TRUMP RECUA E AFIRMA QUE NÃO PRETENDE ATACAR A VENEZUELA

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GANGORRA POLÍTICA

Durante voo no avião presidencial, presidente dos EUA foi questionado sobre ação militar no país latinoamericano

Após semanas de pressões, discursos ofensivos e ataques a embarcações nos oceanos Atlântico e Pacífico, acusadas de transportar drogas da Venezuela e da Colômbia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou e negou que tenha planos de atacar militarmente o país liderado pelo presidente Nicolás Maduro.

Em voo no Air Force 1, o avião presidencial estadunidense, Trump foi questionado por repórteres se ele considerava realizar ações militares na Venezuela, ao que ele respondeu, simplesmente: “não”.

Nas últimas semanas, reportagens de jornais dos Estados Unidos New York Times, Washington Post e Wall Street Journal traziam afirmações de fontes não identificadas e planos apontando para ações iminentes, tanto militares quanto da agência de inteligência (CIA), para derrubar o presidente da Venezuela.

O próprio Trump admitiu ter autorizado operações da CIA na Venezuela, sem detalhar quais seriam. O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou, na quarta-feira (29), que o país desarticulou diversas ações promovidas pela agência de espionagem dos Estados Unidos. E que o objetivo dessas ações seria a destituição de Maduro.

Além disso, os Estados Unidos promoveram exercícios militares junto às forças armadas de Trinidad e Tobago, em clara provocação à Venezuela. Vários navios de guerra estadunidenses, além de um submarino nuclear, estão em uma área próxima à costa venezuelana. E caças da força aérea do país chegaram a invadir o espaço aéreo costeiro venezuelano.

O presidente venezuelano contextualizou esse conjunto de ações como uma “guerra multifacetada”, composta por diversas frentes simultâneas para impor uma “mudança” no país. Essas frentes incluem a militar, com o destacamento dos EUA no Caribe; a econômica, com as sanções; a diplomática, com o não reconhecimento das autoridades eleitas; e a comunicação, com campanhas como a que estamos presenciando atualmente.

Presente ao Encontro Parlamentar do Grande Caribe em Defesa da Paz, nesta sexta-feira (31), Maduro afirmou que os Estados Unidos buscam impor uma “agenda de ameaças militares e guerra psicológica”. O encontro foi realizado no Palácio de Miraflores, em Caracas, com a presença de parlamentares de vários países da região.

Para ele, o objetivo dos EUA é se apoderar das maiores reservas de petróleo do planeta, localizadas em território venezuelano, desestabilizando o governo e impondo um regime submisso a seus interesses. “Hoje estamos vivendo um desses capítulos; não é o primeiro, mas também não será o último. É um capítulo de uma história vitoriosa que vivemos”, afirmou.

O governo Trump alega que conduz operações militares contra o tráfico internacional de drogas e já bombardeou uma série de barcos que estariam transportando entorpecentes. E acusa Maduro e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de liderarem cartéis de drogas. Em agosto, o Departamento de Justiça ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.

O recuo de Trump se dá na mesma semana em que ele se reuniu com o presidente da China, Xi Jinping, e anunciou a suspensão da guerra tarifária com o país por um ano. O acordo, negociado anteriormente pelas delegações dos dois países na Malásia, trouxe a eliminação de tarifas específicas e a suspensão por um ano de diversas restrições comerciais entre China e Estados Unidos.

Os EUA vão eliminar a tarifa adicional de 10% imposta sobre produtos chineses sob alegação de combate ao fentanil, conhecida como “tarifa do fentanil“. Ao mesmo tempo, Washington vai manter suspensa, por mais um ano, a tarifa recíproca de 24% sobre mercadorias da China, Hong Kong e Macau. Em contrapartida, Pequim ajustará suas medidas de retaliação comercial na mesma proporção.

Com informações da Telesur

 

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