O ASSÉDIO SEXUAL, PRATICADO PELO HOMEM, É ANGÚSTIA DE CASTRAÇÃO HOMOSSEXUAL COMO PULSÃO DE IDENTIFICAÇÃO-FÁLICA COM O PAI

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É simples entender o praticante do assédio sexual, ele é dominado por forte transtorno psicopatológico em relação ao seu sexo, mas ele tem que se haver com a justiça, já que violentou alguém impulsionado por sua impotência sexual em forma de pulsão de prazer instintivo-sádico.
Não há como transitar sobre esta psicopatologia sem buscar apoio nas enunciações do Complexo de Édipo. Para ficar bem simples vamos nos implicar apenas no referencial-edipiano menino. Na chamada triangulação edipiana, Freud nos mostra a seguinte dramaturgia-familiar. Embora, o sentido simbólico tenha sido extraído da tragédia do grego Sófocles, Édipo Rei em que narra o assassinato de Laio, rei de tebas, por seu filho Édipo que na sequência, sem saber, casa, com Jocasta, a rainha e mulher de Laio. Porém, a tragédia grega fica por aqui, já que o que nos interessa é a condição psicopatológica do assediador-sexual.
Vamos desenrolar – ou enrolar – a parada. Aos 4 ou 5 anos, para Freud (para a psicanalista Melanie Kein, muito menos), o menino começa a vivenciar seu maior drama-familiar que vai lhe perseguir durante toda a vida. Quando casar, se casar, quando tiver filho, se tiver filho, não importa Édipo é a sombra de todo homem, diz a psicanálise. Embora, ele tenha suas facetas dependendo do homem. A maioria dos homens não sofre da psicopatologia do assediador sexual.
No drama-familiar, o menino deseja a mãe e a quer. O que significa? Ele dirige seu impulso-sexual-instintivo-libidinal-narcísico para ela. Ele a fantasia como objeto de seu desejo que ela reprime. Só que ele percebe que ela pertence ao seu pai que passa a ser, fantasiosamente, seu rival o que desperta nele o desejo de matá-lo para ficar com a mãe. É quando o menino sofre sua maior surpresa: descobre que sua mãe não tem pênis como tem ele e seu pai. Então, se angustia. Para ele um dia ela teve pênis, mas seu pai lhe castrou. Em sua fantasia, coloca no lugar do pênis um elemento simbólico: o falo. O falo é o fantasma do pênis, já que este é biológico e o falo não. É este falo, que ele aloja na mãe, que também vai lhe perseguir.
Angustiado por não poder ter a mãe sexualmente, e se sentir inferior ao pai que é a autoridade, a Lei, como diz o psicanalista Lacan, o Ideal do Ego, posteriormente o superego, com medo da castração que seu pai pode lhe impingir, ele, para se livrar da ameaça da castração, procura se identificar com o pai. Como dizem alguns: ele sai de Édipo pela castração. Não sai.
Recorre ao mecanismo de defesa: identificação. Para realizar a identificação, ele se oferece ao pai como sua mãe para ser amado. Como diz o psicanalista argentino-lacaniano Juan-David Nasio:
“Ameaçado de castração e sem objeto a almejar, o menino volta-se subitamente para o pai e se pergunta:”Mas por que não mudar de parceiro? Por que não ele? Em vez de saciar meu desejo de possuir uma mulher, pensa, poderia saciá-lo, com o mesmo prazer, deixando-me possuir por um homem forte e viril”. …”O desejo de possuir a mãe transformou-se em desejo de ser possuído pelo pai; e o desejo de afastar o pai transformou-se em desejo de o atrair para si”
Identificado com o pai que ele internalizou profundamente, sua feminilização, tira qualquer possibilidade do menino criar um ego-independente em que seu próprio narcisismo seja investido no mundo como realidade e não como projeção-fálica. Como fantasma da imago do pai-sedutor. Sem a criação da imago da mulher-amada-mãe, ele cresce com ódio e medo das mulheres e a única forma de se aproximar de uma mulher é pela força física ou pela força-ilusória que uma instituição lhe concede. Isto porque sua angustia de castração é quem fornece o delírio para sua neurose ou psicose mantida pela fantasia incestuosa do pai castrador.
São esses três sentido que o menino cultua de seu pai, admirado, odiado e temido, os responsáveis por sua homossexualidade como angústia de castração que lhe levam a fingir uma heterossexualidade como homem e muitas vezes homofóbica. É por isso que sua personalidade é fálica-narcisista que expressa seu grau de impotência sexual. São homens que jamais conseguem o orgasmo, como diz o psiquiatra W. Reich, têm ereção, ejaculação, mas jamais têm orgasmo. São impotente. Daí seu grau de exibicionismo para desviar a compreensão dos outros sobre sua impotência-sexual. Sua pulsão de assediador sexual.
Duas claras característica de sua impotência: São profundamente dependente da imagem do pai, que na verdade é ódio inconsciente. E compulsivamente gostam de exibir uma potência sexual que não têm. Chegam a casar, ter filhos, mas suas mulheres não percebem que homens são eles, posto que a sociedade capitalista com sua moral-paranoica cultua grandemente esse tipo-fálico, pois eles são necessários para manutenção de sua estrutura niilista. É com a intenção de criar esses tipos de homens fálicos-narcisistas que o sistema dominante-paranoico-falocêntrico-patriarcalista-burguês-misógino aplica em seu modelo de sedução e destruição do desejo como potência pura da criação de novos territórios-existenciais.
O assédio sexual é doença psicótica, e toda mulher deve denunciar, tanto para não ser vítima dessa violência, que para todo nazifascista faz parte de seu direito sobre as mulheres, como, também, não servir de sublimação dessa psicopatologia, já que nenhuma mulher deve se querer psicoterapeuta dessas aberrações que em uma Sociedade-Democrática não tem cura. O que as mulheres poderiam aconselhar aos assediadores sexuais, seria simplesmente: Quer curar tua impotência? Vai te resolver com teu pai que é teu criador, criatura!
E o filósofo Zé da Zilda, gargalhando ao se cientificar com os tipos de comparsas grotescos e caricatos dos assediadores sexuais, fica imaginando como se comportam algumas mulheres no momento da simulação-sexual, na cama, com um assediador. Simulação, porque sexo não existe, já que simular é fingir ser o que não é.