PF ABRE INQUÉRITO PARA INVESTIGAR GENOCÍDIO YANOMAMI

Apuração determinada por Flávio Dino vai focar na atuação de políticos, garimpeiros e coordenadores de saúde indígena
O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou à Polícia Federal a investigação em torno do cometimento de crime de genocídio na comunidade indígena yanomami.
O inquérito deve ser conduzido pelos agentes que atuam no escritório da PF em Roraima, onde está localizada a maior parte do território indígena – e que também concentra milhares de garimpeiros ilegais.
Na visão dos investigadores, os garimpeiros serão investigados e eventualmente responsabilizados por genocídio, em entendimento que engloba não só quem explora ouro na região, mas quem possui as máquinas e aviões para viabilizar a prática.
Também estão no alvo da Polícia Federal os funcionários que chefiavam a área de saúde indígena na comunidade, vinculados ao Ministério da Saúde durante o governo Bolsonaro, por suspeita de fraudes e corrupção no fornecimento de medicamentos para as comunidades.
A apuração deve atingir também políticos associados à crise sanitária que gerou uma explosão de casos de malária, desnutrição e doenças associadas, como também levou mais de 500 crianças à morte em apenas quatro anos.
Segundo agentes da PF ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo, a omissão que levou indígenas à morte pode configurar um caso de genocídio, e não ações propositais para gerar tais mortes.