EM MINAS, EXPOSIÇÃO ONLINE CONTA HISTÓRIA DOS 55 ANOS DO PRIMEIRO CONCURSO MISS TRAVESTI

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GLAMOUR E LUTA

Após sete anos de proibição, em novembro de 1966, enfim, travestis realizaram seu concurso de beleza

Rafaella Dotta
Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

 

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Ao longo da visitação, o internauta conhece como foram as tentativas da realização do concurso de 1950 a 1964 – Foto: Divulgação

Está em cartaz no portal do Museu Bajubá uma exposição fotográfica e histórica do primeiro concurso Miss Travesti de Minas Gerais. Realizado em Belo Horizonte em novembro de 1966, o desfile marcou a resistência LGBTI+ num período em que a comunidade era abertamente reprimida pelo governo militar, pela polícia e pela mídia.

A exposição “Entre gritinhos e emoções – 55 anos de Miss Travesti Minas Gerais em Belo Horizonte” conta com oito salas virtuais com fotos, recortes de jornais e textos explicativos.

Ao longo da visitação, o internauta conhece como foram as tentativas da realização do concurso de 1950 a 1964; tem acesso a uma sala específica sobre a “Censura”; e pode visitar as salas do Miss Travesti de 1966, 1967, 1968 e sobre a vencedora da primeira edição, Sofia de Carlo.

Sete anos de tentativas

O Miss Travesti de novembro de 1966 foi o primeiro a conseguir autorização oficial da Polícia Civil. Porém, a população LGBTI+ da capital mineira já vinha há mais tempo fazendo a prática da montação e organizando concursos de forma clandestina.

Luiz Morando, pesquisador sobre memórias LGBTI+ de Belo Horizonte e curador da exposição, explica que a prática de “fazer o travesti”, como se dizia na época, já era muito comum a partir do fim dos anos 1950. Na cidade, as tentativas de realizar um concurso Miss Travesti aconteceram desde 1959, mas sempre foram oficialmente impedidas pela polícia.

“Isso mostra a atenção constante da Polícia Civil para proibir a realização de formas de sociabilidade por parte de homossexuais, travestis, lésbicas, mas por outro lado, mostra que sempre houve essas formas de sociabilidade”, relata o pesquisador. Ele destaca que a população LGBTI+ tem uma história, de comunidade, de agregação e de fortalecimento de sua identidade.

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“Conhecer a história do primeiro Miss Travesti leva a gente a compreender um pouco mais sobre essa identidade de gênero (travesti) e essa prática de performance teatral que se aproxima do que hoje designamos Drag Queen, de ‘fazer o travesti’”, completa.

Para acessar

Exposição “Entre gritinhos e emoções – 55 anos de Miss Travesti Minas Gerais em Belo Horizonte”: Clique aqui 

Em cartaz no Museu Bajubá (online) até 31 de março de 2022.

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Larissa Costa

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