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Dizem que o Brasil é o país da consciência-burguesa “meu pirão primeiro”. Onde todos querem ser privilegiados, mesmo com normas contrárias. Não. Não é o Brasil, mas alguns indivíduos, grupos, entidades que não vivenciaram o mundo de forma singular para produzirem em si, os corpus alteridade e sociabilidade.

Negados nestes corpus, ficam incapacitados de construírem relações-sociais de reciprocidade-ética em que o valor da existência mútua deve ser o indicador do viver, viver bem, viver com os outros democraticamente. A existência como respeitabilidade-comunalidade. Território da produção ontológica dos fundamentos do direitos de todos.

O “meu pirão primeiro” é a lógica adotada pelos que se tomam privilegiados no sistema capitalístico. De certa forma estão certos. O sistema capitalístico é o território que proporciona este tipo de comportamento sem que seja tido como despudorado, imoral e agressivo à consciência ética-social. O sistema capitalístico promove toda forma de impunidade contanto que não lhe ameace. Aliás, a impunidade faz parte de sua moral do levar vantagem em tudo em relação ao seu próprio benefício. Nele não há sentimento de culpa moral. Vide a sua estruturação.  

Um exemplo claro do levar vantagem em tudo, não importando os meios, é a Lava Jato. Moro com seus procuradores, com auxílio dos Estados Unidos, fizeram o que acreditaram e objetivavam para destruir a economia brasileira e prender Lula. E foi exatamente a grande parte dos membros da lógica do “meu pirão primeiro” quem lhe tratou como herói promovido pela Globo massificando os egos-culpabilizados e amedrontados pela castração. Os afetos tristes que impulsionam os que buscam privilégios.

Durante esse período de quadra momesca pandêmico, a Associação Filosofia Itinerante (AFIN) vem compondo e divulgando alguma marchinhas com temas da pandemia, principalmente a vacinação. Nestes temas, aparece a ofensa moral aplicada pelos que furaram filas para a vacinação. Fato que ocorreu em todo o Brasil. Uma verdadeira onde de prática de privilégios. 

Entretanto, uma destas práticas que mais se notificou foi a furada de fila, em Mnaus, das irmãs gêmeas-ricaças Gabrielle e Isabelle Lins que fazem parte da família dos empresários donos da Universidade Nilton Lins e que tem em seu território uma UBS e um hospital. Privilegiadas pelo prefeito, David Almeida, tiveram contrato apressado para poderem ser vacinadas com o argumento de que trabalhavam na UBS no grupo de combate à Covid. E, ainda, com direito de contrato com data retroagida. 

Com os privilegiados furando filas, correu o boato que eles seriam proibidos de tomar a segunda dose. Foi só boato: as duas irmãs tomaram a segunda dose e com antecipação. E, como não poderia ser diferente, os compositores da AFIN caírem em campo-momesco e compuseram o hit, A Moral Fura Fila.

Escutem, ouçam e dancem! 

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