LIVE INSANA EM MEIO A DERRETIMENTO EM PESQUISAS PODE LEVAR BOLSONARO A ANTECIPAR TENTATIVA DE GOLPE

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VIOMUNDO 

Diário da Resistência

Reprodução

OPINIÃO DO BLOG

30/07/2021.


Da Redação Viomundo.

O presidente Jair Bolsonaro fez uma live insana, em que admitiu não ter provas de fraude nas urnas eletrônicas, usou argumentos mentirosos e a opinião até de um homem que se diz capaz de fazer acupuntura em árvores, com pregos.

Não, não se trata de manchete do Sensacionalista.

De acordo com o influencer Felipe Neto, em telenautas simultâneos a live de Bolsonaro foi um fracasso: teve pico de 120 mil pessoas, inferior as que ele próprio, Felipe, tem feito.

Bolsonaro utilizou o sinal de uma emissora pública, a TV Brasil, para aumentar o alcance de suas ilações, transformando a live num comício antecipado.

Foi rebatido online, em tempo real, pelo perfil do Tribunal Superior Eleitoral.

A insanidade crescente de Bolsonaro pode ser reflexo das pesquisas.

Em levantamento publicado pelo diário mineiro O Tempo, o ex-presidente Lula aparece com expressiva vantagem sobre Bolsonaro num dos colégios eleitorais mais importantes do país, o de Minas Gerais.

Além disso, pesquisa publicada pela versão brasileira do diário espanhol El Pais, feita pelo Atlas Político, mostra que Bolsonaro tem rejeição recorde de 62% e hoje perderia no segundo turno para cinco candidatos, inclusive o governador paulista João Doria.

A vantagem do ex-presidente Lula sobre Bolsonaro, na série histórica, cresceu mais de 11%.

Citado pelo El Pais, o CEO do Atlas, Andrei Roman, diz que Lula e Bolsonaro mobilizam mais de 70% do eleitorado e que a margem para um candidato da chamada terceira via é de parcos 23%.

Como disse ao Viomundo a deputada federal Fernanda Melchionna (Psol-RS), integrante da comissão especial que analisa o projeto do voto impresso, a proposta teria sido derrotada por ao menos dez votos antes do recesso parlamentar que termina neste fim-de-semana.

O esforço de Bolsonaro para mudar votos, se dependia das “provas” que ele prometeu apresentar, fracassou.

Porém, é importante lembrar que as manifestações de militares de alto escalão, como o ministro da Aeronáutica e o próprio ministro da Defesa, sugerem que o setor das Forças Armadas engajado no governo não só acredita nas teorias conspiratórias de Bolsonaro sobre a urna eletrônica, como parece disposto a bancar os ataques que ele faz ao sistema eleitoral.

No horizonte, há a retomada da CPI da Pandemia.

Com 312 mortes de média nas últimas duas semanas, os Estados Unidos chegaram a 612.098 óbitos causados pela covid-19.

No Brasil, houve 1.312 mortes nas últimas 24 horas, com total de 554.497 mortes, de acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

Neste ritmo, em 60 dias o Brasil pode se tornar o campeão mundial de mortos pela pandemia, razão pela qual Bolsonaro vem reciclando a mentira de que foi proibido de agir contra a doença pelo STF.

O impacto dos danos causados pela pandemia à saúde pública e à economia, aliado ao noticiário negativo gerado pela CPI, tem ajudado a derreter a imagem de Bolsonaro.

Se o projeto do voto impresso for derrotado na comissão especial, Bolsonaro pode ser tentado a antecipar algum tipo de intervenção para barrar o risco de não passar ao segundo turno em 2022.

Analistas dizem que “as instituições funcionam”, que os militares não tem apoio popular para qualquer aventura, mas a realidade tem demonstrado o contrário: Bolsonaro parece ter sólido apoio entre os fardados e tem usado mentiras e provocações de todo tipo para justificar junto aos seus apoiadores a quebra da frágil institucionalidade.

A presença física, ao lado de Bolsonaro, do ministro da Justiça, Anderson Torres, um policial federal, é sintomática do apoio ao que não pode ser descartado apenas como mais um “circo”.

O presidente da República prepara, como Trump, o seu “ataque ao Capitólio”, fruto da perspectiva de derrota e do risco de ir parar na cadeia.

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