MANAUS: PREFEITO, DAVID ALMEIDA, APOIA BOLSONARO. ‘CADA QUAL COM SEU CADA QUAL’. NENHUMA CONSIDERAÇÃO COM MORTOS E ENFERMOS PELA COVID

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PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

 

Em tempos priscos, contavam, nas noites de lua cheia, ou, sem lua, que um local estéreo, infértil, que não conseguia prosperidade, desenvolvimento e contentamento, vivia sob a maldição da carcaça de mula enterrada neste local. Nunca atribuíam essa situação desértica em relação ao progresso, aos administradores do local com suas misérias antiadministrativas em função das ausências de inteligências para as coisas públicas. Era sempre a carcaça da pobre mula que mistificadamente era responsável.

 

O teatrólogo, crítico-dialético, criador do Teatro Pedagógico com seu Método de Distanciamento, Bertholt Brecht, acabou com essa mistificada acusação dos burgueses, com suas carências Políticas-Administrativas, afirmando, e mostrando, que os negócios políticos-econômicos-sociais, são negócios dos homens e mulheres. Não tem nada a ver com os animais. Cada animal entende instintivamente de si mesmo. Eles não são responsáveis pelo antropomorfismo do homens e mulheres. Para eles, que criou as alcunhadas cidades que as embale.

 

Pois, para tratar da crônico imobilidade de Manaus, muitos acusaram a carcaça da mula enterrada e embaixo do Teatro Amazonas. Um local impossível de desenterrar a pobre carcaça, visto a representação simbólica do templo que para amazonenses abestalhados e carentes de amor próprio, é o maior orgulho-telúrico. Orgulho que se prolonga na hora de votar: o orgulho do voto alienado. O certo é que muitos alcunhados prefeitos aproveitaram a lenda da carcaça da mula para defenderem suas péssimas administrações.

 

Tratando apenas do pós-ditadura (pós?) militar-civil, nenhum prefeito ouviu Brecht: a cidade é negócio dos homens e mulheres. Se são alienados, apolíticos, limitados, reacionários, ambiciosos, covardes, mistificados, coisificados, fetichizados, são eles e não os animais que são muito mais inteligentes com a Potência de Seus Instintos.

 

Manaus, nunca teve um prefeito que soubesse o que é Urbe e Cidade. Para eles tudo é a mesma coisa. Muitos menos sabem o que sejam os corpus materiais e imateriais que compõem os corpus arquitetônicos, estilísticos, históricos, funcionais, afetivos e cognitivos que produzem a cidade, como mostram os filósofos Guattari e Toni Negri, através do filósofo holandês, Spinoza. Todos só expressam a inutilidade do óbvio: seguir a ordem-banal do administrativo-burocrático-jurídico com as verbas disponíveis. O que até uma criança saberia governar. 

 

A população de Manaus, como não-cidade, foi a que mais sofreu com a pandemia no Brasil, por força da impotência-política, limitação-intelectual, vazio-engajamento-social e empatia-humaniora, a Dimensão-Humana-Ontológica, dos desgovernantes. Principalmente, a população atingida pela Covid-19 que morreu por falta de oxigênio, falta de locais-hospitalares, medicamentos-eficazes e vacinas.

 

Violência praticada pelo desconhecimento e ausência de política-saúde-pública expressada explicitamente pelos desgovernos municipal, estadual e federal. A triangulação da ofensa-pública contra a população amazonense. Uma violência irracional tão exacerbada que nem a fabulação pode ressuscitar a carcaça da mula para pagar pelos erros deles. 

 

Agora, em tempo de eleição, as três esferas se entrelaçam no maior love-eleitonoico. Mortos não votam. Como se tudo não tivesse passado de um filme norte-americano de última categoria comercial de massa e que não merecesse qualquer consideração. Reduzido tudo na lógica-sórdida do tipo: morreu tá morrido. Sequelou tá sequelado. Fazer o quê. É da vida.

 

É da vida que eles, como burgueses alucinam e deliram, e não como afirma Brecht. É da vida, mas da vida dos homens e mulheres reais, e não abstrações que fantasmagoricamente querem ser tidos pelos eleitores como concretos homens-públicos para continuarem impulsionando a pulsão de morte. São tão concretos como o evangelismo-culposo e explorador que professam. E que só acreditam os masoquista com suas compulsões-obsessivas por punição. Os que deram 53.50%, em Manaus, para Bolsonaro, e os que deram 42%, no Amazonas, para o ex-apresentador de TV de programa de exploração da miséria, Wilson Lima que se marqueteia como uma sacralização teológica. Na linguagem-sabedoria-irônica-popular: um santo. 

 

Depois de apoiar Omar, apoiado por Lula, para o Senado, o chamado prefeito da não-cidade, Manaus, o evangélico, David Almeida, propagou apoiar Bolsonaro e Wilson Lima, como diria o jornalista-filósofo, Mino Carta: Tudo a mesma sopa.

 

É hora do apocalipse-eleitoral se levantar e fazer valer a Potência-Humana dos que foram mortos pela Covid -19 e os que sofreram com a enfermidade e ficaram sequelados impedindo que eles sejam eleitos. E inclusive deixando pendurado David Almeida que imagina ser reeleito prefeito. Não falam tanto em apocalipse? Que sintam no couro sua suavidade. Desta forma, eles não recorrerão nem ao imaginário e nem ao simbólico para usar a inocente carcaça de mula, pois ela já se encontra libertada.   

 

E como diz o colunista-social Jubiroso Cintilante: Cada qual com seu cada qual! Ou, na lógica do princípio de identidade: Cada qual com seu igual!  

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