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O Tempo é Devir-Intensivo. Não intensivo-força, mas Movimento. Não importa que Tempo. Aion-Tempo Caosmótico ou Tempo Cronológico-Tempo-Pulsado-Tempo-Cultural. O homem não escapa do primeiro mesmo que deseje. Não só ele: os universos também não. Já o segundo, em sua ordem e sua pulsação, mesmo tendo sua atuação encadeada nas produções determinantes de si, lhe também transcende. Embora, o homem acredite-delirantemente, que lhe domina. Não. Não lhe domina. Nenhuma de suas ordens, presente, passado e futuro pode lhe ser submissa.

Esse tempo, também confundido com a História, é um abrangente que como um talentoso maestro movimenta seus gonzos e nada lhe escapa, visto que os homens e mulheres, os objetos e as ideias encontram-se emaranhadas nesses gonzos que ocupam todos os territórios estriados em suas formas materiais e imateriais impedindo a manifestação e dominação do acaso. Nesse tempo não há fluência para o acaso. Tudo se encadeia. Até um simples acidente de trânsito. O que significa que nada transita fora dele. Na linguagem moral-burguesa: ele é cruel. Inelutável. 

O corpus-eleitoral pulsa neste ano de 2022. Uma perspectiva-fluente e potente da Democracia. Como Alegria da Existência Coletiva que tem sido obstruída pela força da dor tirânica. Pela percepção-retrô, vemos a tristeza se acomodando no Brasil em um pungente-espetáculo Anti-Democrático. Pela percepção-instante, as miragens bailam em sons e gestos alvissareiros. O futuro já se encadeia no presente com sua policromia-feliz promovendo o festival-dionisíaco do Ontologicamente-Humano.

A inversão-temporal se impõe a Bolsonaro. Como seria bom, para ele, se com seu cargo, com sua autoridade concedida pelo imperativo do Estado, ele pudesse impedir o movimento-temporal-cronológico-pulsante que lhe vem ao encontro, sem qualquer força reativa, e que ele não precisa nem se movimentar. Imobilizar o tempo para que outubro – O bom e novo outubro! – jamais chegasse. Ainda mais sob a batuta do maestro Lula. O Sapo Barbudo que canta e dança. E dança com galanteio sob os aplausos do filósofo do Ecce Homo (Eis o Homem), Nietzsche com sua afirmação não acreditar em um deus que não dança. O Sapo Barbudo sabe harmoniosamente os movimentos da dança Democrática.

 Dolorosa perspectiva-consumada em Bolsonaro, onde o tempo destrambelhou e não pode ser ordenado e alinhado na reta de sua autoridade-concedida sem, em tempo algum de permanência no Palácio do Planalto, ter se ativado em práxis e poieses. Dolorosa desarmonia-temporal aprisionada na ironia-popular: Se correr o Tempo Pega, se ficar o Tempo Come. A profusão inversa do futuro, onde o futuro já é o nada. Logo ele, que tanto cultua o negacionismo sem qualquer saber sobre o princípio de realidade do tempo-pulsado: para o tempo não há tempo para a negação. Doce escárnio. Nem para ser temporalizado criança e brincar com a quadrinha do tempo: O tempo perguntou ao tempo: Quanto tempo tem o tempo? E o tempo respondeu ao tempo: Tem o tempo que o tempo tem!

É o fim do tempo de Bolsonaro. Aprisionado no abismo do passado, na angústia do presente, como um lânguido espectador, de um futuro voraz que se movimenta sem qualquer corpus para lhe impedir o movimento intensivo-puro, ele só assiste, pateticamente-agonizando, se lambuzando em churrasquinho sem charme-povo, o futuro se aproximando e se agigantando diante de si como um cometa que não há como detê-lo. É o Clinamen do filósofo Lucrécio movimentando seus átomos-politicos. 

Para Bolsonaro o tempo destrambelhou geral para Alegria-Coletiva da Democracia.    

 

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