UCRÂNIA DIZ QUE KIEV SÓ SERÁ TOMADA SE FOR DESTRUÍDA; PROTESTOS CONTRA A GUERRA TOMAM A EUROPA

A demonstrator holds a sign reading "Stop war" during a protest against Russia's invasion of Ukraine in the city centre of Burgos, northern Spain on March 12, 2022. - Russian forces upped the pressure on Kyiv today and pummelled civilian areas in other Ukrainian cities, amid fresh efforts to deliver aid to the devastated port city of Mariupol. Both Ukrainian and Russian officials described the quickly worsening humanitarian situation as "catastrophic." (Photo by CESAR MANSO / AFP)
Diplomacia russa alerta que carregamentos de armas enviados do exterior serão considerados “alvos legítimos”
Em entrevista coletiva neste sábado (12), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que a Rússia só tomará a capital Kiev se “destruir a cidade”. Na conversa com jornalistas, ele afirmou que está aberto ao diálogo com Moscou.
No entanto, o governo ucraniano negou notícias de que o primeiro ministro israelense, Naftali Bennet, teria tentado convencer Zelenskiy a aceitar um acordo com Vladimir Putin. Segundo as informações, nenhuma tentativa de acordo foi oferecida.
Também neste sábado, protestos contra a guerra tomaram conta de diversas cidades da Europa. Houve manifestações na Holanda, na Alemanha, no Reino Unido, na França, na Espanha e na Polônia.
Enquanto isso, correspondentes informam que Moscou vai passar a considerar carregamentos de armas para a Ucrânia como alvos aceitáveis.
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O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, afirmou que a Rússia já deixou suas posições claras. Em declaração para o site Sky News ele disse que os Estados Unidos já foram avisados que o envio internacional de armas para a Ucrânia “não é apenas um movimento perigoso, é uma ação que torna esses comboios alvos legítimos”.
Segundo informações da agência para refugiados da ONU (Acnur), mais de 2,5 milhões de pessoas já fugiram da guerra na Ucrânia e buscam refúgio em outras nações.
Parte desse grupo começa a voltar ao país. De acordo com o serviço de segurança de fronteiras da Ucrânia, centenas de milhares de pessoas já fizeram esse movimento e algumas delas retornam com a intenção de lutar contra a Rússia.
Entenda o conflito
Desde o final de 2021, tropas russas passaram a se concentrar nas proximidades da Ucrânia, e o Ocidente enviou armas para os ucranianos. O conflito tem como pano de fundo o mercado de energia na Europa e os limites da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar composta por membros alinhados aos Estados Unidos, em direção à fronteira russa.
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Outro elemento central é o fracasso dos Acordos de Minsk, assinados em 2014 e 2015 como uma tentativa de construir um cessar-fogo para a guerra civil na Ucrânia. A ferramenta diplomática previa condições de autonomia para áreas separatistas de Donetsk e Lugansk e a retirada de armas da região em que tropas ucranianas enfrentavam os rebeldes.
O governo de Kiev se recusava a cumprir a parte política prevista pelos acordos, já que isso poderia causar uma fratura em sua soberania. A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro sob a justificativa de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho. Desde então, União Europeia e Estados Unidos anunciaram sanções como resposta e também fornecem armas aos ucranianos).
Edição: Douglas Matos