LIVE INSANA EM MEIO A DERRETIMENTO EM PESQUISAS PODE LEVAR BOLSONARO A ANTECIPAR TENTATIVA DE GOLPE

Da Redação Viomundo.
O presidente Jair Bolsonaro fez uma live insana, em que admitiu não ter provas de fraude nas urnas eletrônicas, usou argumentos mentirosos e a opinião até de um homem que se diz capaz de fazer acupuntura em árvores, com pregos.
Não, não se trata de manchete do Sensacionalista.
De acordo com o influencer Felipe Neto, em telenautas simultâneos a live de Bolsonaro foi um fracasso: teve pico de 120 mil pessoas, inferior as que ele próprio, Felipe, tem feito.
Bolsonaro utilizou o sinal de uma emissora pública, a TV Brasil, para aumentar o alcance de suas ilações, transformando a live num comício antecipado.
Foi rebatido online, em tempo real, pelo perfil do Tribunal Superior Eleitoral.
A insanidade crescente de Bolsonaro pode ser reflexo das pesquisas.
Em levantamento publicado pelo diário mineiro O Tempo, o ex-presidente Lula aparece com expressiva vantagem sobre Bolsonaro num dos colégios eleitorais mais importantes do país, o de Minas Gerais.

Além disso, pesquisa publicada pela versão brasileira do diário espanhol El Pais, feita pelo Atlas Político, mostra que Bolsonaro tem rejeição recorde de 62% e hoje perderia no segundo turno para cinco candidatos, inclusive o governador paulista João Doria.
A vantagem do ex-presidente Lula sobre Bolsonaro, na série histórica, cresceu mais de 11%.
Citado pelo El Pais, o CEO do Atlas, Andrei Roman, diz que Lula e Bolsonaro mobilizam mais de 70% do eleitorado e que a margem para um candidato da chamada terceira via é de parcos 23%.


O esforço de Bolsonaro para mudar votos, se dependia das “provas” que ele prometeu apresentar, fracassou.
Porém, é importante lembrar que as manifestações de militares de alto escalão, como o ministro da Aeronáutica e o próprio ministro da Defesa, sugerem que o setor das Forças Armadas engajado no governo não só acredita nas teorias conspiratórias de Bolsonaro sobre a urna eletrônica, como parece disposto a bancar os ataques que ele faz ao sistema eleitoral.
No horizonte, há a retomada da CPI da Pandemia.
Com 312 mortes de média nas últimas duas semanas, os Estados Unidos chegaram a 612.098 óbitos causados pela covid-19.
No Brasil, houve 1.312 mortes nas últimas 24 horas, com total de 554.497 mortes, de acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
Neste ritmo, em 60 dias o Brasil pode se tornar o campeão mundial de mortos pela pandemia, razão pela qual Bolsonaro vem reciclando a mentira de que foi proibido de agir contra a doença pelo STF.
O impacto dos danos causados pela pandemia à saúde pública e à economia, aliado ao noticiário negativo gerado pela CPI, tem ajudado a derreter a imagem de Bolsonaro.
Se o projeto do voto impresso for derrotado na comissão especial, Bolsonaro pode ser tentado a antecipar algum tipo de intervenção para barrar o risco de não passar ao segundo turno em 2022.
Analistas dizem que “as instituições funcionam”, que os militares não tem apoio popular para qualquer aventura, mas a realidade tem demonstrado o contrário: Bolsonaro parece ter sólido apoio entre os fardados e tem usado mentiras e provocações de todo tipo para justificar junto aos seus apoiadores a quebra da frágil institucionalidade.
A presença física, ao lado de Bolsonaro, do ministro da Justiça, Anderson Torres, um policial federal, é sintomática do apoio ao que não pode ser descartado apenas como mais um “circo”.
O presidente da República prepara, como Trump, o seu “ataque ao Capitólio”, fruto da perspectiva de derrota e do risco de ir parar na cadeia.