BOLSONARO CONCEITUA MINISTRO MORAES DE “VAGABUNDO” E SOFRE EFEITO BUMERANGUE: O “VAGABUNDO” VOLTA CONTRA ELE
PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
O filósofo Nietzsche, diz que devemos falar, mas na condição de falar o que superamos caso contrário só tagarelamos: falar sem saber o que se fala. A maior parte dos habitantes da comunidade-linguista é tagarela: fala sem saber o que fala. É ecolálica: só repete o que ouviu sem fazer uso da crítica para analisar os conceitos. Trata-se da comunidade-linguística do mais baixo-grau conhecimento, mesmo que tenha curso de pós-graduação. São os preconceituosos: os que expressam os conceitos sem qualquer análise.
Bolsonaro conceituou o ministro Alexandre de Moraes de “vagabundo”. Como trata-se de Bolsonaro já se espera um total desconhecimento das palavras que faz uso. Ainda mais, quando é uma palavra, que para ele, tem um cunho ofensivo ao outro.
Breve informação aos bolsonarozoicos sobre o conceito trabalho no contexto social. Para Marx existem dois tipos de trabalhadores. O trabalhador-produtivo, o que cria riqueza econômica, o que mantem o mundo com sua força de produção. E o trabalhador-improdutivo, o que não cria riqueza econômica e que tem dependência da produção econômica, mas que exerce outras formas de trabalho cujos salários são pagos com os fluxos monetários produzidos pelo trabalhador-produtivo.
Vagabundo é um conceito marcado por dois seguimentos. Um, é filosófico, pois apresenta a Potência-Itinerante do filósofo. Seu Devir das Distâncias como deslocamento desterritorializantes em movimento-abrangente do Estar-No-Mundo. Vagar criativamente e experimentalmente pelo Mundo no Plano-Liso para criar sempre o Novo. Dois, o sentido pejorativo que julga e condena quem não trabalha. Quem não contribui para manutenção da sociedade em qualquer seguimento necessário, só contribui para sua egoísta satisfação.
Como não podia ser diferente, Bolsonaro usou o segundo seguimento para ofender Moraes. Porém, Bolsonaro aplicou em si o efeito bumerangue. Vejamos. Ele, durante sua atribulada existência, acumulou fortunas que ninguém sabe como foi produzida. Passou 28 anos na Câmara Federal sem trabalhar, onde é acusado de usar as rachadinhas para amealhar dinheiro público que serviu de modelo seguido pelos filhos como se todos fossem gêmeos com o pai. Uma forma de vagabundagem. Como presidente é acusado pelos quatro cantos do Brasil de ser um presidente que não trabalha. A situação em que o Brasil se encontra confirma. Outra forma de vagabundagem. Só que oficialmente condenável pela Constituição Nacional.
Semana passada entrou na roda da suspeição de comprar, com a família, inclusive com a participação da mãe, imóveis em milhões com dinheiro vivo. Outra forma de vagabundagem. O certo é que ninguém sabe quando Bolsonaro trabalhou no verdadeiro sentido da economia-política-social. No Exército?
Como sabe todo brasileiro, Bolsonaro não é filósofo, e jamais será. Diante dessa clara realidade, Bolsonaro encontra-se fixado no segundo seguimento: vagabundagem. Logo, Bolsonaro projetou o ser-vagabundo em Moraes, cuja projeção voltou contra ele em forma do efeito bumerangue. Não pegou em Moraes.
Inquieto com o uso erradíssimo por Bolsonaro do conceito vagabundo, o músico-popular Tiquinho da Taboca-Rachada, indicou a música Vagabundo, na voz do talentoso seresteiro Altemar Dutra.
Deleitemo-nos!
Letra.
Que importa saber quem sou
Nem de onde venho, nem pra onde vou
O que eu quero são teus lindos olhos, morena
Tão cheios de amor
O Sol brilha no infinito
E aquece o mundo aflito
Que importa saber quem sou
Nem de onde venho, nem pra onde vou
Eu só quero é o teu amor
Que me dá a vida, que me dá calor
Tu me condenas por ser vagabundo
Mas meu destino é viver ao léu
Pois vagabundo é o próprio mundo
Que vai girando no céu azul
Que importa saber quem sou
Nem de onde venho, nem pra onde vou
Eu só quero é o teu amor
Que me dá a vida, que me dá calor
Tu me condenas por ser vagabundo
Mas meu destino é viver ao léu
Si vagabundo és el próprio mundo
Que vai jirando em lo cielo azul
Que importa saber quem sou
Nem de onde venho, nem pra onde vou
Eu só quero é o teu amor
Que me dá a vida, que me dá calor
Tu me condenas por ser vagabundo
Mas meu destino é viver ao léu
Si vagabundo és el próprio mundo
Que va jirando em lo cielo azul