LUIS NASSIF: O ATENTADO AO AL-JANIAH E OS CRIMES SEM PUNIÇÃO

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É duvidoso que São Paulo de João Dória Jr vá se empenhar na apuração do atentado. Dória é da mesma natureza de Witzel e Bolsonaro. Espera-se, apenas, que o despertar, ainda que tardio, da mídia, não deixe mais esse crime sem punição.

Foto Reprodução

Se a polícia paulista quisesse, os invasores do Al-Janiah seriam identificados rapidamente. Há tempos, ela dispõe de sistemas poderosos de reconhecimento facial. Aliás, foi um desses sistemas que permitiu o reconhecimento dos assassinos de Marielle Franco quando descuidaram-se por um instante e seu rosto apareceu de relance em um vídeo de rua.

No episódio do Al-Janiah, os invasores aparecem nos vídeos por tempo suficiente para sua rápida identificação. Somado ao fato de terem utilizado gás lacrimogênio, produto típico de forças policiais.

No entanto, há fundadas razoes para não apostar na sua identificação. As mesmas razões, aliás, que deixaram sem apuração os atentados contra o Instituto Lula, os tiros contra a caravana de Lula no sul, a identificação dos mandantes do assassinato de Marielle. Há tempos, antes de Bolsonaro e abrindo terreno para ele, o país está entregue a um estado de exceção, à selvageria institucionalizada em que o principal agente é o aparato policial. 

Escritórios do crime nascem assim. Inicialmente as investidas individuais contra “inimigos” e a certeza da impunidade. Depois, a organização em torno de esquemas mais profissionais, de assassinatos por encomenda.

É duvidoso que São Paulo de João Dória Jr vá se empenhar na apuração do atentado. Dória é da mesma natureza de Witzel e Bolsonaro. Espera-se, apenas, que o despertar, ainda que tardio, da mídia, não deixe mais esse crime sem punição.

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