‘ORTORIDADES’ LEVAM O POVO A NÃO PERCEBER A ESPARRELA DA DESVACINAÇÃO. 50 E 69 ANOS, AS IDADES QUE NÃO EXISTIRAM

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– “As ortoridades vevem a enganar nói”.
Nói é enganado porque nói não sabe qual a diferença entre ortoridade e autoridade. A ortoridade é da ordem da ficção. Da superstição. A crença nela nasce de uma falha de percepção e concepção do mundo que lhe investe de poderes saídos, magicamente, das relações selecionadoras, classificadoras e hierarquizadoras como voz de comando do poder-edipiano-dominante. O poder que imobiliza. Ou seja, o poder tido como real, mas ficcional. Neste sentido, a crença na ortoridade é pura fantasia-imobilizadora que satisfaz o mundo mágico do crente. Em linguagem simples, mas sem leseira, medo do princípio de realidade. Tanto a ortoridade representativa como quem nela acredita, são ambas ortoridades. Uma satisfazendo a outra. Siamesas não podem existir uma sem a outra.
Já a autoridade, nasce da percepção e concepção clara e distinta do princípio de realidade. Um processual eminentemente racional. O que traduz na certeza de que ser ou ter autoridade é agir através dos postulados da Razão. E mais, a autoridade não é produto de uma moralidade dominante de qualquer tipo de classe. E mais do mais, toda pessoa pode ser e ter autoridade dependendo de sua atuação no mundo movida pelos postulados da razão, pelos corpus-sensoriais-estéticos e pelo engajamento-dialético como ética-comunalidade. A autoridade, como diz a filósofa Hannah Arendt, é racional, lógica e social. Fora destes modus de ser, trata-se de outra representação: tirania. Na linguagem do nói, a ortoridade.
Então se deu: a esparrela aconteceu. A prefeitura de Manaus, do prefeito David Almeida, durante vários dias passados vinha criando ilusões nos pretensos vacinados. No seu conceito de positividade-médica, fez propagandear que a partir do dia 22, próxima segunda-feira, as pessoas entre 50 e 69 anos iriam ser vacinadas. Foi uma coletiva-alegria. Não era para menos: a vacina evita mortes. Até pessoas claramente céticas, acreditaram e passaram a comemorar. Como corre a enunciação de que depois de tomar a vacina não se pode beber a bebida dos deuses-etílicos, tiveram muitos amantes do líquido-deificante que passaram a empurrar umas troacas já por conta da proibição. Afinal, tem gente que afirma que a proibição-etílica deve ser de até um mês. Outras aventam 90 dias. É mole, Dionísio?
Doce e triste ilusão: era esparrela criada pela turma do prefeito. Não vai mais ter vacinação no dia 22. E não se sabe quando esse direito constitucional vai ser realizado. Dizem as ortoridades, que o motivo é a falta de vacinas. De acordo com essas excelêntes-ortoridades, as ortoridades do Ministério da Saúde, não enviaram as doses de vacinas que seriam usadas nas ortoridades que acreditaram na esparrela. Ou seja, o nói.
Diante de tamanha violência-médica, é necessário que o nói deixe de ser ortoridade e faça às ortoridades-prefeiturais, a pergunta politicamente engajada: Por que vocês acreditaram na promessa da ortoridade chamada de ministro da Saúde, Pazuello, e produziram esta esparrela de vacinação quando era desvacinação? Será que o afã de ser subserviente ao evento que não não tem qualquer planejamento para o combate da Covid – 18 escotomizou suas percepções e concepções diante do real.
Mas também cabe uma pergunta ao nói-ortoridade: Vai ficar por isso mesmo? Vacina só no Deus dará? Cadê a democracia? Vai se resumir em esparrela?
Com a palavra todas as ortoridades.