suas opiniões. Inclusive opiniões sobre a sociedade. A internet encontra-se repleta desse tipo. Twitter, Facebook, Instagram, todos os recursos teletecnológicos que servem para identificação-idealização-projetiva do discurso esquizofrênico não clínico. Que eufemisticamente são defendidos como produtos resultantes do desenvolvimento-científico humano.  

 

A confirmação da loucura não clínica é facilmente constatada pela tal moda dos influenciadores, onde facilmente se detecta a força-massiva-esquizofrênica junto aos sujeitos-sujeitados pela solidão, vazio, impotência, frustração e insegurança. Nada se diz, porque não há nada o que se falar, porque não há objeto-concreto para ser significado-semioticamente. É a ditadura do vazio. Exemplo: “Voto no menos pior”. A confirmação do vazio encontra-se no fato da enunciação-imperativa ser pior do que o pior.

 

Temos uma eleição que coloca em questão duas subjetividades expressamente antagônicas: Lula e Bolsonaro. Dois candidatos sem qualquer signo de igualdade. Lula é totalmente diferente, em todas as categorias, postulados, pressupostos, princípios, de Bolsonaro.

Lula é História. Bolsonaro é a-história.

Lula pensa. Bolsonaro imagina.

Lula ouve. Bolsonaro faz de conta.

Lula fala. Bolsonaro tagarela.

Lula é cordial. Bolsonaro é brutal.

Lula é Democrata. Bolsonaro é extremista.

Lula ama. Bolsonaro arma. 

 

Um quadro, que mesmo uma pessoa acometida pela loucura clínica, lá em seu quarto no hospital, junto com seu antipsiquiatra, percebe a distinção do grau de antagonismo. E jamais diria, como o ex-ator, Carlos Vereza, que se dizia comunista, que se tornou eleitor de Bolsonaro, e que, agora, para ser tido como lúcido, afirma que:

– “O contexto é votar no menos pior”.

 

Pedindo ajuda dos filósofos Deleuze e Guattari (este é psiquiatra de profissão): Será que Vereza quer dizer que o menos pior é Lula? Ou, será, que para ele, Bolsonaro continua sendo o menos pior? 

 

Como diria o filósofo, Zé da Zilda, se apoiando na Lógica-Aristotélica: Quem vota no menos pior é pior do que o pior.

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