VIVA! É O DIA DOS PROFESSORES! PARABÉNS, SUBLIMES MESTRES!
PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
Para a Professora Maria do Perpétuo Socorro Evangelista Lima
A filósofa judia-alemã, Hannah Arendt, afirma que não devem ter filhos e nem participar da Educação das crianças, adultos que não tenham comprometimento e responsabilidade pelo Mundo, já que a Educação é o Ato-Histórico de preparação da criança para um Existência-Adulta como Sujeito Comprometido com o Destino-Histórico do Mundo.
A preocupação de Hannah Arendt com a Educação é encontrada em Karl Marx quando ele apresenta o professor primário como o responsável pela aprendizagem da criança como iniciador da formação da consciência do trabalhador cuja força de produção estará submetida à exploração do capital-burguês. Principalmente, através da mais-valia. A exploração cruel do trabalho-vivo criador da riqueza do patrão.
A participação iniciadora do professor primário na formação da consciência da criança para um futuro escravizado pelo capital-trabalho, tem como modelo o agenciamento coletivo de enunciação do sistema capitalista-paranoico-dogmático que prossegue em todos os degraus escolares até a universidade e as pós-graduações. Não escapando nenhum dos corpos institucionais escolares que são muito bem auxiliados pela família, a igreja, a vizinhança e os meios de comunicação de massa. Todos reverenciadores e protetores dos conteúdos-programáticos impostos pelo Estado-Burguês como verdades incontestáveis cujo fim é a laminação da consciência do aluno.
Como o professor também foi criança e foi submetido a este processo de modelização-laminadora de sua consciência, se ele não realizar em si a Dialética de seu ego, ele será tão somente um agente do sistema que o capturou para servir como um simples escravo das ordens-tirânicas da classe dominante para que ela tenha sempre assegurados seus privilégios e que por eles persegue, prende, tortura e mata os que são contrários aos seus objetivos sádicos. Mesmo nas esferas imaginárias e simbólicas.
Dependendo da escola, o aluno pode experimentar dois tipos de professores: O Professor-Ensignador que não sabe que a aula é um ato político, assim como todos os atos, como afirmam os filósofos Deleuze e Guattari. O professor que nem desconfia que a disciplina que administra tem uma única função: transferir signos-enunciativos-replicantes da subjetividade-dominante para que o aluno permaneça aluno e nunca chegue a ser estudante. Aquele que domina o Saber como o Novo e ultrapassa o mestre, como diz o filósofo Nietzsche, que para si é o objetivo de todo verdadeiro mestre. E não fazer o aluno permanecer um passivo-aluno para ser um cidadão de bem submisso à classe-privilegiada, alimentá-la e mantê-la.
O outro professor é o Professor-Artista cuja vivência é sempre com o Educando e não com o aluno, o ser sem luz que precisa da luz do professor para se tornar luminoso, como se afirma no latim, mas que com Professor-Ensignador permanece escuro. O Professor-Artista é um criador em razão de seu encadeamento de Potências com a Práxis e a Poieses, e que no Encontro-Afetivo-Cognitivo com o Educando sempre Cria o Novo, pois trata-se da Estética-Educacional-Ética como produção do Desejo-Maquínico.
O Professor-Artista jamais é um Ensignador que apenas celebra o conteúdo-programático como a maior maravilha da educação e que não deve ser contestado ou sofrer qualquer suspeita. O conteúdo-programático deve se manter como maravilhosa educação inimiga dos saberes e das práxis do pedagogo-filósofo, Paulo Freire.
Infelizmente, em Manaus, a maioria dos professores é da ordem do Professor-Ensignador. Não realizou em si a suspeita de como se tornou o que é. Daí, não fazer uso do Processo-Dialético de desalienação de sua consciência-laminada. Neste estado, ela continua muito bem sistematizada como foi modelada pelas forças que servem à classe dominante. Em função dessa força-opressora ela é claramente mistificada, mitificada, reificada e fetichizada. Nessa condição anti-trabalhadora, ela não sabe nem o que é classe e que serve despudoradamente ao sistema que lhe oprime com um mísero salário e mínimos direitos de trabalhador.
Dois breves exemplos sobre esses professores inimigos de si mesmos. Em tempo de greve se omitem de participar por medo, por indolência e por ignorância de sua condição social. Não sabem que são Agentes-Históricos cuja função não é só ter um salário e preservá-lo. O que é imprescindível para sua dignidade de trabalhador, mas, precipuamente, participar com sua Sensibilidade, Inteligência e Ética na produção de uma Sociedade-Democrática em que a Alteridade, a Solidariedade, o Engajamento, a Reciprocidade, os Afetos-Alegres e a Potência-Cognitiva sejam a Dimensão-Humana-Ontológica do Ser-Social da Democracia.
Outro exemplo que expressa despudoradamente essa condição miserável de alheamento Democrático é constatado em tempo de eleição. Esses professores, além de fazerem campanha, votam sempre com candidatos seus inimigos, inimigos de Manaus e do Amazonas.
A demonstração mais clara e convincente ocorreu na eleição do primeiro turno. Esses inimigos de si mesmos, votaram em grande quantidade no governador atual que apresenta uma administração anódina e sofrível e ajudaram o candidato fascista, Bolsonaro, a ter, em Manaus, mais voto que o Candidato-Democrata, Lula. Bolsonaro teve, em Manaus, mais de 53% dos votos. Como o eleitorado do Amazonas não é composto só desse tipo de Professores-Ensignadores, Lula ganhou em todo o estado.
Como diz a Professora-Artista, Dona Glorinha das Pastorinhas: Só o Professor-Ensignador se sente enaltecido com as comemorações-oficias e não oficiais do coisificado dia 15 de Outubro. Não sabe que o Professor-Artista é um Educante: Todo momento é seu Momento-Educação. Assim, como todo Filósofo é Filosofante: Todo momento é seu Momento-Filosofia.
Observando a alienação do tema se pode recorrer ao canto do poeta cearense-sobralense, Belchior: “Não há motivo para festa. Ora esta. Não sei rir à toa. Fique você com a mente positiva. Eu quero a voz ativa. Essa que é uma boa”.