Tyler Robinson (22), jovem que confessou ter assassinado o extremista Charlie Kirk, tem uma antiga relação com armas. Filho de um veterano do Departamento do Xerife do Condado de Washington, ele teve contato com armamentos desde a infância.

Fotos publicadas por familiares nas redes sociais mostram o jovem ao lado de outras crianças com armas na mão em estandes de tiro. Ele vive no estado de Utah, que não tem leis rígidas contra o uso ou ostentação de equipamentos.

Em uma foto mais recente, também divulgada no Facebook da mãe, Amber Jones Robinson, mostram o jovem com uma metralhadora M2 Browning calibre 50, arma pesada geralmente usada contra infantaria, veículos blindados, embarcações e aeronaves.

No Natal de 2017, o irmão de Tyler Robinson, mais novo que ele, recebeu um kit de rifle “monte você mesmo” de presente. A imagem também foi publicada pela mãe:

Policiais encontraram um rifle de caça Mauser calibre .30, utilizado para caças de animais de médio e grande porte no local onde Kirk foi assassinado. O armamento foi apreendido e investigadores acreditam que ele foi usado por Tyler no crime.

Também foi apreendido um estojo de balas com inscrições como “Ei, fascista, pegue isso!”, “Se você está lendo isso, você é gay” e “Bella Ciao”, referência à canção antifascista italiana. Autoridades também descobriram que ele conversou sobre ter um rifle em casa durante uma conversa com um colega por meio do Discord.

Matt Robinson, pai de Tyler, tem uma licença de caça ativa, enquanto a mãe do jovem tinha uma autorização similar, que expirou.

Apesar da exposição aos itens desde a infância, um colega de classe do atirador, que estuda na Universidade Estadual de Utah, disse, em condição de anonimato, a um jornal local que “nunca ouviu Tyler falar sobre armas”.

O discurso pró-armas é muito comum entre republicanos, incluindo Kirk. O influenciador de extrema-direita, que é aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a defender que que “vale a pena ter um custo de algumas mortes por armas de fogo todos os anos para que possamos ter a Segunda Emenda [que garante aos americanos o direito de portar armas]”.

Kirk foi morto na última quarta (10) com um tiro no pescoço durante palestra em Orem. O extremista foi socorrido, mas não resistiu à cirurgia. Ele era  líder do Turning Point USA, organização que tentava mobilizar jovens eleitores a favor de Trump.

O último registro eleitoral de Tyler nos Estados Unidos é datado de julho de 2021 e não cita relação com nenhum partido político dos Estados Unidos. Seus pais, no entanto, Matt e Amber, são filiados ao Partido Republicano.

O jovem confessou o crime a pessoas próximas e seu pai conversou sobre o episódio com um pastor local, que o convenceu a denunciar o filho à polícia. O jovem responde pelos crimes de homicídio qualificado, disparo de arma de fogo com lesão corporal grave e obstrução da justiça.