LEMBRANÇA DO FILÓSOFO SPINOZA AO ELEITOR-ESCRAVO DA SUPERSTIÇÃO: “A SUPERSTIÇÃO PARECE ADMITIR QUE O BEM É QUE OCASIONA A TRISTEZA; E O MAL, O QUE CAUSA ALEGRIA”

PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
Na perspectiva da psicanálise, a superstição tem seu nascedouro no sentimento de culpa que é um sintoma-neurótico – ou psicótico – provocado pela repressão imposta pelos pais em um desejo-instintivo da criança que busca satisfação do princípio do prazer. Reprimida, a criança internaliza a ordem que passa a ser pulsão-inconsciente configurada como corpo-moral. A partir da repressão a criança se toma como culpada por uma dor causada aos pais. Na verdade, tudo não passa de fantasia. A criança não tem culpa nenhuma. Mas é, sadicamente, bom para os pais e, posteriormente, bom para o sistema-dominante.
Já na perspectiva da mistificação, a superstição, que se encontra imbricada no sentimento de culpa, nasce na deformação-sobrenatural do real que surge como ameaça ao sujeito-sujeitado pela força da irracionalidade. Mas a superstição, nessa perspectiva, não se configura apenas pela força da mistificação, ela, também, é produzida por elementos mitificadores. Como a mitificação é uma derivação do mito, e o mito é uma fabulação, é estória e não história, do real, o ego-mistificado tende a ver o mundo abstraído por seus componentes alienados do princípio de realidade-racional. Ou seja, faz de sua existência um compromisso com todos os agenciamentos de enunciação que não ameaçam sua couraça-protetora contra o real. Uma fantasiosa-existência onde o medo é o fator proeminente, já que o “medo cria, alimenta e mantém a superstição”, como afirma Spinoza.
Escravizado neste quadro neuroticamente histérico,com fortes elementos hipocondríacos, o eleitor dominado pela superstição confirma o diagnóstico que o filósofo holandês Spinoza lhe atribuiu: “A superstição parece admitir que o Bem é que ocasiona a Tristeza; e o Mal o que causa Alegria”. Dois exemplos cruéis da força da superstição na vida da sociedade brasileira:
1 – A eleição de Bolsonaro, provocada pela superstição que ele soube muito bem explorar nos falsos-cristãos encharcados de sentimento de medo e sentimento de culpa.
2 – A manutenção da superstição que nem mesmo a situação deplorável que passa o país faz com que ela, pelo menos, diminua, nos que acreditam que o “bem é que ocasiona a Tristeza; e o Mal o que causa Alegria”.
Em função deste quadro neurótico-histérico-hipocondríaco, nestas eleições, é necessários que os democratas compreendam que a superstição é um recurso-psíquico que muitos usam como forma de serem punidos, por isso eles confundem o Bem com o Mal: escolhem o candidato perverso para serem punidos. E o pior, não são punidos sozinhos, mas, também, toda a sociedade. Daí, a necessidade dos democratas realizarem uma política de esclarecimentos para esse tipo de eleitor-escravizado pela superstição. E no caso dos chamados evangélicos, lembrar que muitos de seus pastores fazem parte dessa maldição-sádica obrigando que votem em candidatos antidemocratas com o único objetivo anticristão de lucrarem-capitalisticamente.
Lembrar, também, para esses escravizados-eleitores que a Democracia é a Potência da Alegria e que o Paraíso é assim chamado, por sua condição Subjetiva-Alegre. E como o medo é o maior inimigo da Alegria, o agente provocador da depressão-política-social, nenhum supersticioso terá acesso a qualquer tipo de Paraíso.
Em síntese: “Deus acima de todos” é a exacerbação da superstição para tirar o livre-pensar de todos atribuindo para Ele a posição de tirano que Ele não É. Deus não se encontra acima de ninguém. Deus é um Movimento-Acontecimento como encadeamento de Potência com todos os entes e seres que compõem continuamente o mundo. Por isso Ele É Alegria, Bem e não Mal.
Sem qualquer signo de superstição, Deus é Amor, porque é Democracia: o BEM-COMUM! É mole, supersticioso? Ou quer mais?