O NEGACIONISMO É O MECANISMO DE DEFESA-FÓBICA CONTRA A VERDADE CIENTÍFICA E FILOSÓFICA DA HUMANIDADE

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Nestes últimos anos, depois do golpe de 2016 em que as direitas roubaram a Presidência do Brasil do governo Dilma, eleita democraticamente, perambula pelo país o entulho mais perigoso para uma sociedade que se quer civilizada: a estupidez. A estupidez como síntese da imbecilidade, ignorância, brutalidade, irracionalidade, prepotência, arrogância, violência e, pior, o medo da vida como pulsão de morte. 

O entulho perambulante, resolveu adotar como seu amor maior o negacionismo. Uma forma de se expressar melhor como ameaça à democracia, posto que trata-se da essência do corpus-político do saber, da busca e da experimentação coletiva. O sentido-social de civilidade. O que para ele, é sua grande ameaça.

De várias perspectivas pode-se observar e analisar o negacionismo, mas só duas são necessárias para o propósito de seu entendimento. 

I – O negacionismo é fruto de uma percepção e concepção atrofiada do real. Uma formação fantasmagórica do mundo. Para chegar a este quadro deformado, o negacionista teve uma infância profundamente conturbada que impediu sua sensibilidade de vivenciar o mundo claro e distintamente para lhe permitir a construção epistemológica de seu intelecto como produtor da ética-coletiva. Trata-se de um sujeito-sujeitado em uma duplicação existencial amparada por componentes-atrofiados expressados como aberração: perambular fora dos enunciados-democráticos criados pelo agenciamento coletivo de enunciação de novos territórios-existenciais. O contrário de seu duplo-mágico que lhe serve de referência substituta do princípio de realidade.

Fica claro que o recurso mágico de criar um duplo do mundo é resultante de uma forte angústia-fóbica: o medo do real que se apresenta como objeto de experimentação para que todos possam existir em comunhão. Uma consistência filosófica e científica que sem ela não há sociabilidade e cumplicidade histórica. Em linguagem simples, essa magia-duplicada e duplicante, não é nada mais do que um mecanismo de defesa-fóbica contra a realidade esquadrinhada por seu ego-paranoico. Daí sua profusa negação entulhante.

II – O negacionisma, na perspectiva epistemológica, é a estupidez-arrogante. Seu conjunto opiniático tem como objetivo ser tido como verdadeiro. Quer de qualquer maneira ser tido como o senhor da verdade. Na verdade (sem tautologia), um forte grau de loucura, visto que sua concepção de mundo é fruto de seus delírios pessoais mesclados com crenças-míticas sobre o que vem a ser o social. Isto sim, negação da realidade.

Como se entende, para que alguém possa negar ou acatar um objeto ou uma ideia, esse alguém tem que ser constituído de algumas partículas-epistemológicas que formem noções-comuns com essas matérias objeto e ideia que se colocam como exterioridade. Sem essas partículas- epistemológicas é impossível extrair qualquer elementos constitutivos desse objeto e ideia para podê-los referenciá-los como existentes no mundo. Ou seja, conceitua-los filosófica e cientificamente. Entender o mundo como objeto-cognoscente. Verdade examinada e revelada socialmente. E, como se sabe, o negacionista não é traspassado por essas partículas-epistemológicas. Ele é possuidor de uma insuportável-consciência ( o insuportável fica por conta do filósofo Sartre, em relação ao burguês ) mistificada-mitificada-alienada. A trindade negadora da verdade-necessária ontologicamente-humana como engajamento e responsabilidade do Estar-No-Mundo. 

No caso do Brasil, o negacionismo não só faz parte do discurso dos que o propagam, mas, também, dos que acreditam como verdade, visto que essa crença serve de suporte para o necro-corpo-linguístico da comunicação de massa. A comunicação cujos enunciados se toram corpos-dominantes fundamentais para a manutenção da dogmática-paranoica do sistema-capitalístico.

No quadro negacionista, propagar que a Terra é plana, é um perigo, mas ela continua a se mover como disse Galileu Galilei aos seus inquisidores. Entretanto, não é tão perigoso como negar a pandemia, não apresentar uma política de combate à Covid 19, negar a vacina, estimular o aumento do desemprego, negar o auxílio emergencial para as famílias necessitadas, fazer da mentira a mola mestra de um desgoverno, agredir profissionais, etc. 

No mais. o negacionismo, como mecanismo de defesa-fóbica, em sua irracionalidade, estupidez e sentido aético, é antidemocrático. Não valida a vida. É o Nada. Ou melhor, o Mundo-Nadificado. O canto fúnebre dos mortos.  

1 thought on “O NEGACIONISMO É O MECANISMO DE DEFESA-FÓBICA CONTRA A VERDADE CIENTÍFICA E FILOSÓFICA DA HUMANIDADE

  1. “O negacionismo, na perspectiva epistemológica, é a estupidez-arrogante. Seu conjunto opiniático tem como objetivo ser tido como verdadeiro. Quer de qualquer maneira ser tido como o senhor da verdade. Na verdade (sem tautologia), um forte grau de loucura, visto que sua concepção de mundo é fruto de seus delírios pessoais mesclados com crenças-míticas sobre o que vem a ser o social. Isto sim, negação da realidade” (Marcos José).
    Conforme o Filósofo itinerante Marcos José, a consciência do negacionista manifesta uma apartação entre a consciência e o mundo. É a consciência que opera pelo regime da heteronomia cognitiva, cuja característica é ser regida a partir de um fora que a despossui como sujeito. Portanto, uma consciência sujeitada, que abdica de sua vocação ontológica. Mais do que negar o mundo, ela se nega como ser-no- e- para-o-mundo e, assim, condena-se a viver na couraça do em-si, infestada pela peste emocional que, para dialogar com Kant, Reich e Sartre, escolhe viver no eterno estado de menoridade.

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