De acordo com Hegseth, três ataques foram conduzidos contra quatro barcos por determinação direta de Trump. O secretário afirmou que as embarcações eram operadas por traficantes de drogas, embora não tenha apresentado provas. Ele alegou apenas que os veículos foram rastreados antes das ofensivas. Uma pessoa sobreviveu e foi resgatada em uma operação conjunta entre militares dos EUA e autoridades mexicanas.

“As embarcações eram conhecidas pelos nossos serviços de inteligência, navegavam por rotas de tráfico e transportavam narcóticos. Todos os ataques ocorreram em águas internacionais, sem ferimentos entre as forças norte-americanas.”

Os bombardeios integram a ofensiva do governo Trump contra cartéis latino-americanos, uma operação que o presidente descreve como uma “guerra ao narcotráfico”. As ações também coincidem com o aumento das tensões entre Washington e o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, alimentando temores sobre possíveis incursões terrestres ou ataques em território venezuelano.

A Colômbia, que recentemente criticou os bombardeios, também passou a figurar no centro da disputa diplomática.

Com os ataques anunciados nesta terça, o número total de embarcações atingidas pelas forças norte-americanas chega a 14, oito no Caribe e seis no Pacífico, resultando em mais de 50 mortes desde o início das operações.

Esta foi a primeira vez que o Departamento de Guerra anunciou os ataques de forma conjunta. Até então, cada ofensiva vinha sendo comunicada separadamente. Segundo Hegseth, esta também foi a ação com o maior número de barcos atingidos de uma só vez.

O secretário voltou a comparar os alvos das operações a terroristas da Al-Qaeda e afirmou que o Exército americano continuará “rastreando e eliminando” esses grupos.

Desde o início de outubro, navios e caças das Forças Armadas dos EUA deslocados para o Caribe têm atacado embarcações latino-americanas. Trump ordenou as ações ao Pentágono sob o argumento de impedir o tráfico de drogas rumo aos Estados Unidos. No entanto, parte da imprensa americana sugere que o verdadeiro objetivo seria enfraquecer ou derrubar o regime de Maduro.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) contradizem a justificativa oficial de Washington. O Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da agência da ONU para drogas e crimes, indica que a principal substância responsável por overdoses nos EUA — o fentanil — é produzida majoritariamente no México, e não em países da América do Sul.

*Com informações do G1.