MP APONTA INDÍCIOS DE LAVAGEM DE DINHEIRO DE EX DE BOLSONARO
Ana Cristina Valle está no centro das investigações sobre o esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro
Jornal GGN – Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta para atividades financeiras suspeitas da advogada Ana Cristina Valle, segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro (sem partido), que está na mira do Ministério Público do Rio (MP-RJ) na investigação de esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
De acordo com informações da colunista Juliana Dal Piva, do portal Uol, Ana Cristina estava de mudança para Noruega, em 2011, quando vendeu terrenos, em Rezende, ao empresário do setor de transportes Marcelo Traça, com um lucro de cerca de 1.100%.
Em 2018, Traça confessou, durante uma delação premiada à Lava Jato, que usava imóveis para lavar dinheiro. No ano passado, no entanto, a defesa do empresário afirmou que as compras com Ana Cristina foi “uma transação imobiliária, como outra qualquer”.
No mesmo período, em 2011, o Coaf identificou, ao menos, dois depósitos em espécie que totalizaram R$ 532,2 mil. O primeiro, em março, no valor de R$ 191,1 mil. Já o segundo, em julho, de R$ 341,1 mil.
O relatório do Coaf ainda apontou que a conta bancária de uma empresa aberta em 2007 por Ana Cristina registrou um total de 1.185 saques que somaram R$ 1,15 milhão em espécie, informou O Globo.
O MP ainda afirmou que a conta de Ana Cristina tem “movimentação acima da capacidade financeira cadastrada”, bem como “movimentação atípica e incompatível com os dados cadastrais” e transferências atípicas que podem “configurar a existência de indícios do crime de lavagem de dinheiro”, segundo a investigação as vinculadas a ela podem “ter sido utilizadas para ocultação de desvio de recursos públicos oriundos do esquema de ‘rachadinha’ na Câmara de Vereadores”.
Ana Cristina, foi chefe de gabinete do ex-enteado Carlos entre 2001 e 2008. Em julho deste ano, parentes da ex-mulher de Bolsonaro, admitiram que eram usados no esquema de devolução de salários no gabinete.
Ainda, no mês passado, Ana Cristina passou a morar em uma mansão avaliada em R$ 3,2 milhões, em Brasília. Ela afirmou que alugou o imóvel, mas um ex-funcionário garantiu que ela comprou a mansão com o uso de laranjas.