CHUVA-EDUCADORA REAFIRMA SEU ENSINO: TESE DE MANAUS SER NÃO-CIDADE É PREFEITORAL E ALIENAÇÃO ELEITORAL
PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
Quadro de Van Gogh (1886)
Bota na conta: 35 horas sem a mercadoria-energia-elétrica promovida pela empresa-capitalista, Amazonas-Energia, com aquiescência do governo!
O cantor de samba de breque, Moreira da Silva, canta uma música chamada Cidade Lagoa, cuja parte da letra mostra, de forma debochada, a condição de uma não-cidade:
“Esta cidade que ainda é maravilhosa
Tão cantada em verso e prosa
Desde o tempo da vovó.
Tem um problema vitalício e renitente
Qualquer chuva causa enchente
Não precisa ser toró.
Basta que chova, mais ou menos meia hora
É batata não demora
Enche tudo por aí
Toda a cidade é uma enorme cachoeira…”.
Em, Manaus, na noite de domingo, dia 7, a jovem enamorada canta Golden Boys:
“Olho para chuva que não quer cessar.
Nela vejo o meu amor.
Chuva traz o benzinho…”.
E a chuva, como uma cupida, preocupada com o sofrimento apaixonado da jovem, responde:
“Posso até tentar, mas como ele vai ao teu encontro se Manaus é um verdadeiro boeiro entupido?”.
Sim, é verdade. Tem a questão Anti-Natureza promovida pelos humanos demasiadamente humanos, que nunca chegaram ao sentido de humanidade, com diz o filósofo, Nietzsche, chamada, eufemisticamente de mudanças climáticas, mas trata-se de atrofia climática.
Porém, o caso de Manaus, que a Chuva ensina, é muito antes da atrofia climática promovida pelo sistema capitalista.
Para quem não foi informado: Manaus nunca teve história-prefeitoral-democrática. No simples: Nunca teve prefeito. É uma caso de atavismo político-governamental. Ausência de Devir-Político-Urbano.
Um pequeno exemplo da ausência prefeitoral-urbana exibida despudoradamente: Manaus não tem uma rua com calçada completa. Calçada, manas e manos! Não existe cidade sem calçada. Sem calçada não é cidade, porque a população não anda no meio da rua. Deve andar na rua na calçada. É seu direito urbano. Fora, é possível vítima de atropelamento.
O espetáculo da não-cidade boeiro entupido, um rio geral, que nem sequer segue a indicação do samba do Paulinho da Viola, “foi um rio que passou em minha vida” para os habitantes poderem cantar alegremente na chuva ou depois da chuva, é produção dos não-prefeitos.
A Chuva-Educadora não para de ensinar que a tese é a mesma há séculos: ausência de prefeito e eleitores com forte sentimento de culpa e profundo desejo de punição que elegeram e elegem estes não-prefeitos.
Como que alguém que tem uma consciência direitista pode ser um Devir-Democracia, quando se sabe, com Freud, que todo reacionário sofre de inércia-psíquica que leva à inibição intelectual e fraca estimulação para o trabalho, o que lhe faz um incapaz governante?
E a violência-política maior, é quando um Povo tem governantes do estado e do município, com a mesma consciência Anti-Democracia: bolçonarista e “terrivelmente evangélico, como acontece no Amazonas e Manaus”. Sem saber que o conceito evangélico vem muito antes de sua captura para servir de alimento do medo, do ódio, da vingança como estímulo metafísico, sobrenatural.
A Chuva é Natural! Mas uma não-cidade que impede o escoamento das águas da Chuva e cria consequências dolorosas nos habitantes, é produto da inércia-psíquica. O que já é um aval para ninguém com esse sintoma ser aceito como candidato ao cargo de governante.
Chuva, trovão, relâmpago, raio (que o parta, ou não), é Natureza. Desde antes da Pré-História já rolavam. Daí que o Homem- chamado de primitivo, conhecia e sabia como conviver com estas companheiras e companheiros do Cosmo.
Não foi criado o para raio? Por que não se Cria Uma Cidade?
O que é que a Natureza tem a ver com uma empresa capitalista como a Amazonas Energia que impôs 35 horas de violência-sádica contra seus clientes, de várias regiões de Manaus, negando a distribuição de seu produto, caríssimo: energia-elétrica? Que impediu este Afinsophia.org de continuar perturbando o território-virtual dos esquecidos por si mesmos?
Alguém pode afirmar, se defendendo: Sofremos um apagão! Foi a chuva, que parecia um tornado, um ciclone, que caiu em Manaus. Como diz o saque Povão: “Quem não pode com o pote, não carrega a rodilha”. Não sabe administrar? Só quer lucrar? Na linguagem, que a empresa conhece, lucrar custa caro. A ambição tem que assumir seus delírios de riqueza.
Se a população violentada resolvesse abrir processos contra a empresa, que tem como função social, servir o público, e não serviu, muito pelo contrário, é seu direito-jurídico. 35 horas é muitíssimo. A empresa capitalista não prestou o serviço que se responsabilizou ao comprá-la. E por sua parte, o governador, que tem por obrigação fiscalizar a tal empresa, também cúmplice da violência-sádica.
Podem ser identificadas, neste quadro, algumas violências;
– Danos materiais.
– Assédio moral.
– Negação da Capacidade de Produção.
– Atentado à Saúde.
– Escotomização-Social: Impedimento da visão noturna.
– Crises de Ansiedade.
– Excitação das fobias-urbanas-noturas.
Neste desfile despudorado de sadismo, incompetência, descaso, ocorre um fato que não pode ser deixado de lado. É que ainda teve , e tem, gente que comemorou quando foi reiniciada a distribuição da mercadoria-energia-elétrica. O dito: “A luz voltou! Graça a deus, a luz voltou!”. É muita piração. A luz nunca foi. Só a luz da inteligência. Que aliás, para os sujeitos-sujeitados, sempre faltou. Olha a eleição de Boçonaro e seus bolçonaristas.
É para essa gente, que o poeta cearense (o time do Ceará, escorregou para a B, é muita chuva, sem onda, Daniel!), Belchior, canta: “Não há motivo para a festa, ora, esta, não sei rir à toa”. E o escritor Domingos Pellegrini, colocou na boca de um personagem, da peça O Troco:”O cara te chuta e tu ainda vai lamber a bota dele”.
Esse desconhecimento de seu direitos, que mostra uma carência de honradez que faz com essa gente, depois de ser violentada, ainda reconheça o violentador como bonzinho, porque religou a chave, é como agradecer ao torturador depois da sessão de tortura: “Muito obrigado seu torturador! Que deus lhe proteja”.
Como afirma Tio Poraquê: “E essa gente, se alguém lhe disser que esse comportamento é irracional, desumano, ela é capaz de responder: Não! Poderia ser bem pior. Ao invés de 35 horas poderia ser uma semana, um mês, um ano, um século, um milênio. Não, eles foram muito bonzinhos. Já até esqueci tudo que passou. Que venha outro apagão que eu mato no peito!”. É mole manas e manos? É a predominância da lógica do otário: “Pior seria se pior fosse!””.