LEMBRANÇA DO FILÓSOFO NIETZSCHE AOS DEMOCRATAS BRASILEIROS

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“São os tempos de grande perigo em que aparecem os filósofos. Então, quando a roda rola com sempre mais rapidez, eles e a arte tomam o lugar dos mitos em extinção. Mas projetam-se muito à frente, pois só muito devagar a atenção dos contemporâneos para eles se volta. Um povo consciente de seus perigos gera uma gênio”.
O Brasil, no momento atual, precisa de gênios. A imbecilidade, a estupidez, o despudor, a brutalidade como ausências de sensibilidade e racionalidade social é para o Brasil atual o grande perigo. Não há como emergir dos autores do perigo qualquer enunciação comprometida com a democracia, já que ela é o regime-político da concretização da Razão como práxis e poiesis. O que não existe nos autores dos perigos.
O filósofo Nietzsche, ao enunciar a necessidade do aparecimento dos filósofos e artistas em tempos de perigos, se direciona aos brasileiros engajados no movimento real que produz novos conceitos existenciais e novas sensibilidades responsáveis por uma ontologia em que o ser se mostre livre e atuante.
Nietzsche não se refere aos filósofos profissionais e nem aos artistas profissionais, pois estes, de certa forma, já capturados pela semiótica-paranoicamente-delirante do poder, muitas vezes contribuem para externalização e prática do perigo. O filósofo do Zaratustra, se refere ao “que continuamente vê, vive, ouve, suspeita, espera e sonha coisas extraordinárias; que é colhido por seus próprios pensamentos, como se eles viesse de fora, de cima e de baixo, constituindo sua espécie de acontecimentos (…)”. E se refere ao artista-dionisíaco que sabe que sua arte tem o espírito da ultrapassagem, porque é ciente de que o homem é o ser para ser ultrapassado.
Neste sentido, não importa se os filósofos e os artistas, ao enunciarem seus novos-conceitos e novas-estéticas, no presente, não tenham a atenção dos seus contemporâneos. O que importa é que um dia esses novos-conceitos e novas-estéticas se tornarão conteúdos das consciências deles. Assim, a democracia será sempre uma produção científica e criativa e jamais ficará a mercê dos impulsos irracionais de indivíduos, classes, grupos e entidades dominados pela patologia do “humano demasiado humano” propagado pelo caráter degenerados do sistema mistificado-mitificado-reificado-alienado que impede que a sensibilidade perceba o real e a inteligência desobstrua a abstração.
Quando o povo se tornar consciente dos perigos que procuram lhe oprimir e destruir seu direito ontológico de Estar-no-Mundo como liberdade, todos os brasileiro-singulares se tornarão um Corpus só como contemporâneos-democratas. Aí, não será necessário saber que “a roda rola com sempre mais rapidez”, posto que todos se movimentarão no mesmo Devir-Filosófico-Artístico.
Todos serão Gênios! Fora da genialidade não há salvação!