BOLSONARO EXPERIMENTA A DOR POR PERDER A ILUSÃO DO QUE NUNCA FOI: PRESIDENTE

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O psicanalista lacaniano argentino, que mora na França, Juan David Nasio, afirma que o luto é a perda de uma ilusão. A ilusão é a crença em algo que não é real. Um poder, um amor, a segurança de um emprego, uma amizade, a posse sobre um objeto que nunca vai se perder, etc.
É facílimo de entender que a ilusão, para o psicanalista, Nasio, é ilusão porque o sujeito acredita em um objeto, pessoa, ideia que não estão concretamente referenciados pelo princípio de realidade que Freud chama de prova da realidade para saber o grau de neurose ou psicose de um paciente, já que a crença neurótica não passa de um sintoma produto de uma repressão passada ocorrida na infância pela força de dominação e sedução dos pais sobre a criança.
Fica mais facílimo de entender que a pessoa que usa o recurso da ilusão para se defender do princípio de realidade é senhora de um ego profundamente fragilizado sem mecanismo de defesa para se impor ao chamado mundo real. O que significa que sua existência, em todas as perspectivas, não passa de uma fraude-ontológica: um ente sem Ser. Sem substancialidade essencial à produção da práxis=ação e a poieses=criação responsáveis por uma atuação no mundo como indivíduo-universal engajado no surgimento do Novo. Como expressa a DEMOCRACIA.
Nasio, auxilia no entendimento do mundo ilusório de Bolsonaro que chegou ao fim: o real se impôs matando todos seus recursos ilusionistas. A vitória da DEMOCRACIA, através da eleição de LULA, impediu que ele continuasse envolvido nas névoas-ilusórias que durante sua existência lhe serviu como enredo de suas representações na infância, adolescência, escola, trabalho, família, religião, junto de outros sujeitos, como torcedor de vários times de futebol, piadista sem talento, negador da vida, debochado, e, principalmente, na presidência, posto que não poderia jamais ser um presidente.
Sem ilusão-presidencial, Bolsonaro chega ao luto. Como se sabe, o luto é uma vivência dolorosa pela perda do objeto-amado que o enlutado investiu sua energia-libido-narcísica e com essa perda, a morte do objeto-amado, ela volta para o ego. Enquanto o enlutado não encontrar outro objeto para investir seu amor, ele continuará em estado de luto, afirma a psicanálise. Que afirma ser o tempo o responsável pelo fim do luto nominado como luto normal.
Porém, com Bolsonaro é necessário uma maior atenção em relação ao seu luto, fim de sua ilusão-presidencial. Quando o luto tem uma ligação muito forte com uma perda passada, que o enlutado não sabe, e que pode ser causadora do ego-ilusão, esse luto pode se tornar em um luto-psicopatológico: a melancolia. Um luto-regredido muito difícil de ser eliminado. Pode ser o caso de Bolsonaro.
Por isso, podem tirar o mito da chuva, e não projetá-lo como líder oposicionista contra o governo Lula, não só porque ele não tem esse talento, já que nele, política-partidária era uma ilusão que não existe mais. É que seu partido PL e seus alucinaldos e deliriowiskis devem ficar atentos aos diagnósticos psicanalíticos quando conceituam as análises intermináveis que nunca chegam ao fim. Pode ser o caso de Bolsonaro em relação ao seu luto-derrota-DEMOCRÁTICA
Se assim for, adeus, Bolsonaro! Pode se recolher ao exílio que lhe preparou sua ilusão.