PF: DENÚNCIA DO BOLSONARISTA NIKOLAS CONTRA DUDA SALABERT NASCEU DE GRUPO CRIMINOSO DA MINERAÇÃO

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Publicado por Fernando Miller

O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG). Foto: Wallace Martins/Estadão Conteúdo
A denúncia apresentada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG) teve como base informações repassadas por um grupo investigado pela Polícia Federal. A revelação consta no inquérito da Operação Rejeito, que apura fraudes em autorizações de mineração em Minas Gerais. Com informações do Globo.

Segundo as investigações, mensagens interceptadas pela PF mostram diálogos entre integrantes do grupo de João Alberto Lages, ex-deputado estadual apontado como líder do esquema, e Gilberto Horta de Carvalho, lobista próximo de Nikolas. Nas conversas, Duda aparece como alvo por se posicionar contra a mineração predatória na Serra do Curral.

Em novembro do ano passado, Nikolas levou à Polícia Federal uma denúncia de suposta irregularidade eleitoral envolvendo recursos de campanha de Duda à prefeitura de Belo Horizonte. A acusação foi construída com base em documentos produzidos e articulados por investigados da operação.

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG)/ Crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O inquérito aponta que Carvalho prometeu repassar arquivos de Lages a “pessoas capacitadas”, em referência a aliados políticos. Dois dias depois, ele compartilhou informações sobre as contas eleitorais de Duda com Rodrigo Teixeira, então diretor da Polícia Federal em Minas Gerais. A troca de mensagens sugere orientação de como formalizar a denúncia.

Para a Polícia Federal, a deputada foi considerada inimiga pelo grupo por sua atuação em defesa ambiental. O inquérito também mostra proximidade de Carvalho com Nikolas e outros políticos bolsonaristas, incluindo Bruno Engler (PL-MG). A investigação aponta que Carvalho tinha papel de articulador para atrasar projetos como o tombamento da Serra do Curral.

O gabinete de Nikolas afirmou em nota que a denúncia contra Duda se baseou em informações públicas divulgadas pela imprensa e que o deputado atuou no exercício de sua função fiscalizatória. A parlamentar, por sua vez, sempre negou irregularidades e afirmou ter seguido a legislação na exoneração de assessores que atuaram em sua campanha.

Nikolas e Duda já protagonizam embates desde o período em que ambos eram vereadores de Belo Horizonte. Em dezembro do ano passado, Nikolas foi condenado em segunda instância por transfobia contra a deputada. A rivalidade entre os dois chegou ao Congresso e foi ampliada por disputas judiciais.

A Operação Rejeito segue em andamento e já atingiu empresários, políticos e autoridades federais e estaduais. Entre os presos está Gilberto Carvalho, apontado pela PF como responsável por manipular decisões administrativas e legislativas em favor de interesses de mineradoras envolvidas no esquema.

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