SÉRGIO MAMBERTI, A POTÊNCIA-POLÍTICA DA ESTÉTICA-POPULUS-TEATRAL-DEMOCRÁTICA
PRODUÇÃO AFINSOPHIA.ORG
O teatro pode ser entendido em dois segmentos. Um, como teatralização da História-Humana movimentada por sua essencialidade ontológica cujos conteúdos são políticos, econômicos, sociais, psicológicos, antropológicos, estéticos, religiosos, e outras formas existenciais ou existenciárias do Estar-No-Mundo. O que se acostumou chamar de vida-cotidiana que marca, direciona e ordena os comportamentos dos homens e mulheres como seres produtivos, criadores de modus de ser necessários, ou como homens e mulheres como seres improdutivos criadores de modus de ser desnecessários em função de serem os parasitas exploradores das potências dos outros. Como se observa continuamente na dogmática do capitalismo-paranoico-dominante. O patrão que rouba o tempo, o espaço, o corpo, o sexo, os sentimentos do trabalhador em nome da mais-valia. O menos-salário.
O outro segmento é referente originalmente ao teatro como arte. A estética-cênica criadora do novo que transfigura a cena agressora da dignidade humana proporcionada pelo sistema capitalista irracional materializado na compulsão e obsessão pelo lucro. Que se apresenta como forma modelar dos esteriótipos-sociais reatualizados todos os dias como narcisismo-obsessivo. A tautologia-patológica-cotidiana como valor dos esgotados em suas receptividades. Trata-se do teatro que não exalta a moral zombeteira da burguesia propagada, ironicamente, por Brecht: Primeiro a barriga depois a moral. A verdade-gastronômica que sintetiza a condição aberrante do que se costumou qualificar de humano toda consciência capitalista. Uma verdade-egoísta que até Freud sabe e a coloca como o maior obstáculo para que se possa produzir uma sociedade justa e igualitária.
O teatro como estética-cênica-dionisíaca-alegria, pode ser vivenciado em seus vários estilos ou modos-cênicos. Farsa, comédia, drama, tragédia, tragicomédia, circo, e, em, suas variadas correntes: naturalismo, expressionismo, simbolismo, realismo, surrealismo, entre outras formas e ideias. Porém, o teatro só pode ser tido como uma arte de mudança, quando ele é engajado, não importa o estilo. Só importa a sua leitura a priori do mundo para que os atores, encenadores e todos envolvidos no espetáculo possam saber em que mundo existem e o que deve ser mudado. Caso contrário, não será teatro, mas tão somente deplorável imitação do já posto como verdade que agrada as classes dominantemente sádicas psicopatologicamente pervertidas que oralmente querem engolir o mundo, já que não foram, historicamente, satisfatoriamente amamentadas e amadas.
O artista Sérgio Mamberti sabe de toda essa verdade-teatral como Potência-Política. Sérgio Mamberti sabe o que é o teatro-populus. O Teatro-Devir-Povo. Ele sabe que o teatro é arte e ciência que movimenta o conhecimento como contínuo processo-dialético criador como ação-educação. Seu Ser-Político. Seu espírito é forjado na madeira dura, como diz Nietzsche sobre a saúde do viver, por isso não se engana com as miríades das fantasias e delírios do fantasmático teatro-burguês cujo objetivo maior é embalar e manter adormecidos os sentidos, e a inteligência dos iludidos para que uma Ética-Social-Solidária não se manifeste. Para que tudo fique como escudo de proteção dos exploradores.
Sérgio Mamberti sabe que só há Arte-Teatral no que forma conexões reais como consequência da práxis e poieses dos fluxos-mutantes e dos quantas-desterritorializantes. O que cria o Novo-Democrático.
Sérgio Mamberti Sabe! Sempre Soube!