MAPA DO CAMINHO: PAÍSES ADEREM AO PLANO DO BRASIL PELO FIM DO USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

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BLOCO POLÍTICO

Grupo formado por dezenas países vai pressionar para o que plano inédito seja incluído no texto final da COP30

Ministros anunciaram nesta terça-feira(18) formação de bloco em defesa do Mapa do Caminho| Crédito: COP30

Dezenas de países anunciaram, na tarde desta terça-feira(18), que vão aderir ao “Mapa do Caminho” proposto pelo Brasil para o fim do uso de combustíveis fósseis. Eles defenderam a criação de um bloco político para fortalecer um mutirão em favor do plano nas resoluções da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima(COP).

O mapa é uma metodologia que deve ser seguida pelos países que querem fazer uma a transição gradual dos combustíveis fósseis para fontes de energia mais limpas e renováveis. Entre as nações favoráveis ao plano, estão Alemanha, Colômbia, Reino Unido, Quênia e Serra Leoa.

“Nós pedimos à presidência da COP30 para que inclua esse chamado no texto da conferência. Nesse espírito de mutirão, vamos aprender com as experiências uns dos outros e implementar conjuntamente a transição”, declarou o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Carsten Schneider.

Os países, representados por seus ministros, estavam unidos por um apelo para adoção de um plano mais consistente e que garanta uma transição justa, ordenada e equitativa. Marcele Oliveira, jovem campeã do clima, discursou na coletiva afirmando que a transição é uma prioridade.

“Para proteger o futuro, precisamos de ação e de negociações que nos ajudem a construir um novo mapa de apoio rumo à transição. Precisamos de uma nova economia, um novo futuro — e estamos aqui para ajudar, para defender as crianças, as juventudes, o presente, o futuro e também os sonhos que já não podem mais esperar.

O tema foi destaque na Cúpula dos Líderes, entre os dias 06 e 07 de Novembro. O presidente Lula da Silva reforçou a importância de adotar um “Mapa do Caminho” e que esta transição não seja injusta para os países do Sul Global.

“Sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, andaremos em círculos. Um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda o acesso a tecnologias e financiamento para os países do Sul Global.”, discursou o presidente.

Consulta ao território

Entidades e organizações ambientais observam com cautela o anúncio. Em nota, o Instituto Arayara afirmou que o “Mapa do Caminho” deve ser construído, também, por quem está nos territórios afetados.

“Não é possível a construção de um “mapa do caminho” para longe dos fósseis sem a escuta ativa das vozes que caminham diariamente nos territórios brasileiros, em especial povos indígenas e povos e comunidades tradicionais. Se a forma como o mapa é construído não mudar, o caminho repetirá ciclos viciosos que perpetuam desigualdades enquanto prometem prosperidade e justiça”, afirmou.

Para Márcio Astrini, do Observatório do Clima, a adesão dos países foi muito importante, mas chegou a hora de transforma as palavras em ação.

“O presidente Lula foi muito claro no seu pedido: esta COP precisa entregar um roteiro para o fim do uso dos combustíveis fósseis. Hoje, sabemos que os países não apenas ouviram, mas apoiam a ideia. Agora é a hora de transformar palavras e apoios em resoluções no texto final da conferência”, declarou, por meio de nota.

Ciro Brito, analista sênior de Políticas Climáticas do Instituto Socioambiental (ISA), também considera um gesto importante. Mas ressalta declarações de países favoráveis ao tema que lançaram a ideia de que o Mapa do Caminho precisa ser mais ambicioso.

“Até agora não ficou nítido se os grandes emissores vão aderir ou não. A gente precisa saber o prazo pros mandatos se implementarem”, afirmou

Editado por: Luís Indriunas

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