SENTIMENTO DE CULPA DE SUPERSTICIOSOS É USADO POR NAZIFASCISTAS PARA DEMONIZAR LULA. DAÍ?

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O Diabo não existe! O Diabo é a piada de Deus, afirma o filósofo da Genealogia da Moral, Nietzsche. O Diaba não fala, assim, como também, Deus. Neste seguimento semiótico, os dois são iguais: não têm linguagem. E não tendo linguagem não podem discursar sobre o mundo e seus habitantes alcunhados de homens mulheres por si mesmos.
Como afirma o psicanalista Lacan, a linguagem é o poder que gera o significante. Ou, o poder é o significante, e sem o significante não existe poder. Como o Diabo e Deus são tidos como seres poderosos, logo, seus poderes são fantasiosos que servem só aos impotentes-linguísticos. Entretanto, se formos seguir a lição de Nietzsche em sua obra Aurora, veremos que o poder nasce com uma classe que se tomou por superiora, determinou ordens, ameças e, desta forma, foi atendida em suas imposições pelos crentes das classes ameaçadas. Coisas dos negócios dos homens e mulheres que para serem respeitados e críveis alucinaram e deliraram seres superiores: o Diabo e Deus.
Para o entendedor racional, tudo não passa de pura ilusão que na linguagem do filósofo holandês Spinoza chama-se superstição: a crença sobrenatural que nasce da impossibilidade do homem experimentar e perceber as coisas clara e distintamente. Um modus de ser supersticioso que criado, é protegido e alimentado pelo medo. Logo, todo supersticioso é medroso. O que levou o próprio Spinoza perguntar: Por que existem homens livres que preferem viver sob o julgo do tirano do que lutar por sua liberdade? Mas, não é somente o claramente medroso, mas também o fanfarrão, porque há sempre, para ele, uma sombra de autoridade cruel que lhe persegue. Perguntemos ao torturador. Como mostra a psiquiatria, o torturado é um sádico-masoquista. Por isso, a verdade popular: “Todo machão se caga todo diante de uma sombra”.
Assim, podemos extrair deste quadro Teo-Diabólico-Político, o nascimento do sentimento de culpa de acordo com a psicanálise. Em tenra idade, a criança direciona instintivamente seu desejo-narcísico-libidinal cujo o objeto é a satisfação do prazer-sexual (entender: não genital) representado, para ela, na mãe ou no pai. O impulso investe esse desejo-narcísico-libidinal como meta, porém, essa meta é impedida pela interdição de um dos progenitores como forma de proibição. Negação. O que leva a criança à angústia do desamparo e, na sequência, ao processo de recalcamento deslocando essa energia para o inconsciente como forma de censura. O que lhe causa um sentimento de dor por fantasiar ter cometido um mal ao pai ou a mãe, e com essa energia censurada-recalcada a criança internaliza o medo castrador em forma de sentimento de culpa consciente e inconsciente. Que em seguida se apresenta como formação-substitutiva: sintoma. O adulto dominado pela magia-edipiana das forças repressoras preparado para para sustentar toda forma de autoritarismo e chantagem ameaçadora.
Pronto: aí encontra-se o adulto dominado pelo sentimento de culpa, como forma de masoquismo, bem preparado para responder passivamente à todas as imposições por mais irracionais que sejam, já que “a culpa é uma angústia opressora, que exige uma descarga urgente e sua exteriorização imediata”, como afirma o psicanalista lacaniano, Juan David Nasio. E que Freud chama de “masoquismo moral”. Deste quadro neurótico-psicótico, não escapam nem os sádicos nazifascistas, porque eles também são masoquistas. Esse personagem, mantenedor das falsas igrejas, é facilmente iludido, principalmente quando ele percebe que com sua submissão pode, ilusoriamente, diminuir sua culpa que, em verdade, foi criada por seus país. Dor que ele jamais desconfia trata-se de agente estranho em sua existência cuja cotidianidade é marcada por um ego submetido continuamente às imposições de um super-ego tirano que contribui para que ele permaneça em total estado de tensão intra-psíquica favorecendo às investidas das pulsões-inconscientes como ameaça de penetração torturante na consciência.
Entende-se então, que a tentativa nazifascista de demonizar Lula é toda pintada por essas nuances paranoicas visando excitar a culpa dos apavorados supersticiosos, negadores da vida, para não votarem em Lula, pois em seus medos não percebem que os nazifascistas também são dominados por pavores supersticiosos negadores da vida. E que, em suas dores psicopatológicas histéricas e obsessivas, temem a Potência Vital que Lula distribui Democraticamente como modus ontológico de ser humanizante, e que a tentativa de demonizá-lo não lhe atinge em função de sua aristocrática superioridade.
O que se conclui, que pela perspectiva Teo-Diabólica-Politica, este recurso nazifascista não tem qualquer eficácia-Democrática, porque, como poderia dizer o talentoso e revolucionário cinegrafista, Glauber Rocha: Lula se encontra eleito com “Deus e o Diabo na Terra do Sol!”