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PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG

 

É simples de entender o que é o narcisismo e suas funções.

O narcisismo, em seu sentido mais banal, é o amor que se tem por si próprio. Ninguém vive sem sua energia narcísica. Porém, a função fundamental da energia narcísica é seu investimento no outro, nos objetos, nas ideias. Ou seja, no mundo. É ir fora para poder viver em sociedade.

 

Para um entendimento, psíquico-pedagógico-político-social mais convincente, o narcisismo é a energia-libidinal que nós investimos no mundo para nos tornarmos sujeitos atuantes e escaparmos de nosso em si: a concentração narcísica em si mesmo como separação do exterior. Investindo nossa energia libidinal narcísica no mundo, nós nos tornamos sujeitos-sociais-saudáveis. Produzimos e vivenciamos alteridades. 

 

Porém, algumas pessoas fazem o contrário: ao invés de investirem sua energia libidinal narcísica no mundo, investem em si mesmas. O que o psiquiatra Carl Jung chamava de introversão: Fazer voltar a energia libidinal narcísica para seu interior. Cortar a relação com o mundo e passar a viver de suas fantasias. Quando o corte é extremo, entra-se em um quadro esquizo formando sintoma-psíquico que precisa de tratamento.

 

Todavia, há casos em que algumas pessoas formam um quadro que Freud chama de narcisismo exacerbado. Ou, megalomania. A exacerbação da anergia libidinal narcísica no ego. São aquelas pessoas que exacerbam a importância de seus egos para elas mesmas resultante de um deslocamento da percepção real do mundo em relação à elas.

 

Querem de qualquer forma serem reconhecidas, consideradas importantes, homenageadas, como se fossem o centro do mundo. Ou, como diz o filósofo Zé da Zilda: Acreditam que o mundo gira em redor de seus umbigos. Dilatam a percepção de si mesmas acreditando serem imprescindíveis para que o mundo exista. Na verdade, diagnostica o filósofo Zé da Zilda: São inseguras e temerosas do mundo. Por isso, querem desesperadamente o aval do mundo para se sentirem existindo com valor.

 

Noticia-se que Moro pediu penico de sua candidatura para a disputa da presidência da República. Grande parte da população brasileira, por deter o conhecimento sobre as multifaces do narcisismo, já tinha essa pedra cantada: sabia que o penico era só questão de tempo. Como, novamente, diz o filósofo Zé da Zilda: Há tempo de esperar e tempo de penicar. Não deu outra.

 

Noticia-se que Moro pediu penico da presidência para disputar uma vaga na Câmara Federal. E dizem mais, o óbvio, essa decisão é para garantir imunidade parlamentar para não ser preso quando os processos contra ele, no caso Lava Jato, começarem a pipocar. Serem julgados, ele condenado e aprisionado. 

 

Da mesma forma que se ironiza o falso-movimento com a piada, “a volta dos que não foram”, se ironiza o fim da alcunhada terceira via como candidatura para a presidência, visto que Doria também pediu penico: a via que não tinha mão.

 

Em filosofia, Terceira Via é uma enunciação antifilosófica para tentar afirmar um postulado-epistemológico resultante da síntese do Materialismo Dialético e o Idealismo Hegeliano que nunca se concretizou, visto ser uma aberração. Na anedótica política brasileira, terceira via é um delírio partidário embalado e oferecido no mercado das ilusões pela mídia acéfala representante do mercado-niilista apavorado com a certíssima eleição do Sapo Barbudo. O eterno metalúrgico. 

 

Em síntese, da mesma forma que Moro mentiu ao afirmar que Lula teria um julgamento justo, e não teve, ele mentiu para os eleitores que acreditaram que ele disputaria o cargo-eleitoral para presidência da República. Tudo fake nwes. Não se importou com o chabu. É mole? Tem quem queira mais. 

 

Moro brincou, debochou da confiança de seu  eleitores. Não se deve condenar nem um nem outro. Eles se merecem. Como diria o filósofo Rui Brito, filho da Midinha, “Eles dois estão certos”. 

 

OBS: Doria, despediu penico: Vai continuar candidato ao Planalto. Porém nada muda: terceira via é fabulação, para não dizer delírio.

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